Capítulo VI

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25 de Janeiro de 2019

Hoseok estava cansado, mas o sorriso que estampava em seus lábios escondia tal status. Sempre foi um rapaz esforçado. Teve a sorte de conseguir um emprego ainda adolescente, com o intuito de ajudar aos pais e juntar dinheiro para entrar na universidade, porém às vezes pensava se realmente valia a pena.

Pois bem, faltava apenas um ano para se tornar oficialmente graduado no curso superior, e tudo o que escutava quando procurava ao menos um estágio era que faltava experiência. Sentia-se frustrado com esse tipo de resposta, pois sequer aproveitava de sua juventude para estudar e pagar as contas, e nunca conseguia dar o primeiro passo para fazer aquilo que realmente gostava.

O movimento do dia estava fraco na padaria, então aproveitava para refletir sobre a vida. Imerso nos pensamentos, mal percebeu quando o sino tocou, indicando a entrada de um cliente.

- Acho que seu chefe te daria um esporro se te visse parado aí. - Deu um pequeno salto ao escutar a doce voz, se sentindo envergonhado pelo mico ao encarar o dono desta.

- Boa tarde, Hyungwon. - Sorriu abertamente para disfarçar, o balcão escondendo suas mãos nervosas.

- Acho que lembrar meu nome é um bom sinal. - Brincou, percebendo que havia algo de forçado com o sorriso que encantou-lhe da primeira vez. - Mau dia?

- Todo mundo tem o seu, certo? - Deu de ombros, pois era o que realmente pensava. Não costumava ficar na famosa bad, mas às vezes era involuntário.

- Tem razão. - Sorriu pequeno ao concordar.

- Enfim, o que deseja? - Questionou, sabendo que levaria bronca se o patrão o visse de conversinha no meio do trabalho.

- Quer mesmo saber? - Sua boca entortou levemente para o lado, esbanjando a malícia.

- Olha, eu adoraria poder levar isso para o duplo sentido, mas daqui a pouco meu chefe chega e eu não quero levar um puxão de orelha hoje. - Foi sincero sem parecer grosso.

- Você acabou de partir o coração de um cliente. - Dramatizou, fazendo Hoseok rir meio incrédulo. - Mas hoje eu não vim só pra te cantar. Quero aqueles pães integrais. - Apontou para a sacola que estava no mostruário de vidro atrás do rapaz, que virou-se para pegá-la.

Hyungwon aproveitou a deixa para apreciar aquela beldade de costas. Seus pensamentos pervertidos até mesmo levaram o loiro para a cama, obrigando-o a imaginar como seria aquele corpo nu. Mordeu o lábio inferior e fixou o olhar na bunda farta, sendo pego no flagra ao que o dono desta virou-se novamente.

- Deseja mais alguma coisa? - O Lee não conseguiu segurar o tom malicioso enquanto estendia a sacola, pois o mais alto ainda parecia meio perdido nas alucinações. Não era bobo, estava acostumado com os olhares - femininos e masculinos - que recebia no trabalho, porém o do Chae era o primeiro a ser considerado.

- Seu número. - Pegou a sacola de pão da mão do outro, que murmurou um "descarado" mas logo buscou um pedaço de papel e uma caneta.

Hoseok escreveu rapidamente - com medo de que algum funcionário visse ou o chefe chegasse - seu nome e rabiscou o contato, entregando a pequena folha para o maior.

- Eu te ligo. - Levantou levemente o objeto entre os dedos, piscando e saindo dali.

O atendente sorriu para si mesmo enquanto via o corpo alto tornar-se cada vez menor aos seus olhos, pensando que em breve teria um encontro, uma boa noite de sexo ou ambos. De qualquer forma, seria ótimo para esquecer os problemas.

- Você já sabia e não me disse nada, Jooheon! - Kihyun continuava a dizer em meio às lágrimas, descontando a mágoa que sentia. - Eu te considero um irmão, sempre te digo tudo... Não consigo entender porque escondeu algo tão importante de mim!

Model | JookyunOnde histórias criam vida. Descubra agora