•32 - Perfeitamente erradas

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Vamos boiolar um pouquinho, hm?

Ouçam "Perfectly wrong" do Shawn Mendes quando eu pedir, okay?

Enjoy♡.

•••

POV Bianca Andrade

Assim que nós separamos terminamos o beijo com selinhos até eu abraçá-la forte e ela retribuir beijando minha cabeça.

Nós caminhamos até a varanda de sua casa e sentamos na escada quando ela olhou para mim.

- Mas vem cá, o que você veio fazer aqui, hm? - Perguntou entrelaçando nossas mãos e fazendo um carinho com os dedos.

- Eu vim aqui na intenção de conversar com você. - Levei sua nossas mãos até minha boca e deixei um beijo sobre a costa da mão dela. - Eu queria conversar sobre o que nós somos ou podemos ser. - Revelei baixo.

- Eu também queria conversar com você sobre nós. Você não veio no melhor horário, mas nós podemos conversar um pouco. - Disse olhando o céu escurecido.

Deveria ser seis e alguma coisa.

- Mas bom, você quer começar? - Perguntou me encarando de novo.

- Pode ser. - Respondi e respirei fundo.

(Play)

Eu estava nervosa, pensei que ela não iria querer falar sobre isso agora, mas foi tão fácil.

- Eu já disse metade do que queria para você no quarto do Petrix na festa, mas eu ainda quero dizer mais. Eu tenho guardado esse sentimento dentro de mim a muito tempo, Rafa, mas não tive coragem de contar. Desde o Colégio quando eu defendia você dos garotos idiotas e escutava conversas que diziam que nós duas namorávamos eu já sentia algo forte por você e, quando nos mudaram de sala, eu senti que tinham tirado uma parte de mim. Nós sentamos sempre juntas, fazíamos todos os trabalhos juntos, vivíamos juntas, eu sempre  que nós eramos perfeitas. Eu não vou exigir que você me ame nem nada, vou respeitar se você não quiser namorar agora ou tentar ter algo, eu quero respeitar seu tempo, seu espaço e sua energia. Eu só queria dizer que o que você quiser eu tento, por você. Eu estou assumindo aqui e agora, na sua frente, Rafa. Que eu sou completamente e totalmente apaixonada por você. - Terminei prendendo o "Eu te amo" que queria sair. Eu quero respeitar o tempo dela e, talvez um "Eu te amo" agora não seria bom.

Rafa ficou calada por um tempo, como se processa-se o que eu acabei de dizer.

- Ah, esquece isso de aperto de mão. - Andou até ela abraçando-a. - Eu já conhecia você, Bianca, e sempre gostei muito de você. Muito prazer, como você sabe eu sou Sebastião, mas pode me chamar de "Tião", "Sogro" ou "sogrão". - Piscou e riu fazendo a morena ao meu lado relxar.

- Eu com certeza vou chamar você de "sogrão". - Bianca brincou fazendo todo mundo rir.

Aparentemente conquistou o pai, a mãe e a filha...

O quê mais ela precisa?

POV Bianca Andrade

Nervosa, tensa e sem reação.

Era assim que eu estava agora.

Após toda a discussão com o Ex da Rafa, nós ficamos sentadas na varanda da casa dela de mãos dadas conversando sobre assuntos aleatórios e apenas nos beijando quando pai dela apareceu.

Rafa parecia normal mas meu corpo gelou e meu sangue parou de correr.

De duas uma: Ou ele me chama para conversar e me mata ou ele me manda correr e sai atrás me caçando.

Sem querer apertei seus dedos e ela viu meu nervosismo e se levantou me fazendo levantar também.

Ela fez as apresentações e eu nunca gaguejei tanto na minha vida!

Assim que eu estendi a mão para ele e o mesmo me puxou para um abraço meu corpo relaxou e eu soltei todo o ar que nem sabia que segurava em meus pulmões.

Depois que eu respondi a brincadeirinha de "sogro ou sogrão", o pai de Rafa perguntou se a gente não queria entrar e nós aceitamos.

Lá dentro nós começamos a conversar e eu vi que ele aceitou muito bem o fato da alma gêmea de Rafa ser uma mulher.

Meu sogro - nossa, isso é muito gostoso de dizer - perguntou se eu queria água ou um suco e eu aceitei a água. Ele pediu para Rafa ir buscar e assim que a mesma saiu ele virou para mim, suspirou e começou a falar.

- Tudo bem, Andrade, vamos conversar sério agora. - Começou e me olhou. - Eu sempre soube que você gostava da minha filha e sempre desconfiei que ela guardava sentimentos por você e eu sempre apoiei isso. - Confessou me deixando surpresa. - Eu cresci sabendo que o amor não tinha gênero, ele apenas era amor e meus pais me ensinaram a apoiar todo tipo dele. Quando você vinha aqui para casa e ficava admirando Rafaella explicar aquelas contas idiotas de matemática com os olhos brilhantes e apaixonados eu, de certa forma, desconfiava da ligação de vocês. Quando havia qualquer briga entre as duas Rafa sempre passava mal e não demorava uma noite você sempre corria para pedir desculpa, mesmo não tendo errado. O que vocês tinham sempre foi amor e ninguém desconfiava. - Sorriu nostálgico.

- Eu entendo, seu Tião. - Comecei confusa e sem me controlar questionei. - Mas onde você quer chegar?

- O que eu quero dizer, querida nora. É que eu apoio o relacionamento de vocês. - Revelou sorrindo.

Eu entrei e em choque.

Eu estava alegre.

Ele nos apoiava.

Responde, idiota!

-Muito obrigada, sogro. - Sorri agradecida. Minha felicidade não cabia no peito.

- Apenas... Não afaste a Rafa de mim. Eu sinto falta de Renato, irmão da Rafa, agora se ela se afastar acho que não aguento - Pediu com um sorriso triste.

- Pode deixar, não vou afasta-la de você, sogro. - Prometi reconfortante.

- Voltei. Quem quer água? - Minha garota falou entrando na sala e entregou os copos para seu pai e logo depois para mim e serviu a água.

Enquanto ela servia eu apenas a admirava e pensava:

Agora, não há nada nós segurando.

Destination Trails - RabiaOnde histórias criam vida. Descubra agora