Ato IV : Um Homem Feito de Saudade

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Compreendo bem
Os ventiladores quebrados;
As camisas velhas que são usadas,
Posteriormente, como panos de chão;
Os copos trincados, pisos rachados
Cobertas mofadas e abraços não dados;
Compreendo a gota d’água, sendo breve,
Se desfazendo ao tocar o chão;
Compreendo, por saber e sentir,
À claustrofobia da frustração...

Onde quer que eu vá você está!
Seja nos galhos de uma árvore
Dançando sob o vento;
No pássaro que pousa
Num fio de eletricidade e,
Sem saber, explica o amor;
Seja num céu escuro
Pintado de estrelas, poeira e distância...

Você é um hiperônimo
De tudo que escrevo -
Os demais são Memórias Nossas:
Risos em tardes chuvosas;
Planos em noites que meu coração
Brilhou mais que um quasar;
E a distância física,
Como da Terra a Sírius,
Serviu para mostrar
Quão verdadeiro tudo é

Compreendo! Na sua ausência
Compreendo o cinturão de asteróides,
Entre Marte e Júpiter, o pobre planeta
Que não consegue se formar.

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