IV O farfalhar das folhas ao vento

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Novamente me encontro no mesmo lugar de meus sonhos anteriores, mas dessa vez não vejo a mulher que costuma ficar aqui, não há ninguém, somente eu. Grito
desesperadamente, andando pelos arredores, todavia, foi em vão.

Não é um lugar feio, pelo contrário é muito belo, não é horripilante, nem amedrontador, é aconchegante. Contudo, me sinto extremamente mal, como se eu tivesse perdido algo ou como se alguma coisa me faltasse.

Acordo em mais um dia, porém, tem algo de errado comigo, me sinto triste e com saudade, mas, por que saudade? todos os meus dias são felizes, ainda mais depois de minha proximidade com Benjamin...

Levanto da cama, corro e abraço os meus avós, um abraço forte e caloroso, que foi memorável para mim. Acho que eles não entenderam o motivo de minha atitude inusitada, mas não consigo explicar nada nesse momento.Um tempo depois, saio de casa e vou até o trabalho de Benjamin, corro o mais rápido que posso.

- O que está fazendo aqui? - Diz ele, ao ver eu me aproximando tão depressa.

Ao chegar até ele o beijo, como se tivesse só nós dois ali, as pessoas ao redor começam a olhar, entretanto, não me importo. - Desculpa, eu precisava fazer isso. Digo um pouco ofegante.

- Tudo bem, isso só é muito inesperado. - Diz ele com timidez.

- Eu já vou. - Digo dando um passo para trás.

- Me espera no velho carvalho, logo irei sair.

- Tudo bem, eu te espero.

Saio e vou em direção ao local que ele pediu para espera-lo. Quanto mais eu caminho, mais a paisagem vai mudando, e logo deparou-se-me uma vasta planície com árvores "coloridas", por conta da ação do outono, nesse tempo onde as folhas mudam sua tonalidade e começam a cair dos ramos, se preparando para o inverno, que em breve chegará. Continuo a deslocar-me, e mais vejo as belezas de cá.

Ao chegar no local combinado, eu me deito na grama abaixo da árvore, fecho os meus olhos e apenas ouço o relaxante som do farfalhar das folhas ao vento. Encontro-me em um momento sublime, até um novo presságio me trazer novamente minhas preocupações, já esquecidas pelo memorável momento de serenidade. Sem dúvidas, foi a pior de todas as predições. Porém, esta incógnita manterei em meu coração.

Benjamin, chega sem me assustar dessa vez, ele é o que mais entende minhas confusões. Benjamin, se deita e faz o mesmo que eu, apenas aproveita o momento. Assim ficamos por alguns minutos, sem dizer uma palavra se quer.

- Precioso momento... - Diz ele, de olhos fechados.

- Sim, gostaria que nunca acabasse.

- Mas nunca vai. - Fala abrindo os olhos e virando-se para mim.

- Como você sabe? - Ele fica em silêncio por uns instantes, após minha pergunta.

- Eu apenas sei... por que acabaria? Por que você está sempre falando como se fosse partir?

Ele sempre observa e compreende tudo o que falo e faço, mas não sei como diria as coisas que vejo, tudo foge completamente do comum. - Benjamin, vejo coisas que nem eu compreendo. - Falo, mas, me arrependendo um pouco de ter dito.

- Eu sinto sua aflição a cada dia que passa.

- Se o que eu vejo for real, da forma que sinto, eu partirei. Não deveria dizer isso, e não sei como explicar.

- Se isso for real prometa que se lembrará de mim? prometa que vai regredir?

- Eu não sei se eu deveria fazer isso, mas, eu prometo a você. E você, me promete também que não se esquecerá de mim?

- Eu prometo. - Após falar isso, ele me abraça. E assim permanecemos por um tempo.

Sinto medo e preocupação, no entanto, sinto-me compreendida, tal coisa não acreditava que pudesse acontecer, afinal, nem eu ando me entendendo. Tento manter as esperanças de que nada do que eu vejo é real, entretanto, uma parte de mim pressupõe assombrosamente que meus presságios delimitam o presente, do meu Inexplicável futuro.

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