7 meses antes...
Faith se acocorou atras de um recwpiente de lixo,respirando silenciosamente,com suspiros desesperados.Pesadas botas ressoavam próximo.Por favor, continuem caminhando.Por favor, por favor,mantenha-se em movimento.Seu rosto úmido de lágrimas que deslizavam silenciosamente por suas faces.
Nunca deveria ter saído.Quase ficara em casa,aconchegada na
cama com seu gato,um filme esdrúxulo e uma tigela de pipoca.Mas era muito patético para uma sexta-feira à noite,principalmente tão perto do Natal,quando estava tão sozinha.O mal-estar geral das férias e a depressão já começavam a se instaurar,e era só a primeira semana de dezembro.Mesmo a contra gosto se vestiu e se reuniu com umas
amigas em um clube.As outras queriam festejar até muito tarde e ela
não queria.
Eram poucas quadras dali até a estação do metrô.Consolou-se
sabendo que tinha um spray de pimenta escondido na bolsa,agora o
spray de pimenta estava na posse do seu perseguidor.
Faith fechou os olhos,tentando deixar para trás o som do disparo,
a imagem do corpo caindo,seu estúpido grito que atraiu os olhos
aguçados para ela.
Ela não teve ânimo suficiente para pegar o spray antes que ele
agarrasse sua bolsa.Mesmo por que da forma como o vento soprava
naquela noite,teria as mesmas probabilidades de espirrar nos olhos
dele que nos próprios.E então,como ela estaria?
Outro cadáver.
Os passos se detiveram.Uma respiração forte ecoava como se
estivesse soprando em seus ouvidos. Um perfume penetrou no estreito e
escuro espaço até ela,sobrepujando o aroma da comida podre e álcool.
Era um profissional,não um assaltante de rua casual.Pessoas pobres e
desesperadas não usavam bons perfumes.E se o fizessem,não seria de
uma marca tão cara.
Reprimiu um grito que a fez tremer toda e ecoou tão forte em sua
mente que ela temeu que ele ouvisse. Houve um estalo de um acendedor e logo a fumaça de cigarro encheu o ar.
Era como se estivesse fumando para que ela saísse,como se soubesse que não suportava mais o mau cheiro.Ele caminhava lentamente de um lado para o outro enquanto ela observava a débil chama pelas frestas de sua jaula de metal.Estava jogando com ela.
Ouviu o puxão de um zíper,e por um momento pensou que era da calça dele,porém o som que seguiu foi o estalo de uma carteira abrindo.
Sua carteira.
- Faith Jacobson,Avenida Flatbush, 580,Brooklyn.
A voz era relaxada,casual,porque assassinato era casual para ele.
Ela não queria estereotipar,contudo um homem italiano muito bem vestido no Brooklyn,com um pé sobre um cadáver não requeriam
qualquer outra lógica. Este homem tinha assassino escrito na testa
Soltar a bolsa fora necessário para poder correr, agora ele sabia
quem era e onde vivia. Por um momento conseguiu imaginar que ele
não sabia que estava atrás do contêiner de lixo. Tentou pensar aonde poderia ir, e como poderia manter-se a salvo de alguém que, sem
dúvida, estava perseguindo implacavelmente a única testemunha do seu crime.
Bonita. Morena, entretanto. É uma pena. - Ele devia estar
olhando a foto na sua carteira de habilitação, havia tingido os cabelos
antes de tirá-la. Agora estava de novo a sua cor vermelha natural. Não sabia o que significava para ele tal comentário sobre sua cor de cabelo,
isso importaria de uma maneira ou outra?
Deixou escapar um profundo suspiro.
Muito bem, vamos, saia. Se você me fizer ir até você, eu vou ter
que jogar contigo em primeiro lugar.
Isso foi demais. Ela se manteve controlada o tempo que pôde,
calada o tempo que suportou.
-Por favor, deixe-me ir.
-Sinto muito, não posso fazer isso. Tem muita informação nessa
cabeça bonita.
-Eu não sei nada. Não sei quem é você. E não me importa. Não
quero me envolver. Juro por Deus. Afaste-se. Por favor, o que eu vi, não
é assunto meu. Não me preocupo com ele. - Tudo o que Faith queria
era estar a salvo na cama com o seu gato.
O silêncio se prolongou como se estivesse considerando.
-Sinto muito. Seu show é esta noite, bebê.
Apesar de ter feito uma referência vaga de torturá-la primeiro se o
incomodava, ela não conseguia fazer qualquer parte do seu corpo se
mover. Estava paralisada. Como pode uma pessoa sair do esconderijo,
sabendo que uma bala a estava esperando do outro lado?
Faith congelou entre um hambúrguer podre e uma sacola cheia de
garrafas de cerveja vazia. Fechou os olhos e se obrigou a estar no seu
acolhedor apartamento.
A tampa do recipiente de lixo voou para trás, e ela gritou por um
salvador que sabia que não viria.
O italiano apontou a arma para ela.
-Cale-se, cadela. Quer ser responsável pela morte de outra
pessoa, também? Posso disparar em testemunhas a noite toda.
Ninguém chegaria a ela antes que ele apertasse o gatilho. Deus!
-Por favor, não me faça mal. Juro que não me importa o que
aconteceu ali. Só quero ir para casa.
-Merda que vai. Atiro em você ai no lixo, e não tenho que limpar
nada. Isso será favorável.
-Deu um passo para o lado, alinhando a mira enquanto a luz da parede oposta iluminava seu rosto. Em lugar de apertar o gatilho, limitou-se a olhá-la. - Se quer viver, saia daí agora mesmo.
-Pensei que havia dito...
-O que eu disse foi para tirar a sua linda bunda para fora do lixo
antes que eu mude de ideia.
Poderia torturá-la. Poderia violá-la. Não haveria maneira que aquilo
terminasse bem. Não seria melhor ficar onde estava e morrer
rapidamente? A lógica da situação não tinha importância. Não podia
deixar de se apegar à pequena esperança de que pudesse sobreviver a esta noite se ela cumprisse as exigências. Apesar das advertências que seu cérebro gritava, levantou-se do monte de lixo e torpemente saiu de
trás do recipiente de lixo.
Precisou se agarrar à parede de tijolo para que se mantivesse em
pé.
- Fique ali na luz.
Faith não estava segura de como conseguiu correr com saltos de
sete centímetros, porque agora mal caminhava sobre eles, cambaleava
enquanto andava os poucos metros à esquerda para obedecer à ordem.
- Por favor...
- Se voltar a dizer, por favor, uma vez mais, eu disparo.
Ela fechou a boca.
- Diga bebê... O tapete combina com as cortinas?
Com milhões de coisas horríveis que podia ter ouvido, "O tapete
combina com as cortinas" não estava entre as mil.
- Sinto muito, o quê?
- Está surda, querida? É uma pergunta bastante simples. É ruiva
natural?
- S... Sim.
- Mostre.
Ela se virou para correr de novo, mas ele foi muito rápido. Apertou-
a contra a parede, puxou sua calcinha para baixo enquanto puxava a
saia para cima e torpemente dirigiu seu corpo para a luz. Ela se
retorceu e lutou contra ele. Esperava que a derrubasse e a estuprasse,
mas ele depois de que encontrou provas do que havia dito a verdade,
cobriu-a de novo.
- É provável que seja a cadela estúpida mais sortuda do mundo.
- Seu braço rodeou seu pescoço, apertando sua garganta, empurrando
sua consciência para um poço escuro até que o mundo reduziu a um
pequeno ponto de luz, logo piscou fora da existência.♤♤♤♤♤♤♤♤♤♤♤♤♤
Faith não esperava despertar. Sobretudo não esperava despertar
nua, em uma banheira de água, com seu perseguidor, captor, agora
sentado na tampa do vaso sanitário fechada, olhando para ela. Ela
lutou para se cobrir.
- Não tem que se preocupar comigo. Não é meu tipo. - Fez um
gesto para um sabonete na borda da banheira. - Lave-se. Você cheira a
esgoto,Harry não terá misericórdia de você. - Abriu um telefone celular
barato. - Ore para que seja em seu favor.
Seus olhos não se afastaram dos de Faith, enquanto ele ligava. A
chamada conectou, e os rasgos suavizaram, rompendo em um sorriso
que o fazia quase atraente. Se ele não houvesse estado ameaçando
matá-la.
- Harry! - disse.
Faith pegou o sabonete, muito assustada para não fazer o que ele
mandou. Tentou ignorar a nudez, concentrada na conversa do homem.
-... Sim, faz um longo tempo. Estive muito ocupado. Escuta,tenho algo aqui que poderia interessá-lo, pense que é um presente de Natal adiantado. Recorda o que me disse da última vez que esteve aqui?
Aquela coisa que teria se não fosse por seu código moral? ... Não estou
sugerindo que... Pára e escuta por um maldito minuto,Harry. Tive que
despedir um da minha equipe esta noite. Não fui tão cuidadoso como
deveria ter sido, mas tenho alguém fazendo a limpeza agora. Houve uma
testemunha. Ela é do seu tipo. Ruiva. Magra. Grandes olhos verdes.
Não sei o que vê nessas cadelas irlandesas, mas ela é perfeita para você.
Pode ter o que você tanto queria. Tudo o que tem a fazer é vir e pegá-la.
Houve uma longa pausa onde Faith ouviu gritos indecifráveis do
outro lado do telefone.
- Calma caralho. Olha o que fazer com ela, uma vez que a tenha
depende de você. Mas se não a pegar, ela está morta. Se a deixar sair,
você sabe que a encontrarei outra vez e estará morta. Sua vida está em
suas mãos, e uma vez que a vir, sei que irá querê-la. Estou fazendo um
favor, dando o que você quer e salvando a vida dela. Sou um santo
normal. Poderia ter disparado na puta... Sim, estou em casa... Sim,
bom, não quer ter as mãos sujas. Não quer estar no negócio da família,
mas já sabe de onde vem o dinheiro. Não esqueça isso... Negócio
honesto minha bunda... Não poderia ter começado esse negócio sem a
sua família. Venha agora mesmo.
Imagens horríveis passaram por sua mente, piores até do que a
cena do crime que presenciou ou a recente ameaça de morte. Ele iria
prostituí-la. O que então? Poderia passar por tudo, ser usada e logo
depois deixada morta em um beco? Faith se abraçou com mais força ao
redor do seu corpo. Apesar da falta de interesse dele, nunca se sentiu
tão exposta sexualmente.
Ele desligou o telefone e percorreu seu corpo com os olhos,
avaliando-a, como um cavalo que se poderia vender.
- É muito mais problema do que vale a pena. Meu irmão é um asno ingrato.
A porta do banheiro se abriu e outro homem atraente em um traje
elegante entrou. Faith se apressou em se cobrir.
- Que merda é essa? - Disse o homem ao vê-la na banheira.
- Relaxe, querido. Ela é para o Harry.
- Oh!
Ele riu entre dentes.
- Acha que troquei de lado? - Ele dirigiu um duro olhar a Faith.
- Fora. Está tão limpa como pode estar.
Ele estendeu uma bata e Faith se meteu nela, pensando em uma
forma de sair desta confusão.
Se este homem,Harry,a salvar, não teria salvação.
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Máfia Captive
ActionFaith Jacobson estava no lugar errado na hora errada.Ao ser testemunha de um assassinato executado por um mafioso, ela está bem próxima da morte, então Angelo Styles decide dar ao seu irmão um presente bastante improvável. Harry evitava participar...