Capítulo 10- Alfonso

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Não gosto de brigar com a Any, ela é todo o meu mundo, sem ela não consigo ver alegria na vida e todas as  vezes que brigamos sinto como meu coração fosse esmagado.
Eu sei que deveria descer e pedir desculpa pelo meu comportamento, mas ninguém entende como eu me sinto quando o assunto é minha condição física, sei que a Any tem as melhores das intenções e que ela e minha família tem esperanças que eu me recupere.
É tão difícil eu conseguir ver essa esperança que eles tem, no começo logo depois do acidente eu tinha essa esperança dentro de mim, Deus sabe o quanto eu me esforcei e acreditei que poderia voltar a ser  como antes e depois de meses de tratamentos intensivos, não obter nenhuma melhora foi extremamente frustrante e só de imaginar passar por tudo isso de novo me deixa a beira de um ataque de pânico.

Decido tomar um banho para relaxar um pouco.

Depois de estar limpo com esforço me deito na cama e ligo a tv para distrair minha mente dos problemas que me assombram.

Em seguida ouço batidas na porta......
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Anahi :

Depois de tomar um banho e pegar uma roupa de Dul, fui até ao quarto de Poncho. Dei uma leve batida na porta como ninguém respondeu abri a porta levemente.
Poncho estava encostado na cabeceira de sua cama, ele olhou em minha direção.

-Posso entrar? - perguntei.

ele assentiu, fechei a porta em seguida e fui até a sua cama.

-Dul e Ucker estão na sala, não queria ficar segurando vela- sorri.

ele não disse nada, me sentei ao seu lado na cama

- O que esta assistindo??

ele deu de ombro e continuou sem me dizer nada, suspirei e me aconcheguei mais próxima a ele , encostei minha cabeça em seu ombro, o perfume de poncho tomou conta do meu olfato era um aroma muito bom.

cheirei o seu pescoço.

-hummm você tah cheiroso!

ele não disse nada mais pude perceber um sorriso disfarçado em seus lábios.
Eu amava o sorriso de Poncho, era algo só dele nunca tinha visto um sorriso tão encantador quanto o dele. O analisei por alguns instantes .Ele tinha acabado de tomar um banho, e mesmo com o quarto iluminado só pela luz da TV dava para perceber seus cabelos ainda úmidos, Poncho era um dos homens mais lindos que eu ja tinha visto na minha vida, mesmo agora com o cabelo um pouco grande, a barba serrada e vestido com uma calça de agasalho e uma camiseta branca simples ele era de tirar o fôlego , eu seria hipócrita se dissesse que não me sinto nem um pouco atraída por esse homem.

Acaricie seus cabelos úmidos.

- Precisa cortar os cabelos Poncho- ele sorriu- E fazer a barba!- deixei minhas mãos correr pelo seu rosto- Amanhã eu vou sair, preciso fazer umas compras, o que acha de me acompanhar? Depois podemos ir a um cabeleireiro dar um jeito nessa juba- espalhei seus cabelos- E ai topa?

ele revirou os olhos, mas sorriu em seguida.

- Eu acho que você é impossível Portilla!!- ele abriu um largo sorriso- estou tentando ficar bravo com você e você não esta colaborando na minha tentativa!- ele me disse zombeteiro.

- Ohh me desculpe-levantei as mãos na defensiva - não tinha percebido que estava estragando sua tentativa de ficar bravo comigo- eu sorri.

- Tudo bem eu acho que não vai funcionar mesmo-me falou enquanto abria os braços para eu poder me aconchegar em seu peito.

Ficamos em silencio por um bom tempo naquela posição, ele acariciava meus cabelos, então percebi que esse era o momento certo para falar sobre o tratamento.

suspirei.

-Poncho? eu queria que você me escutasse....-falei quase num sussurro, fiquei na duvida se ele ouviu ou não.

ele respirou fundo e senti a tensão em seu corpo.

-Tudo bem Any, me diga o que o Christian falou?

O encarei empolgada e contei cada palavra que Christian me disse, falei sobre suas chances e o quanto a volta aos tratamentos era importante.
assim que terminei de relatar tudo, ele me olhou profundamente.

- Eu não sei Any! Não quero me decepcionar de novo-ele parecia frustado.

-Poncho você não vai eu tenho certeza disso, não estou falando como sua amiga, estou falando como fisioterapeuta! O que me diz Poncho volta a fazer os tratamentos?

ele fechou os olhos.

- Eu não sei.....- o interrompi.

- NÃO PONCHO....olha me escuta...-ele pôs os dedos nos meus lábios me silenciando.

-Any deixa eu explicar-ele sorriu- Olha eu estou com medo, não quero criar expectativas de novo e me decepcionar mais uma vez, eu entendi que os resultados dos exames foram bons e que minhas chance de andar aumentaram, mas eu ainda estou com medo me entende?- eu assenti para ele- Não estou dizendo que não vou voltar a fazer os tratamentos, só me deixa pensar um pouco me deixa me acostumar com essa nova possibilidade e realmente entender quais minha chances de voltar a andar?-ele me pediu.

revirei os olhos impaciente.

- Tudo bem Poncho!

ele gargalhou pela careta que eu fiz.

-Agora vem ca- ele abriu os braços novamente- me deixa terminar de ver o filme que vc me atrapalhou- eu ri e me aconcheguei novamente em seus braços e minutos mais tarde eu ja estava num sono profundo, dormindo confortavelmente nos braços de Poncho

No passo do AMOROnde histórias criam vida. Descubra agora