Hope

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Andréia on

-Tente se manter de pé sozinho, eu preciso retirar essa coisa logo- eu falei

Coloquei minhas mãos na lança que tinha atravessado o corpo de Kai, ela se encontrava centímetros abaixo do seu coração. Aquilo era preocupante, mesmo não tendo acertado seu coração, a lança ainda tinha a ponta feita de prata

-Está queimando- falou Kai, pondo para fora uma boa quantidade de sangue pela boca

Uma parta da prata que se encontrava na lança estava dentro de Kai, por fora sua pele já mostrava sinais de queimadura, não quero nem imaginar como estaria ele por dentro

-Vou ter que fazer isso bem rápido Kai- eu disse- Isso quer dizer que vai doer bastante- falei

Kai não disse nada, não emitiu nenhum som, ele apenas acenou com a cabeça de forma positiva. Séria mais doloroso para Kai se eu tentasse tirar toda a lança ao poucos

-Destrua a lança- disse Kai

Sempre que Kai falava, uma boa quantidade de sangue saia por sua boca, aquela lança precisava sair rápido

-Tudo bem, apenas continue em pé- falei- Tentarei ser rápida- eu disse

Fiquei ao lado de Kai, daquela posição eu conseguia ver a lança por completo. Olhei para Kai, um olhar que eu tentava passar conforto para ele

-Pronto?- perguntei

Apenas um aceno de cabeça foi feito, eu segurei a lança com uma de minhas mãos, apenas aquele leve toque nela fez com que Kai gritasse de dor. Eu não podia deixar que os gritos de Kai me parassem. Eu pressionei minha mão na lança até ela se partir, com minha outra mão eu segurei a lâmina daquela arma, um corte foi feito na palma de minha mão, mas aquilo não tinha importância, eu puxei a lâmina para fora, tirando ela de dentro de Kai

-AAAAAAAAHHHHHHHH- gritou ele

Após retirar aquela lança de prata que tinha atravessado seu corpo, as pernas de Kai pareciam ter falhado. Seus joelhos foram os primeiros a ir de encontro ao chão, logo depois todo seu corpo estava caído no chão daquela clareira

-KAI- gritei

Eu nem precisei correr para chegar até ele, o corpo de Kai estava caído bem aos meus pés. Chequei sua respiração, ela estava fraca, sangue saia em abundância de seu ferimento, manchando de sangue a grama que crescia naquela clareira, segurei seus dois braços e arrastei seu corpo até chegarmos em uma das árvores de tramazeira na qual eu escorei seu corpo

-Acorda Kai- falei segurando deu rosto

Kai estava suando muito, sua respiração ainda continuava muito fraca e agora seu corpo estava começando a ficar cada vez mais quente. A lança tinha atravessado um pouco abaixo de seu coração, por pouco ele não morreu na hora, mas a prata tinha ficado por um bom tempo em contato com seu corpo e a proximidade que estava de seu coração era preocupante

-Você não pode morrer aqui, seu idiota- falei

A quantidade de sangue que ele estava perdendo graças aquele ferimento não melhorava a situação, esse fato junto com a prata que deveria estar correndo em seu corpo só contribuíam para uma coisa, para a morte dele. Kai continuaria a perder sangue, deixando ele cada vez mais fraco e a pouca prata que estava em seu corpo seria o suficiente para matá-lo

-Andréia- sussurrou Kai

Ele olhava em minha direção, mas duvido que estava conseguindo me enxergar. Kai, lentamente levou minha mão em direção ao local onde a lança tinha atravessado seu corpo, pousando ela sobre o ferimento

-Cura- foi tudo que ele disse antes de perder a consciência

Kai ficava cada vez mais quente, em algumas partes de seu corpo queimaduras já começavam a aparecer. Se eu conseguisse curar seu ferimento, o sangramento pararia e a prata no corpo não iria mais matá-lo

-Vamos lá Andréia, você consegue- falei na tentativa de me encorajar

Aos poucos eu comecei a drenar a força vital da terra, tomando toda a vida abaixo dos meus pés. De forma consciente eu ignorei as árvores de tramazeira, por mais que elas tivessem grande força vital, drenar elas seria algo muito perigoso. Logo após ter conseguido energia vital o suficiente, coloquei minhas mãos em seu ferimento

-É melhor você não morrer Kai, eu irei te matar se fizer isso- falei

Com minhas mãos posicionadas sobre seu corpo, a energia que eu havia  drenado adentrava rapidamente o corpo de Kai e aos poucos o seu ferimento foi se curando. Após alguns minutos, Kai não parecia estar mais em risco de vida, a temperatura de seu corpo voltou ao normal

-Eu sabia que você ia conseguir- diz Kai abrindo os olhos lentamente

Ele iria tentar falar mais alguma coisa, mas não conseguiu, ao invés disse, Kai pós para fora uma grande quantidade de sangue misturado com prata pela sua boca

-Você está bem?- perguntei

Ele apenas acenou a cabeça de forma positiva enquanto limpava sua boca com as costas da mão. Kai iria se recuperar, ele não está mais correndo risco de vida, então tudo que precisa fazer é descansar e esperar que seu corpo termine de curar os estragos que a prata deve ter deixado

-Agora que está bem, vamos para a próxima árvore- falei sorrindo enquanto me afastava dele

Kai me encarou assustado pela minha fala, tenho certeza que ele reprovava minhas ações no momento

-Não podemos desistir na primeira tentativa- falei sorrindo para ele

-Eu quase morri- disse Kai

-Não vai acontecer novamente, eu prometo isso a você- falei

Me posicionei no meio da clareira novamente, me agachando e tocando o solo, eu estava exatamente no mesmo local onde eu estava a minutos atrás, quando eu precisava salvar o Kai

-Eu percebi uma coisa enquanto absorvia energia vital para te salvar- eu disse- Tramazeiras são árvores bastante especiais, como nós já sabemos, a energia vital delas é extraordinária- falei

-Tá, e daí?- perguntou

-Quanto mais velha for a tramazeira, mais energia ela vai possuir- falei- E estamos procurando a árvore de tramazeira mais velha dentre todas as que estão aqui- eu disse

Fiz todo o processo que eu fazia para absorver a vida dos seres vivos a minha voltar, mas dessa vez eu não iria absorver nada, eu apenas iria sentir qual das árvores possuía mais energia

-Eu achei- falei para Kai, felicidade estava estampada em meu rosto

-Você tem certeza?- perguntou

-Tenho, eu achei ela- falei determinada

Me aproximei da árvore, mesmo não conseguindo ver Kai, eu sabia que ele estava apreensivo com tudo aquilo. Com um corte rápido em uma de minhas mãos, meu sangue já estava sendo derramado e posto naquela árvore

-Seja o que Deus quiser- falei

Me afastei um pouco da árvore, assim como da última vez demorou muito para alguma coisa acontecer. Por alguns instantes eu ouvi algo, um barulho parecido com o da última vez

-Você acionou outra armadilha- disse Kai

-Cale a boca- falei 

E após uma longa pausa, logo após o silêncio se estabelecer novamente, a clareira inteira começou a tremer. Era como se estivesse começado um terremoto e ele estivesse concentrado apenas naquele local

-QUE MERDA VOCÊ FEZ?- perguntou Kai gritando

Fui até ele, tirando o mesmo do chão e tentando nos afastar aos poucos do centro daquele tremor

-Eu não fiz nada- falei

O tremor se tornou mais intenso ao ponto de que a terra começava a rachar na frente da árvore que eu tinha posto meu sangue. A rachadura causada pelo tremor foi aos poucos aumentando, aumentando ao ponto de criar uma passagem para dentro da terra

-Pelo visto eu não errei- falei logo após os tremores pararem










Amor Entre Desafios: O amor nunca foi tão forte (2 temporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora