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Abri as portas da cafeteria, dando passagem para que Iseul entrasse primeiro, e logo fomos recebidos pelo cheiro de café expresso.

Toda vez que eu vinha neste lugar, entendia do porquê que Jungkook amava vir aqui, - além, de ser por conta de Haneul - o lugar era muito aconchegante e nos dava vontade de comer e beber tudo que víamos pela frente. 

Avistei meu primo sentado, comendo uma torta e rindo de sua namorada, que estava em pé ao lado de sua mesa. Haneul estava com o avental da cafeteria, esperando que novos clientes chegassem, seus olhos espertos e profissionais nos avistaram assim que entramos.

— Hoseok-oppa! — Desde que eu havia pedido para que me chamasse assim (Com intenção de fazer ciúmes à Jungkook), Haneul não parou mais. — Veio tomar café conosco? 

— Viemos fazer só um pedido, não vamos ficar por aqui. — Sorri e vi Jungkook murmurando. — O quê, garoto? 

— Disse que você deve me amar, me segue por todos os cantos! 

Aish, cala boca! — Revirei os olhos e vi ele rindo. — À propósito Haneul, essa é Iseul. 

As duas se cumprimentaram, e a mais nova nos pediu para sentarmos em uma mesa enquanto preparava o nosso pedido. Eu pedi apenas um café expresso, com algumas rosquinhas, enquanto Iseul pediu um cappuccino e três pedaços de um bolo confeitado.

Iseul estava um pouco tímida, apesar de já conhecer Jungkook, mas tentamos aliviar a tensão que estava sobre ela. Não demorou muito para que Haneul voltasse com os pedidos já embrulhados.

— Aqui está. — Ela nos estendeu os pedidos com um sorriso amigável. 

— Obrigado. — Estendi o dinheiro para a garota, contado certinho, pagando por tudo. 

— Hoseok! — Escutei Iseul arfar. — Não precisava pagar pelo meu!

— Deixe-me ser gentil, Iseul. — Falei rindo e a vi revirar os olhos.

Aish, você irá falir desse jeito... — Murmurou. 

Entre mais algumas risadas e algumas brincadeiras entre mim e Jungkook, saímos da cafeteria, rumo de volta ao apartamento. Antes disso, bem na saída, nos deparamos com um casal entrando e acabei esbarrando na garota.

— Desculpa! — Pedi sincero para a garota bonita, que apenas sorriu tímida. 

— Tudo bem, não foi nada. — Ela gesticulou, e notei constrangido as manchas que haviam em seu braço. 

Sorri amarelo e ofereci o braço para Iseul, para continuarmos andando. 

— Vamos entrar, Rawoon? — Escutei o rapaz perguntando gentilmente e vi de relance ele abrindo a porta da cafeteria. 

— Vamos.

☀️

Iseul me convidou para tomarmos o nosso café em seu apartamento e eu não rejeitei, já que queria me relacionar melhor com sua família. 

Assim que entramos, encontramos  apenas Taeyang que estava na sala assistindo um desenho animado. Percebi que seus olhos ainda continuavam receosos, mas o medo havia passado. 

Sunshine. — Iseul lhe chamou carinhosamente. — Onde está o seu tio preguiçoso?

— Está no quarto, mamãe. — Ele a respondeu sem tirar os olhos da TV, estava concentrado no que passava ali.

— Você sabe dizer o que ele está fazendo? 

— Escutei músicas do teclado, mas logo, o escutei conversando sozinho, mamãe. 

— Ah... — Iseul pareceu entender o que seu irmão estava fazendo. — Deve estar jogando e conversando com a Akemi, então. Bem, trouxe bolo, você quer?

— Simmmm! — Ele finalmente esqueceu da televisão, e foi correndo em direção a sua mãe, que riu do seu jeitinho animado. 

Eu o super entendo, afinal, quem negaria comida? Principalmente um bolo de chocolate?

☀️

— Então, você estava estudando enfermagem? — Perguntei, Iseul ficou ruborizada e desviou seu olhar para a xícara em suas mãos.

— Sim... — Ela suspirou. — Foi completamente difícil trancar o curso, mas é um sacrifício que não me arrependo. 

Iseul desviou seu olhar em direção à sala, da onde estava sentada na mesa da cozinha, ela conseguia ver perfeitamente Taeyang na sala. 

— Mas... — Franzi o cenho confuso. — Você estava quase no final do curso quando descobriu estar grávida... Não foi só por conta de Taeyang, não é? 

— Na verdade... Não. Foi por conta do pai dele. — Iseul mordeu seus lábios levemente, completamente desconfortável em só de pensar no ex. — O ciúmes dele era excessivo demais, preferi evitar o estresse durante a gravidez. Tranquei a faculdade nesse período, o que fez as brigas diminuírem por um tempo, e quando Taeyang completou três anos, me separei de seu pai e consegui concluir o curso. 

— Imagino que não foi fácil...

— Eu precisei de muita persuasão de que era uma boa aluna, para que a direção me aceitasse de volta. — Ela riu um pouco. — Mas tive ajuda de muitos professores e do meu amigo, que hoje trabalha comigo como médico. 

Fiquei por um tempo apenas apreciando o café, tentando absorver tudo aquilo. Iseul parecia estar longe em seus pensamentos também. Era a primeira vez que ela me contava sobre sua gravidez, sobre o pai de Taeyang e como foi difícil por tudo que passou até então.

Aos poucos as reações de insegurança de Iseul, o jeito protetor de Yoongi, e até mesmo o pouco de medo que Taeyang havia demonstrado, começavam a fazer sentido. Ele deve ter visto muito dos momentos de ciúmes de seu pai.

Omma... — O garotinho entrou na cozinha com prato, em que estava o bolo, vazio. Seus movimentos pareciam mais lentos e seus olhinhos estavam quase se fechando.

Sunshine, gostou do bolo? — Iseul perguntou assim que ele ficou bem próximo de si. Passou as mãos em seus cabelos, e logo repetiu o gesto, voltando a sua mão para a face de Taeyang, com o cenho franzido. — Bebê você está bem?

Ele não disse nada, apenas balançou a cabeça negando, fazendo sua mãe suspirar. 

— Ele está muito quente. — Ela se virou pra mim, e senti um modo protetor tomar conta de mim. 

— Taeyang, o que você está sentindo? — Em resposta a minha pergunta, ele deu apenas de ombros levemente. 

— Hobi, por favor, leve ele até o quarto enquanto eu procuro um remédio e o termômetro. 

Fui em direção ao pequeno, e me surpreendi quando o mesmo estendeu os bracinhos em minha direção querendo colo. 

O aconcheguei em meus braços e o levei ao provável quarto que era dele, um de papel parede azul com nuvens. Coloquei Taeyang em sua cama com muito cuidado, mas mesmo assim, o pequenino gemeu baixinho de dor. 

— Pronto, sua mãe logo virá. — Passei a mão em seus cabelos.

— Tio Hobi... — Ele murmurou sonolento. Agora meu coração, era do tamanho de um "nada". — Quando vamos terminar aquela construção? 

Não pude evitar de sorrir. Então era essa a sensação? 

— Assim que você estiver melhor. 

My Little SunshineOnde histórias criam vida. Descubra agora