Onde o mundo mágico resolve se conectar com algo dos trouxas.
Harry Potter pertence a J.K Rowling, alguns são OC's e pertencem a mim. Imagens retiradas do Pinterest.
Fúria era o que me descrevia, após aparatar em um dos locais permitidos de Londres Muggle, apareci novamente nos arredores do Castelo antigo, logo adentrando em passos apressados os longos corredores de Hogwarts. Passando por pessoas de todas as casas que paravam para me cumprimentar, mas logo ao verem minha expressão, desviava o caminho. Minha magia se encontrava em total fúria e descontrole, fazendo as vidraças das janelas tremerem, tochas acenderem em chamas altas e raivosas, muitos tremiam com minha presença ao sentirem a magia me envolvendo como uma coberta, uma coberta negra e fria.
Encontro a garota de cabelos loiros oxigenados, que com um sorriso sarcástico e sem delongas se aproxima, os lábios pintados de um vermelho vivo e exagerado, com um caminhar de mais puro divertimento.
— Torre da Astronomia, é lá que se encontra, Harryzinho.
O apelido dado por ela soou com deboche, apenas olhar para sua face já me dava motivos suficientes para lhe lançar um Crucios ou levá-la para os Centaurus a pisotearem eternamente. Coisa que não faria, não no momento, havia coisas mais importantes que tinha de fazer. Passo por ela sem ao menos olhar em seu rosto, seguindo a passos firmes e apressados -sem sequer demonstrar- em direção a Torre. Não percebi ser seguido e também pouco me importava, meu ódio e magoa falavam mais alto. Mágoa? Sim, está pairava em meu coração. O que ele faria para ter que retirar-me de Hogwarts? Era algo tão cruel assim? Eu já não sabia, mas tiraria a limpo.
“∆„
Subi as escadas em uma velocidade impressionante, ao chegar no local vejo algo que não esperava, o sol estáva se pondo o que deixava tudo mais bonito. Um nervoso loiro terminava de verificar se tudo estáva organizado e lançava feitiços de duração nas velas, organizava as almofadas novamente, trocando de lugar em um claro sinal de nervosismo, hora ou outra mexendo no cabelo o arrumando novamente, coçando a região da nuca com a mão direita enquanto conjurava um feitiço de tempus, observando que eu supostamente ainda não tinha chegado.
O fiquei observando por longos segundos, meus pensamentos pairando sobre o quão bonito ele ficava, mesmo sobre nervosismo. Se minha magia descontrolada não tivesse o alertado, com toda a certeza ficaria naquele ritual por incontáveis segundos, minutos ou até mesmo horas.
— Ah... Harry, digo, Pottah. - Malfoy sibilou de maneira baixa, quase imperceptível, deixando com que meu sobrenome saisse com um leve sotaque, quase imperceptível para aqueles que não prestassem atenção.
Empurrei levemente a porta me aproximando a passos curtos e calmos, minha magia se acalmando rapidamente e nada sendo destruído, como imaginei que seria. Observei o local atentamente, notando duas cestas de porte médio do lado esquerdo sobre um espesso tapete felpudo de cor prata, que só de olhar percebia o quão confortável era. Almofadas de todos os tamanhos e formatos faziam um semicírculo adornando o tapete até chegar as extremidades direita do mesmo e se adornar as cestas, as velas se encontravam no caminho, como se estivesse me guiando. O que era isso, um pedido de casamento?
— Sei que parece um exagero... Sei que deve estar irritado... E sei que se eu enrolar ou você me interromper, meu orgulho jamais me deixará continuar. - O mesmo se interrompeu, dando um meio sorriso, um meio sorriso de extrema sinceridade. Não pude deixar de retribuir, pois foi mais forte do que eu. - Meu orgulho sempre foi e sempre será um obstáculo, não por ser da Sonserina, mas por ser um Malfoy, fui criado para ser orgulhoso e jamais pedir desculpas, jamais abaixar a cabeça, fui criado para ser superior. Mas você, Potter, consegue abaixar todas as minhas barreiras, desde o primeiro dia em que nos encontramos enquanto experimentava as roupas e via meu tamanho para o uniforme. Nunca soube me expressar corretamente, devido minha educação, me fazendo ser rude com aquele que foi o primeiro a lhe mostrar gentileza. Então venho aqui, com uma sinceridade que jamais tive e peço desculpas, desculpas por todo os xingamentos, todos os tratamentos, todas as demonstrações de desprezo. Novamente, foi a bendita educação recebida. Como lhe disse, você Potter, consegue em segundos desmoronar todas as barreiras que criei para me proteger, e foi as utilizando que transformei sua vida escolar em um inferno. Quando você me negou, negou minha amizade... Ah Harry... Aquilo machucou meu ego, meu orgulho e quis lhe mostrar, mostrar que estáva errado em me negar. Eu não quis enchergar que o errado era eu, queria acreditar que você fora o errado em não me aceitar. Pensamentos deverasmente infantil, devo dizer. Então peço desculpas, desculpe-me novamente por ter sido idiota, desculpe-me por ter transformado sua vida em um inferno enquanto habitava Hogwarts. Eu sou um idiota e somente depois percebi isso. Não espero ganhar seu perdão, suas desculpas já me bastam.
Tudo foi dito em um único sopro, como se estivesse entalado a anos, e talvez estivera. Me aproximei dele, tendo a diferença de altura notável, então o abracei, um abraço caloroso e que já dizia por mim. Um abraço contendo inúmeras palavras não pronunciadas. Um abraço, contendo todo tipo de sentimento. Um abraço de desculpa. Sentir seus braços me rodearem foi, definitivamente, a melhor sensação. Ali me senti seguro, protegido, como se tivesse encontrado um lar ao qual pertencia. Estar ali, era como se estivesse no local ideia, era certo, correto de tantas formas e maneiras diferentes.
Relutante, me separei, o calor de seu corpo se afastando do meu machucando meu coração. Deuses, como aquilo era sufocante.
— Sim, Draco Lucius Malfoy, eu aceito tuas desculpas. Mas não entendo o porquê de tudo isto. - Isso era um fato, não havia motivos para fazer tudo aquilo, me deixava confuso e isso era outro fato.
Malfoy me guiou até os estofados, me fazendo sentar sobre os mesmos e com accio as cestas vieram para mais perto, da mesma retirei um sanduíche e logo me pus a comer, esperando por sua resposta, percebendo que o mesmo retirava um pedaço de torta -provavelmente de maçã- da mesma.
— Vi o quanto aquela brincadeira estúpida o magoou e me arrependi, já estáva planejando fazer algo do tipo e aquelas mensagens foi como uma gota d'água em um copo prestes a transbordar. Me senti um inválido quando aquela inútil da Emilly disse que te viu correr com lágrimas nos olhos. Céus Potter, deixou-me transtornado.
— Ora, não tinha o porque, assim como agora. Malfoy, a vida é sua, você faz o que bem entende dela. Se está interessado nos gêmeos, e dai? O que faz ou deixa de fazer cabe apenas a ti e a mais ninguém. Me senti magoado? Lógico, pois pensei ter sido usado e enganado, para ser mais uma de suas incontáveis piadas. Mas vejo que tudo não passou de um mal-entendido, certo? - Lhe dei um sorriso sincero, enquanto mordia mais um enorme pedaço do meu sanduíche e o via sorrir também, levantando a mão direita e ajeitando os óculos para mim, que por sinal a Ginny havia encontrado e me entregado, já que o mesmo estáva desaparecido sabe-se lá quanto tempo.
— Jamais quis fazer piada de ti, era, como muitas, minha maneira infantil e estúpida de chamar sua atenção. E sim, foi tudo um mal-entendido. Interesse naqueles cabeças de vento? Por favor, eu odeio ser dominado, prefiro estar por cima. Opinião pessoal minha.
— Oh... Entendo... Sei, até parece.
Disse-lhe em um tom brincalhão, o cutucando com o cotovelo em seu braço esquerdo, arrancando risadas do loiro. Hermione, Pansy, Blaise, Ronald, Luna e Ginna pensam que não os vi, mas cada sorriso em seus rostos estavam marcados em minha memória e eu me vingaria, de uma maneira Grifinória, não, de uma maneira Sonserina com a ajuda de um certo loiro.
Passamos o resto do "piquenique" assim, entre sorriso e risadas, esclarecendo todos os mal-entendidos que se seguiram por anos. Por que nunca fizemos antes? A resposta era simples. Orgulho. Orgulho sempre te impede de fazer algo, seja isso bom ou ruim. Então seria bom, de vez em quando, deixarmos ele de lado e seguirmos com o que achamos ser certo, não acha?
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Fui ler esse cap de novo (sim, eu tinha 20 Caps prontos, respect) e não gostei????
Sério, eu ia botar todo o ódio que eu tava passando no dia, mas ai transformei em algo fluffy???? Amas, okay. Espero que tenham gostado e perdoe-me qualquer erro grotesco.
