Hotel Prazieri

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- Cristhoper?
Danilo me tira dos meus devaneios freiando minha imaginação pecaminosa.

- Sim. Por que não estaria?
- Pelo fato de estar comendo a Laís com os olhos, e acredite, não está sendo nada discreto.

Reviro os olhos e deito o corpo na poltrona presidencial.

- Eu não sei o que essa mulher tem que me hipnotiza dessa maneira.

- Acho que só vai saber depois de provar. Faz semanas que você não fica com ninguém, só passa seu tempo observando ela de longe, trocando olhares. Chama ela para sair, e seja o que tiver que ser.

- Aqui na empresa não dá, e eu nem tenho o número dela.

- Isso é simples de resolver, temos duas soluções, eu posso passar o recado ou você simplesmente olha o número dela no currículo.

Danilo abre os braços se achando o homem mais inteligente nesse mundo, se não fosse tão típico dele eu me sentiria diminuído. Confesso, nunca fui o tipo de homem que fica à vontade com as mulheres ou ser o foco de nuitas pessoas, sempre fui retraído nesse assunto. Não é à toa que estou solteiro aos 28 anos.

Reflito um pouco sobre o que farei, decido checar o número dela, seria a forma menos vergonhosa caso eu leve um tremendo NÃO como resposta.

Dou mais uma olhada na mulher, que para mim, é perfeita. Cabelos compridos, sempre de maquiagem clara, cheirosa, uma profissional da cantabilidade impecável e um corpo que quero muito tocar e mordiscar pouco a pouco, como se fosse um aluno aprendendo sobre seus mais profundos desejos.

Pego meu celular na mesa e salvo seu número, a observo de longe, enquanto envio a mensagem. Enviada, agora é só esperar.

Pelas paredes de vidro da minha sala observo claramente o rubor em seu rosto, isso me causou uma sensação de vitória inigualável a qualquer outra que já tenha sentido.

Sua resposta chegou tão rápido quanto seus olhos castanhos encontraram os meus negros. Um arrepio tomou conta de todo o meu corpo e àquela sensação que há tempos eu pensei que nunca mais sentiria, eu senti. Senti o chão sumir dos meus pés e só voltei em si quando ela desviou o olhar, ficando ainda mais vermelha.

"PORQUÊ DEMOROU TANTO ?
SIM, EU QUERO, QUERO MUITO. Estou livre hoje, depois do trabalho."

Meu coração se acelerou de tal forma que pensei que ele saltaria pela minha garganta e eu morreria ali mesmo, naquela poltrona de couro.

Às seis e meia da tarde, só restava ela e eu na empresa central de uma rede de hotelarias, os hotéis Prazieri, sem dúvidas, são os melhores hotéis para passar suas férias com sua mulher, noivado ou simplesmente uma noite romântica.

Laís se levantou e veio até a minha sala, respirando atitude me deixando louco.

- Aonde vai me levar senhor Prazieri?

Sim, sou o dono dessa rede de hotéis, um detalhe que ainda não havia dito.

- Tenho um lugar em mente. - Desligo o computador e me levanto.- Vamos senhorita Souza?

- Só Laís, por favor.
- Só Cristhoper, por favor.

Ela assenti, ruborizando as bochechas novamente. Ela nem imagina o prazer que me dá ver seu rosto sinalizar esse tom de "vermelho perigo" só por estar na minha presença.

Fomos ao melhor restaurante de Porto Seguro, bebemos bastante vinho, comemos um pouco. Apesar de quase não resistir às provocações dela passando o pé pelo meu tornozelo, por baixo da mesa. Me segurei até que ela me pedisse para irmos embora.

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