Ato II : Poema Azul

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Hoje, fui dormir quando
Os pássaros já cantavam -
Uma cantiga de Vazio, Chuva
E folhas mortas

O sol nasceu num céu tão cinza:
O ponto de condensação, cabisbaixo,
Tinha cabelos negros e tristes
Cheirando a inverno, cafunés
E abraços

A janela ainda balbucia poemas
De ausência e de céu estrelado
Na sensação póstuma
De todas as coisas impossíveis
E doloridas

E tenho sono onde o Sol brilha,
Um sono de Nada e coisa alguma:
O Azul do céu em mim, pálido e áspero,
Como tudo que deixei de dizer
E os pássaros não cansam
De cantar para mim

Ah! Anáfora de meu amor-medo,
De brilho sôfrego e tão dourado
Quanto o intocável Horizonte
E todas as coisas
Que nunca hão de ser;
Aquieta teus nimbos,
Dorme, Céu! Esquece-te de ti.
Pois a noite deve ser feita
De Lua e Estrelas.

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