Gabriela

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Eu decido encurralar minha mãe e ver se ela vai me dizer alguma coisa. É um tiro no escuro, mas eu tenho, pelo menos, tentar novamente.
— Mãe? — Eu espreito na sala de estar onde ela está assistindo TV.
— O que foi, Ceci? — Ela pergunta, bocejando.
— Eu acho que nós precisamos conversar, — eu começo, sentando-me na outra extremidade do sofá.
Ela me olha com uma expressão de pânico. — Meu Deus! Você está grávida?
Eu abaixo a minha cabeça e faço uma careta para ela.
— Sim, você está indo ser vovó. O pai do bebê e eu estamos fugindo para Paris, — eu digo com uma expressão séria. —Parabéns.
Ela aponta o dedo para mim e faz uma carranca. —Sério, isso não é engraçado. — Ela coloca a mão no peito em alívio. — Eu sou muito jovem para ser uma avó de qualquer
maneira.
— Eu estou contente que é o com isso que você está mais preocupada. — Eu reviro os olhos para ela.
— O que foi, gabriela? — Seu rosto se enche de confusão. — Você entrou em apuros?
— Não. Quero lhe perguntar sobre o papai.
Ela se mexe desconfortavelmente e olha para o teto hesitando antes de responder. — O que você quer saber que eu já não tenha te dito?Cruzo os braços e tornozelos, ao mesmo tempo. —bem, e quanto a caixa de bloqueio do papai para começar. O   que está nela?
Ela suspira, com os olhos arregalados de surpresa. -Como é que você sabe sobre isso? — Ela pergunta em um tom exigente.
— Eu estive à procura de respostas, mãe. Durante 6 a anos, eu perguntei. Eu tenho orado a Deus para me dizer.
Eu não tenho sido capaz de seguir em frente com minha vida. Todos os dias a minha cicatriz me lembra, certificando-me de que não posso esquecer esse dia. Isso está me consumindo.
Ela engole em seco, chocada com a minha confissão.
— Com quem você está falando? Você tem alguma ideia do que está fazendo? Você poderia estar colocando-nos em gabriela!
— Por que, mãe? Por que você não me contou?
— Com quem você está falando? — Ela pergunta novamente.
— Eu tenho um... um amigo que me ajudou. Eu achei a nota sobre Samuel Villa debaixo do colchão.
Ela balança a cabeça em descrença.  — Você nunca deveria ter feito isso. Você não tem ideia do que está
fazendo! Você vai nos matar!
— Então diga-me, mãe! — Eu grito, minhas bochechas queimando com raiva e ressentimento.
— Nós não estamos tendo essa conversa. Você... não está pronta,  — ela proclama. — É para te proteger Minha mãe não me dá absolutamente nenhuma resposta, exceto que eu sei com certeza que a nota tem algo
a ver com o meu pai. O que significa que eu preciso descobrir quem é Samuel Villa  por mim mesma, uma
vez que ela claramente não vai me dar todas as respostas.
Minha mãe não me dizendo poderia ser mais perigoso do que revelar. Eu mereço saber a verdade, não importa o quê. E eu não vou parar até ter a verdade.
Cris entra em meu quarto pouco depois. Ela se senta na ponta da minha cama em silêncio. Eu finjo ler uma revista, mas eu estou olhando para ela atentamente.
— Nós não conversamos faz um longo tempo, — ela começa. — Como realmente conversar. — Eu ouço o
lamento de dor em sua voz.
Eu combino com seu tom. — Eu sei.
— Como está diego?
— Bem. Ainda louco por Carol mas também não vai admitir isso. — Eu rio. — E você? O que se passa em
Universidade?
Ela arqueia as sobrancelhas para mim. — universidade ?
Oh, está ultra-saltitante, deixe-me dizer-lhe. Meu semestre está repleto de classes mais trabalho a tempo parcial no campus. É difícil.
Eu enrugo meu nariz para ela. — Algo para olhar para frente.                          — Sim, certo. — Ela ri. — Não, não é tão ruim. A Universidade é incrível. Você vai amar.
Eu dou de ombros, realmente não concordando com ela.
— Posso te perguntar uma coisa? — Eu digo suavemente.
— Sim, claro. — Seu rosto se enche de preocupação.
Eu instintivamente esfrego os dedos sobre o meu ombro, sentindo a cicatriz em meus dedos. — Quanto você se lembra daquele dia? Eu sei que você me disse antes, mas... você se lembra de alguma coisa? Como quaisquer conversas entre a mamãe e o papai antes?
Seus lábios formam uma linha reta. Eu sei que é um tema difícil para nós duas, mas eu precisava perguntar a ela.
Ela olha para baixo e sua voz é dolorida. — Eu me lembro deles brigarem muito. Mãe chorando. Papai pedindo-lhe para perdoá-lo. Lembro que ele fazia um monte de promessas. — Ela finalmente olha para mim com olhos tristes. — Eu acho que ele nunca as cumpriu.
Eu aceno em troca. Eu posso sentir minha garganta apertar-se, doendo apenas com pensamento.
— Ele nos amou, gabriela. — Eu olho em seus olhos enquanto ela continua. — Papai te amou tanto. Sempre
exultante sobre quão inteligente e talentosa você é. — Eu sorrio fracamente. — Se ele soubesse a encrenqueira que você se transformou. — Ela ri de brincadeira.
— Eu prefiro fodona, muito obrigado. Ela sorri. — De qualquer maneira, ele estaria orgulhoso de você.
Eu me inclino para o outro lado da cama e agarro sua mão. — Obrigado, irmã. Ele estaria orgulhoso de você, também. É a primeira vez em anos  Cris e eu conversamos sobre o nosso pai. Era sempre um assunto delicado em nossa casa, minha mãe nunca quereria falar sobre ou nos permite fazer perguntas.

A EstagiáriaOnde histórias criam vida. Descubra agora