O Inicio da Segunda Jornada

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Até aquele ponto, eu já tinha liderado equipes com mais de 20 pessoas, inclusive em mais de 10 países diferentes. Já tinha apresentado projetos para diretores globais de grandes empresas, em inglês e português. Já tinha coordenado projetos inteiros de tecnologia, desde a criação do software até o treinamento dos usuários. Tinha desenvolvido cursos on-line e presenciais de treinamento para novos funcionários. 

Já se iam mais de 15 anos de experiência na área de TI. Eu já tinha errado tanto que começava a ter 1 certeza: agora, vai dar tudo certo! Comecei a sonhar com a minha consultoria e, por acreditar muito na ideia, comecei a ter certeza de que tudo daria certo. Falava dela com amigos que sempre se mostravam preocupados com a minha troca 'do certo pelo duvidoso'. Sempre recebia conselhos para manter as portas abertas. Mas eu, queria "queimar os navios de volta", queria me jogar de cabeça na então: Turma da Cozinha (primeiro nome da Youngers). 

As coisas no escritório já não faziam mais sentido nenhum. Os conselhos que eu ouvia guardava todos no coração, mas não fazia absolutamente nada com eles, apenas os ouvia. Comecei a adoecer com a situação toda. Às vezes era ansiedade, vontade de viver a vida de empreendedora. Às vezes era depressão por não ter coragem de pedir as contas. Mas a Turma da Cozinha ainda era apenas uma ideia. 

YOUNGERS 

O Nome 'Turma da Cozinha' era muito divertido, mas não caía bem nas conversas que eu continuava a ter, e foi quando Sergio Wesley - diretor da NQM Comunicação - me sugeriu desapegar do nome e fazer brainstormings pra encontrar um nome mais adequado. Ele mesmo sugeriu "S2" que, na época, em meados de 2011, era o avô dos emojis, usávamos S2 pra representar 1 coração nas conversas por mensagens de textos no messenger.

Eu e Cleber convidamos um amigo, Henrique Stumm, para pensar na empresa junto com a gente, e numa destas noites em que sonhávamos com futuro, surgiu o nome: YOUNGERS. Se antes eu já estava certa de que faria isso, agora então, estava na contagem regressiva para largar toda a carreira corporativa em favor do meu negócio. 

Se você está me acompanhando, percebeu que até este ponto, tudo que Y tinha era um nome (e um CNPJ!!!). Nós não tínhamos feito nenhum evento, nenhum teste, nenhuma venda, nada. Ainda estava tudo na minha cabeça. Na real mesmo, eu não sabia direito por onde começar. Apesar de ter começado inúmeros projetos internos na empresa, eu estava meio perdida com como tornar aquela ideia em empresa. 

PRIMEIRA VEZ 

O Henrique Stum, nos trouxe o primeiro desafio, uma dinâmica com os novos alunos da FESP! Nos preparamos, ensaiamos, cheguei mais cedo no escritório para sair mais cedo (e levar comigo + uma colega de trabalho que tinha por hobbie fotografia, assim ela poderia cobrir o evento) e fomos fazer nossa estréia: 

O Henrique Stum, nos trouxe o primeiro desafio, uma dinâmica com os novos alunos da FESP! Nos preparamos, ensaiamos, cheguei mais cedo no escritório para sair mais cedo (e levar comigo + uma colega de trabalho que tinha por hobbie fotografia, assi...

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Deu tudo certo. Foi lindo, todos amaram! Feedback super positivo. Vieram daí outras oportunidades de falar para jovens aprendizes, e também deu tudo certo. Cada evento destes nos rendia alguns trocados. Eu não fazia a mínima ideia de como precificar, como emitir 1 nota fiscal, como pagar o imposto, como fazer o pós-venda. Mas eu já era a empreendedora mais confiante do universo. O que eu fiz? 

Depois de mais 2 ou 3 eventos como este, com apoio do Cleber, fui lá e pedi pra sair. Na verdade pedi pra ser mandada embora! Funcionou. Fui demitida sem justa causa, consegui receber todos os benefícios por conta disso. Era abril de 2014. !!!

ROTINA

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ROTINA

Todos os dias, após a demissão, eu acordava na mesma hora em que acordara nos últimos 16 anos para ir trabalhar. Ia para o centro da cidade em busca de uma cafetaria, ou lanchonete com wi-fi onde eu pudesse trabalhar! Ficava lá aos arredores da empresa, de onde fui demitida, com computador ligado, pensando em tudo que eu deveria fazer agora que eu finalmente era dona do meu próprio negócio. 

O desafio era que eu não fazia a mínima ideia do que exatamente eu tinha que fazer. Toda minha experiência com gerenciamento de projetos me parecia inútil naquela fase. Eu não tinha clientes, nem plano de prospecção (nem sabia o que era isso!), não tinha nenhuma estratégia de vendas, nem lista com potenciais leads (também não fazia ideia de que era isso que eu precisava fazer). Eu nem me lembro exatamente o que eu ficava fazendo nesta fase!! :) 

Como a gente conhecia muita gente, surgiam convites de vez em quando, um aqui, outro ali

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Como a gente conhecia muita gente, surgiam convites de vez em quando, um aqui, outro ali. Nada consistente. Eventos sempre legais, com feedbacks positivos, sem continuidade, sem pós venda, por um preço muito abaixo do mercado na época. Às vezes a gente fazia eventos para ensino médio, outras para aprendizes à serem contratados nas empresas, às vezes para universitários em inicio de curso.. mas não havia diferença nas nossas propostas. 

Não levou muito tempo para eu torrar toda grana que havia recebido pela minha demissão, e ainda começar a fazer dívidas! Eram muitos boletos, mensalidade escolar, financiamento do ap, condomínio, IPVA, IPTU, mercado, diarista, gasolina, e todo o r...

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Não levou muito tempo para eu torrar toda grana que havia recebido pela minha demissão, e ainda começar a fazer dívidas! Eram muitos boletos, mensalidade escolar, financiamento do ap, condomínio, IPVA, IPTU, mercado, diarista, gasolina, e todo o resto. Sem dinheiro entrando, a dívida era uma grande bola de neve. Saímos de uma situação financeira estável e muito confortável para uma dívida de quase R$100.000,00 (nunca devi tanto na minha vida!) 

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