Quarta-feira, 12:28
Lá estava ela. A rapariga dos cabelos pretos. Encarava o seu prato de comida com tanta animação quanto a minha. Nenhuma. Despertava-me muito interesse. Sentia que tinha uma história para contar. Como se estivesse a gritar comigo para ouvi-la. Ou para lembrá-la. Quero me aproximar. Não posso. Consigo sentir cá dentro a queimar, caso o faça. Porquê? É uma estranha. Quero saber mais sobre ela.
Segunda-feira, 16:58
O barulho de um isqueiro me desperta a atenção. O mesmo rosto que mexe comigo. A sua beleza é de outra galáxia. Acho que chegava a ser capaz de matar. De deixar qualquer um de rastos. Tem um olhar que faria um cego enxergar. Um surdo ouvir. Tenho que saber mais sobre ela. É algo que me está a chamar. A puxar. Não há saída. Nunca nada vai acontecer
Quinta-feira, 10:03
"Vero, por aí não!" Uma rapariga de cabelos castanhos e pele morena fala para a amiga. Entre esse grupo estava uma pessoa. Uma que levava uma cruz ao pescoço e um gorro cinzento de malha. Não posso fazer nada a não ser observar. A não ser imaginar. Haverá alguma história que não me tenha sido contada? É uma desconhecida. Que consegue virar-me de cabeça para baixo. Sem sequer olhar para mim.