Capítulo 2 - O dia em que conheci ele

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Finalmente fevereiro chegou. As férias foram boas, fomos a Paris em família pra comemorar minha entrada na universidade de Oxford e foi incrível. Já estive em tantos lugares incríveis no mundo que não posso reclamar da minha vida em relação a isso.

Minha mãe gostaria que eu tivesse alugado um apartamento pra ficar, mas decidi que vou fazer isso mais pra frente, por enquanto vou ficar no dormitório da universidade, pra me acostumar com o que vou viver daqui pra frente.

Acabei de pegar meu avião para Londres, onde vou descer para pegar o ônibus para Oxford. Tenho agora 5h30 para pensar e refletir sobre minha vida. Não vou mentir que estou um pouco assustada em me afastar tanto assim dos meus pais, isso nunca aconteceu em 18 anos.Por mais emocionalmente que eu tenha me tornado, tudo isso é novo pra mim. Tivemos uma despedida calorosa e cheia de abraços. Agora estou sentindo borboletas no estômago, e isso é raro pra mim.

Coloco meus fones, no volume máximo, e curto a viagem , observo cada pedaço pois estou ansiosa demais pra dormir. Tenho sorte de viver na Inglaterra. Meus pais são brasileiros, mas decidiram se mudar pra cá pra ter uma vida melhor. Sou grata por isso, mesmo não demonstrando muito.

Quando escuto uma musica aleatória tocando no meu fone, percebo que acabei pegando no sono e agora faltam apenas 15 minutos pra chegarmos em Londres. Eu já estive em Londres algumas vezes, é uma bela cidade, e estou animada com o fato de ser perto de Oxford, pois é minha cidade favorita.

Depois de pegar o ônibus pra Oxford, desço na universidade e estou indo em direção ao dormitório. A faculdade está lotada de pais trazendo seus filhos,chorando e pedindo pra eles tomarem juízo, e não consigo deixar de rir disso.

Pra ser sincera ainda não sei o que esperar da faculdade. Sei que vacilei no ensino médio mas aqui eu pretendo pelo menos frequentar as aulas, porque tenho consciência de que isso aqui vai definir meu futuro.

105-B. É aqui.

Chegando no dormitório, vejo meu canto do quarto vazio e sem tinta nenhuma na parede, um local completamente sem graça, o que me faz lembrar que eu trouxe muitas coisas pra colocar minha personalidade naquelas paredes. Com certeza vou fazer isso, mas depois de um banho. Olho pro outro canto do quarto e imagino que uma menina meio gótica deve ser minha companheira. A parede esta pintada de preta, assim como o armário, e tem diversos posteres de bandas de rock e filmes de terror pendurados. Bem estranho. Não que isso me intimide, claro, eu posso lidar com qualquer tipo de pessoa, mas seria melhor ter uma colega de quarto normal.

Odeio chuveiro comunitário. Estou considerando alugar o apartamento que minha mãe me ofereceu, mas vou evitar pensar nisso agora, já que fazem apenas 20 minutos que cheguei.

Volto ao meu quarto, só de toalha, seco meu cabelo rapidamente com a toalha e já o penteio, e decido colocar uma regata branca de alça bem fina e uma calça de moletom larga. Não vou mentir, estou bem sexy e sentindo que muitos vão perceber isso também. Desde meus 13 anos me recuso a usar sutiãs e isso atrai alguns olhares não necessários, mas não me importo.

Decido arrumar minhas coisas, já que só tenho aula amanhã e hoje é domingo. Penduro alguns posteres das minhas bandas indies na parede e alguns adesivos e já consigo me sentir mais em casa. Trouxe minha roupa de cama e meu travesseiro e finalmente esse pequeno lugar tem um pouco minha cara.

Já fiz tanto, e olho no relógio e já se passaram 4 horas desde que cheguei. Decido dormir um pouco, pois foi uma viagem cansativa.

Acordo com um ronco bem alto, e quando olho pro lado dou um grito:

Anna - "Que inferno você está fazendo no meu quarto?"

Por um minuto analiso o menino que está deitado do lado obscuro do quarto. Seu cabelo é um pouco longo e enrolado nas pontas, tem olhos pretos e muitas tatuagens pelo corpo inteiro. Ele está usando uma calça de moletom parecida com a minha, que marca perfeitamente seu membro. É assustadoramente sexy. Seu corpo é magro, mas definido, e é incrível o contraste da pele dele com as tatuagens. Acho que nunca vi um garoto tão sexy assim. Já tive alguns meninos na minha vida, mas nada tão intenso a ponto de só olhar e já me sentir molhada, mas é óbvio que não vou demonstrar isso.

Thomas - "Primeiro, sem necessidade de grito nesse quarto, não nessa situação pelo menos. Meu nome é Thomas Bay, eu curso direito e estou no segundo ano. Pra sua sorte, você vai ser a unica garota a dividir o quarto com um menino, porque todos os outros femininos estão ocupados e o meu é o único vago. Por alguma razão "misteriosa" meu antigo parceiro de quarto pediu transferência, então estamos aqui. E estou gostando da visão. Essa blusa combina perfeitamente com seus peitos destacados"

Não sei o que pensar no momento. Não acredito que ele fez esse comentário idiota. Coloquei essa blusa porque pensei que estava sozinha nessa droga de quarto, ou porque achei que uma menina ia entrar. Estou há uma ligação de surtar pra minha mãe pedindo o apartamento. Mas não vou fazer isso porque sei que é o que ele quer. Ele foi abusado assim pra me provocar, e como eu sei disso? Tenho feito isso minha vida inteira. Não vou ceder.

Anna - "Ok, Thomas. Desculpa pelo grito, não estava esperando por isso e eu não fui avisada por ninguém. Você fica no seu canto, eu fico no meu. Não precisamos conversar."

Thomas - "Mas e se eu quiser?"

Tudo dentro de mim vai mudarOnde histórias criam vida. Descubra agora