Existencialismo

17 5 0
                                    

Sinto o cheiro do orvalho

No campo adormecido

Sinto o calor se esvaindo

Do meu corpo enrijecido


Sinto os passáros voando

Pelo céu enegrecido

Sinto a Terra chamando

Seu filho aborrecido


Sinto o que devo sentir

Vivi o que tinha de viver

E no fim sei

Que não tenho medo de partir

Muito menos de morrer


A vida me rendeu histórias

Me presenteou memórias

Me apresentou pessoas

E me mostrou a morte


A vida não me poupou dor

Muito menos amor

Não me poupou as alegrias

E nem as infelicidades


E em suas brincadeiras

A vida se mostrou

Pura e triçoeira

Única e verdadeira


Não podemos julgar a vida

Não podemos brigar com a morte

Pois nada nos pertence

Apenas a certeza de estar vivo

E a de um dia deixar de existir.

Diário TempestuosoOnde histórias criam vida. Descubra agora