Por conta de um breve pânico, Jed, que não tinha a chave do quarto de Lia, a deixou em sua própria cama, e ficou sentado esperando que ela acordasse.
Assim que Lia acorda, ela nem sabe como lidar com o que viu, por que Klaus e Hayley estariam dizendo que ela tem os olhos de um e o cabelo do outro? Por que Hayley estava tão triste com a perda de memória da garota?
E ela ainda tinha mais um fator, Hope. Turner não sabia como se sentir, o que fazer, mas o fato de que os dois envolvidos nessa memória são país de sua melhor amiga não facilitava muito as coisas para seu lado. Ela só queria tempo pra conseguir entender, mas ela não teria isso.
Ela não conseguia nem raciocinar, só tentava acalmar sua respiração ofegante e falar com Jed, que estava a olhando com um olhar preocupado.
— Oi. — Ela disse, ainda um pouco ofegante.
— Oi. — Respondeu com mesmo tom de voz, esperando que a garota se estabilizasse. — O que foi isso?
— Nada. — Lia chacoalhou a cabeça em negação, ela não queria arrastar Jed ou mais ninguém para essa confusão, mas também duvidava que o lobo aceitar essa simples resposta. — Hm, eu tenho síncope reflexa, eu não consigo ficar muito tempo a pé ou recebendo estresse que eu fico com a pressão baixa e desmaio. — Tentou inventar uma desculpa, que não era 100% mentira já que teve a doença por muito tempo quando era menor.
— E você não fala isso para ninguém? Eu preciso te levar para a enfermaria. — Ele se levanta em prontidão, se assustando um pouco.
— Não, não precisa, eu tenho remédio no meu quarto, estava indo lá para isso. — Negou com a cabeça, com seu olhar baixo e pequeno sorriso na boca, ela só queria conseguir sair dali para finalmente pensar.
— Então eu te acompanho, é um bom caminho daqui para o seu quarto, descobri isso quando te carreguei para cá. — Riu, fazendo Lia fazer o mesmo, mas também pensar "O que as pessoas vão pensar que eu vim fazer com o Jed?".
— Tudo bem, mas não se preocupe. — Sorriu.
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Por incrível que pareça, os dois fizeram o caminho de volta muito bem, não teve aquele silêncio ensurdecedor que normalmente fica quando duas pessoas que não se conhecem muito ficam juntas por algum motivo, os dois se deram bem. Falaram de assuntos que fizeram ambos desconfortáveis, mas que mesmo assim não os deixaram envergonhados, como MG ou Alyssa.
— Hope. — Ambos disseram, vendo a garota dentro do quarto de Lia. Agora sim houve um silêncio desconfortável, Hope e seus olhares confusos sobre os dois estarem juntos, Lia com seu olhar preocupado em relação ao o que iria dizer para Hope e Jed pronto para sair correndo dali.
— Bem, ela está entregue. — Jed sorriu, tentando forçar alguma normalidade. — Tchau Hope, tchau Lia.
— Tchau. — Lia respondeu, dando um tchauzinho com a mão.
Agora ela estava ferrada, Lia havia tido uma memória com os pais de sua melhor amiga e voltou para seu quarto com um cara que nunca nem havia tido muito contato, talvez se um raio caísse em sua cabeça ela teria mais sorte.
— Oi Hope. — Disse, sorrindo. Sua amiga, que ainda estava em choque, a deu um olhar arregalado e um sorriso, o que Lia já sabia o significado, Hope estava a julgando.
— Depois que você falou que iria voltar pro quarto eu fiquei mais um tempo tentando cuidar de tudo e vim correndo pra cá, ver como você tava, e eu vejo você com o Jed?! — Disparou, sua voz mais alta do que o normal fazia sua Lia desejar a morte, já que por ai vinha um grande sermão. — O que você estava fazendo com ele?! E o MG?! Por que você não me avisou que iria com ele, assim eu não ficaria preocupada como fiquei.
— Hope, respira. — Lia disse, fazendo sua amiga se calar e olhar a loira. — Não aconteceu nada, eu e ele só conversamos mais um tempo e meu celular descarregou. — Inventou uma desculpa, tentando fazer com que a tribrida acreditasse a todo custo. — Nada aconteceu entre eu e o Jed.
— Okay, eu acredito. — Suspirou, vendo a loira ir por seu pijama para dormir. — Lia.
— Oi. — Respondeu enquanto botava a blusa.
— O Landon voa, com asas, de fogo. — Arregalou um pouco os olhos no final da frase, essa que fez Lia começar a rir.
— Agora o próximo passo pra ser um dragão é cuspir fogo. — Brincou, sendo retribuída com uma almofada em sua cara, jogada por Hope.
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Já que Hope iria passar uma boa parte do dia fazendo terapia em grupo com Emma e os outros, Lia decidiu que iria tentar estudar um pouco mais sobre Klaus Mikaelson, embora saiba toda a história da família Original de trás para frente.
Quando era pequena, Lia amava ouvir as histórias sobre uma família que fazia tudo uns pelos outros, não importasse o que aconteça, e quando cresceu foi ligando os pontos de que o personagem principal da história, King, era na verdade Klaus Mikaelson.— Oi Li. — Aileen diz, vendo a loira. — Como vai?
— Eu preciso te contar algo, mas você não pode falar para ninguém. — Falou rápido, pensando em o que falaria afinal sobre sua memória.
— Claro, pode confiar em mim. — Sorriu fraco. — O que foi?
— Eu tive uma memória com os pais da Hope, só que como eu fosse da família deles. — Seu olhar confuso e sobrancelhas franzidas deixavam claro o quão pouco entendia sobre tudo aquilo e o quanto ela tinha medo da verdade.
— Como assim? — Perguntou, tão confusa quanto Turner. — Você acha que é da família de Klaus Mikaelson? — Perguntou, vendo Lia responder assentindo com a cabeça.
— Eu não entendi isso, mas eu acho que sou da família Mikaelson. — Olhou para Aileen pela primeira vez naquela tarde, com um olhar tão confuso e triste que dava pena.
Não que para Lia fosse ruim ser da família de Hope, a garota tem inúmeras memórias boas com eles, mas não é como se descobrir que ela pode ser filha de pessoas que não tem nada a ver com a família que ela achava que era sua é algo que mexe com sua cabeça.
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Todos estavam reunidos em frente a cela onde Josie estava presa, mesmo que Lia não entendesse muito o motivo disso.
— Parece que a gang toda esta aqui. — Ela diz, ao acordar. — Por que estou presa exatamente?
— Você passou por muita coisa. — Alaric responde, com um tom de voz sério. — Como está se sentindo?
— Nunca me senti melhor, acho que a terapia foi boa pra mim. — Respondeu, fazendo com que todos se entreolhassem.
— Você está cheia de magia negra. — Lizzie disse, quase em um sussurro. — Fui muito egoísta para ver isso antes mas... Eu posso sentir isso. Essa não é você, Jo.
— Sou eu agora. — Respondeu, agora com seus olhos completamente pretos e um sorriso extremamente macabro em sua boca. — Então se acostume. — Estalou os dedos, trocando a roupa e agora vestindo um vestido todo preto e batom vermelho. — Porque esse look esta aqui para ficar.
Todos que se encontravam ali estavam tremendo de medo, embora evitassem deixar tão claro. Lia observava a garota e se lembrava de quando sua maior preocupação em relação a ela era sobre o Ethan, agora era sobre todos ali, até mesmo si mesma.
— Josie, está bem. — Hope diz, com a voz semi-trêmula. — Só te colocarei pra dormir até descobrirmos o que está acontecendo, okay?
Lia se perguntava como a tribrida não tinha nenhum medo da Saltzman, já que a própria Lia, que por onde passa deixa um traço de destruição e magia negra, estava com um enorme receio sobre a garota.
— Boa ideia. — Respondeu, com os olhos completamente pretos novamente, agora fazendo com que Hope desabasse sob Lia, que segurou a garota junto com MG. — Não fique tão assustada Lia, nós duas não somos tão diferentes. — Sorriu de novo, agora pondo a loira pra dormir.
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THE OTHER ONE ━━ LEGACIES
FanfictionOUTRA | "Tudo que eu sei sobre mim é mentira, não tem um pingo de verdade na minha vida." Durante sua vida inteira, Lia M. Turner e sua tia se mudavam de galho em galho e nunca ficavam mais de um ano na mesma cidade, algo que sempre deixava a garota...