Capítulo 1

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Doze anos depois


— Então? O que acha? — Paula largou os panfletos turísticos sobre a mesa do restaurante.
Sabia de antemão o que Ryan acharia da propaganda prometendo praias de areias alvíssimas, águas azuis e mais esportes náuticos do que se podia imaginar. E românticas noites tropicais, claro.
Ryan olhou através da janela do restaurante para o céu cinzento e para a neve derretida nas calçadas.
— Ouvi dizer que a temperatura em Nashville continuará abaixo de zero pelo resto da semana.
Então, um sorriso lento revelou as covinhas nos cantos da boca que tanto encantavam Paula, as mesmas que vinham destroçando corações desde o curso primário.
— Sol, areia e sexo. Existe coisa melhor? — Ryan se pôs a folhear os panfletos. — Alguma ocasião especial?
— Podemos dizer que sim. Você está olhando para a nova diretora de marketing da Capshaw & Griffen. E o melhor: a promoção vem junto com uma sala maior, toda envidraçada, e um excelente aumento de salário.
— Mas que bela notícia! — Ele pegou-lhe as mãos por sobre a mesa.
A genuína satisfação de Ryan aprofundou suas covinhas adoráveis. Mesmo após todos aqueles anos de amizade, o coração de Paula batia mais forte toda vez que ele sorria.
— Eu mal podia esperar para lhe contar. — De fato, ela precisou fazer força para não chamá-lo pelo celular, preferindo que partilhassem a boa nova em companhia um do outro.
— Bem merecido. Você é brilhante e tem se esforçado muito nesses últimos oito anos. Como Charles recebeu a notícia?
Pobre Ryan... Quantos almoços de fim de semana precisou agüentar durante as tribulações de Paula com seu arquiinimigo, Charles Langley? Talvez o mesmo número de vezes que ela o apoiou e confortou.
— Não muito bem. — Paula mordeu um pedaço de pão de queijo. — Demitiu-se esta manhã quando soube de minha promoção. Bons ventos o levem!
— Mais uma vez, muito bem merecido. Aquele homem infernizou sua vida durante dois anos inteiros. Confesso que mais de uma vez me vi desejando encontrá-lo sozinho em um beco escuro, para esmurrá-lo. — Ryan estava sempre pronto a lutar por ela.
— A vingança foi mais doce desse modo. Isso é para Charles aprender a jamais subestimar uma mulher com planos. — Paula colocou algumas azeitonas no pratinho do pão e passou-as a Ryan.
— Planos e uma veia competitiva como a sua. Você agora deve ser a mais nova diretora de marketing da história da empresa.
Ela sorriu.
— Mas veja quem está falando... o maior sucesso em vendas da Rooker Sports Equipamentos em pessoa!
Ryan devorou as azeitonas, aceitando o elogio. Sabia que, para Paula, suas realizações significavam tanto quanto as delas.
— Esse excelente aumento... de quanto foi exatamente?
— Quer saber se vou ganhar mais do que você? — Ela meneou a cabeça. — Jamais lhe direi de quanto foi, mas vamos dizer que... estou alcançando rápido o seu patamar. Mas e então? Não acha que será divertido ir à Jamaica comigo e com Elliott? Com sua namorada, claro. — Pegou uma fatia de tomate com o garfo. — Diga que sim. Gostaria muito de tê-lo conosco. Por falar nisso, quem é sua namorada atual?
— O nome dela é Kiki. É muito simpática.
— Sim. Todas elas o são.
E na verdade eram, tanto que após partirem para a próxima, elas e Ryan continuavam sendo amigos, formando, assim, um grande e feliz harém que nunca parava de espantá-la.
— Você muda de namorada como muitos homens mudam os canais de esportes na televisão.
Ryan arqueou as sobrancelhas, com malícia em seus olhos verdes.
— Saiba que existem excelentes canais de esportes, Paula, e se ficarmos parados muito tempo em um só, acabaremos perdendo muita coisa boa passando nos demais.
Ela suspirou. Preocupava-se muito com Ryan e seus relacionamentos.
— Pode ser... Mas sejamos sinceros, você tem uma forte tendência a sentir-se atraído por mulheres não muito brilhantes.
— Está querendo dizer que as inteligentes não querem nada comigo?
Como não? Um homem bonito, sensual e cativante como ele? Ryan era um amigo maravilhoso, engraçado, atencioso, prestativo e carinhoso... mas em todos aqueles anos não foi capaz de estender a mesma atenção a nenhuma de suas namoradas.
— Estou dizendo que mulher alguma em seu juízo perfeito se envolveria com um rapaz que troca de canal a todo instante. — Paula classificou o sorriso dele como maldoso.
— Talvez eu ainda não tenha encontrado um canal que me impressionasse e me prendesse.
Paula estremeceu, diante da sugestão sensual na resposta muito masculina, o que a colocou em estado de alerta. Não havia por que confessar-lhe que, na privacidade de seu quarto, ela pensava muito nele, mas não apenas como amigo. No entanto, canais especiais, impressionantes ou não, não cabiam dentro de uma amizade.
— Sobre o que vocês conversam quando saem juntos? — Paula estava curiosa.
O que o seduzia nesse tipo de mulher, além da óbvia atração física? Sexo apenas não bastava para tornar um relacionamento duradouro.
Ryan deu de ombros.
— Não penso em conversas profundas quando estou com elas. É por você que procuro quando quero discutir a paz mundial.
Algumas vezes eles falavam durante horas sobre tudo e sobre nada. Em outras ocasiões, passavam longas horas juntos em confortável silêncio.
— Estive pensando sobre isso e decidi que você é emocionalmente imaturo.
— Sou homem, meu bem, e por isso tenho pleno direito de ser emocionalmente imaturo.
Paula detestava quando Ryan se recusava a levá-la a sério.
— E tem se saído muito bem nisso. Vá em frente e divirta-se. Algum dia aparecerá alguém que partirá seu coração. Então, saberá o que é sofrer por amor.
— Isso jamais acontecerá.
— Como pode estar tão certo?
— Sempre se poderá mudar de canal, antes de começar a se interessar pelo jogo. — Ryan pegou o prato de salada e serviu-se. — De qualquer modo, poderei contar com você para me ajudar a recolher os cacos, srta. Certinha. Diga, tem certeza de que Kiki e eu não vamos aborrecer seu namorado?
— Absoluta. Garanto que Elliott não se importará quando eu disser que vocês irão conosco.
A viagem seria bem mais divertida com Ryan. E com... Kiki.
— Então não o informou de que pretendia nos convidar? — Ryan sorriu. — Quer dizer que você coordena toda a viagem e o avisa apenas do dia e da hora em que deverá comparecer ao aeroporto?
— Mais ou menos isso. Elliott prefere assim. Ele anda muito atarefado.
— Vocês dois discutem alguma coisa além da paz mundial? — Ryan reverteu a situação.
Sendo professor de literatura grega e romana na Universidade de Vanderbilt, Elliott era sempre tão sério e compenetrado que um leve toque de frivolidade não lhe faria mal.
— De vez em quando. Nós dois estamos precisando de alguns dias longe do trabalho.
Paula esperava que a viagem de férias agilizasse o relacionamento estagnado dos dois. Aquela temporada de férias na Jamaica faria bem a ambos.
Naomi, a garçonete que costumava servi-los, se aproximou, como sempre, encantada com Ryan.
— O mesmo de sempre? — ela se dirigiu e Ryan, que fez um sinal positivou com o polegar. — Ótimo. Vão dividir uma baklava?
— Não, obrigada.
— Sim. Uma baklava e dois garfos Ryan discordou de Paula.
Naomi tornou a sorrir, sonhadora, ao se afastar.
Ryan causava aquele efeito em mulheres de todas as idades, nas muito jovens e até nas mais velhas, encantando todas, sem exceção. Paula agradeceu a Deus, e não pela primeira vez, pelo fato de ser imune a ele.
— Só vou querer um pouquinho. — Ela se permitiria pelo menos uma porção daquela delícia de bolo de nozes e mel. — Mas não me deixe abusar.
— Fique tranqüila. Bem, quando é que vai começar a me contar o que anda tramando?
— Como assim?
Ele se recostou no espaldar, cruzando os braços.
— É óbvio que anda maquinando algo.
Paula sabia de antemão como Ryan receberia a notícia. Às vezes achava que o conhecia melhor do que a si mesma.
— Na realidade, estou, mas acho que isso não é nenhum crime.
Ela não fazia nada sem antes planejar. Já tivera surpresas suficientes para a vida inteira, aos seis anos, quando seus pais viraram seu mundo de ponta-cabeça. Desde então, passou a delinear cada passo que dava. Depois dos vinte anos, passou a se devotar por inteiro à construção da carreira, e alcançara aquela meta dentro do cronograma. Agora era vez de investir na vida pessoal.
— O que pretende agora, Paula? A vice-presidência dentro de dois anos?
— Confesso que é algo a considerar, mas a coisa agora é diferente.
— Pretende começar a praticar ioga?
— Talvez no futuro. Por ora, estou pensando na Jamaica como um lugar ideal para passar minha lua-de-mel. Eu e Elliott saímos juntos há mais de um ano, e estamos pensando em um compromisso mais sério.
— Está querendo dizer que... vão se casar? Quer mesmo se casar com ele?!
Paula esperava que ele ficasse surpreso, mas Ryan parecia atônito. Por que sentia-se tão culpada, como se de algum modo o estivesse traindo?
— Por que o espanto? Você tem algo contra Elliott?
Mas que pergunta idiota! Por um ou por outro motivo, Ryan jamais aprovara seus namorados, desde que Paula saíra com um garoto pela primeira vez, aos dezoito anos... não! Desde que se apaixonara por Gary Pelhan, no colégio. Claro que ela também não gostava das várias namoradas que entravam e saíam do caminho dele sem cessar.
— Não. Não tenho nada contra ele. Elliott é um bom sujeito, mas não para casar. Não com você. Afinal, por que precisa de um marido, Paula?
— Não preciso, Ryan, eu quero um marido. Assim como você, estou prestes a completar trinta anos, e gostaria de ter alguém a meu lado quando envelhecer.
— Lembra-se de quando furamos nossos polegares com uma agulha e misturamos nosso sangue? Tínhamos nove anos, e prometemos que seríamos amigos para sempre, e que cresceríamos e envelheceríamos juntos.
Paula observou sua expressão séria. Como fazê-lo entender aquele vazio em seu coração, que ansiava por ser preenchido?
— Quero ter uma família, Ryan.
— Mas você já tem seus tios.
— Sim, e eles são maravilhosos, mas sempre serão a família que o sofrimento me deu. — Ergueu a mão, interrompendo o protesto dele. — Meus tios me assumiram quando meus pais me abandonaram, mas nós não somos família por escolha, mas sim por obrigação. Meus pais... bem, sobre eles não há mais o que dizer. Minha próxima meta é construir minha própria família.
— Somos como uma família, Paula.
A de Ryan também fora truncada. Ele agora dirigia luxuosos carros esportivos, que trocava por um novo modelo a cada ano, e seu trabalho ia de vento em popa. Suas namoradas... bem, quanto a isso Paula não tinha mais o que comentar. O único relacionamento duradouro de Ryan era o que mantinha com ela, e ele a conhecia como ninguém. Todavia, parecia não entender sua ânsia por estabilidade e por uma família para chamar de sua.
— É verdade, querido, mas quero uma aliança no dedo que simbolize compromisso. Quero um marido que volte para casa todas as noites, que me dê segurança e, em poucos anos, um bebê. Quero ter o lar que nunca tive.
Naomi colocou a baklava entre eles e examinou o catálogo do Hot Sands, um luxuoso hotel na Jamaica.
— Isso deve ser um paraíso. Pretendem viajar para lá?
Ryan exalou um suspiro.
— Paula acha que o lugar é perfeito para passar a lua-de-mel.
— Maravilha! Fico feliz por vocês.
Paula conteve a estranha agitação causada pelo comentário da garçonete. Naomi não era a primeira pessoa a achar que havia algo mais entre os dois.
— Calma, Naomi, não é nada disso.
Ryan engoliu em seco e forçou um sorriso.
— Na verdade, estou ajudando Paula a escolher um lugar para passar a lua-de-mel, mas com outro homem. Afinal, não é para isso que servem os amigos?

Trazendo as embalagens com comida, arroz, filé com brócolis, frango xadrez, e uma embalagem com seis cervejas, Ryan bateu na porta de Paula pensando em conseguir matar dois coelhos com uma só cajadada. Pretendia sugerir que assistissem ao jogo de futebol na televisão e, durante o intervalo, tentaria convencê-la a desistir daquela idéia maluca de casamento.
Aguardando Paula vir atendê-lo, Ryan sentia o vento gelado infiltrar-se para dentro da sua jaqueta de couro.
Aquela viagem à ensolarada Jamaica talvez não acontecesse tão logo. Esperava que, antes disso, Paula pesasse melhor o assunto e que eles dois pudessem aproveitar juntos aquela semana de sol, areia e sexo... e não necessariamente nessa ordem.
Dessa vez, tocou a campainha, e Paula veio abrir a porta. Usava seu traje costumeiro de domingo à tarde: camiseta sobre calça de moletom folgada e tênis.
— Olá. Ainda bem que chegou. Estou morrendo de fome, O que comprou para nosso almoço?
— Comida chinesa. — Ele mostrou as embalagens.
— Ótimo. — Paula se afastou para o lado e pegou as cervejas da mão dele. — Entre. Coloque sobre a mesinha. Vou guardar isto na geladeira.
Ryan balançou a cabeça diante da desordem que encontrou sobre a mesa e sorriu. Embora Paula fosse a rainha da eficiência em se tratando de sua profissão, no que se referia às prendas domésticas era uma verdadeira tragédia. Ele colocou a jaqueta sobre a dela no encosto da poltrona.
Ligou a tevê e abriu as embalagens de comida fumegante. Um fogo abençoado ardia na lareira. A casa de Paula, embora meio bagunçada, era sempre aconchegante.
— Vai querer uma cerveja? — ela ofereceu da cozinha,
— Sem dúvida.
Bridgette, a cadela collie de Paula, aproximou-se dele e pousou a cabeça em sua perna.
— Ei, garota, não pense que me engana com todo esse carinho. Sei que está interessada no cheirinho gostoso que está sentindo.
A cachorra o fitou com seus solenes olhos castanhos.
— É uma pena, mas essa comida é um veneno para os cães.
Com um olhar resignado, Bridgette acomodou-se aos pés da poltrona.
Paula por fim apareceu, trazendo pratos, talheres, guardanapos e duas cervejas. Seu riso fácil sempre o fazia pensar nas águas cristalinas de um riacho.
— Ela ainda não descobriu que é uma cachorra.
Ryan esparramou-se em uma das pontas do sofá, e Paula acomodou-se na outra, começando a servir-se. Ryan fez o mesmo.
— O que pretende fazer com Bridgette enquanto estiver na Jamaica?
— Ela ficará com meus tios. Tia Caroline e tio Frank não sabem dizer não aos animais solitários. — Uma certa melancolia tocou seu sorriso diante do próprio comentário.
— Não é nenhum sacrifício para eles cuidar daqueles que amam. E Bridgette ficará mais feliz com os dois do que no canil.
“A doce e gentil Paula... Algum dia ela se dará conta do quanto os tios a amam?”
— Tem razão. — Paula olhou para a televisão. — Não íamos assistir ao jogo?
— Claro que sim.
— Aposto cinco dólares como os Rangers vão ganhar dos Flyers!

Ryan estava prestes a tocar no assunto Elliott quando Paula se adiantou:
— Kelly está animada com a viagem à Jamaica?
— Kiki. O nome dela é Kiki. E sim, está animadíssima.
— O que ela faz para viver? — Paula indagou, sem afastar os olhos da tela da televisão.
— É cientista.
— Certo, mas como ganha seu sustento? — Paula partiu um pedaço de brócolis e o colocou na boca.
— É cientista especializada na energia dos raios.
— Está falando sério?!
— Formada pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts. E fala cinco idiomas.
Ryan não dava a menor importância àquilo. Não estava atrás de nenhum namoro sério, e Kiki era divertida, com ou sem tanto preparo. No entanto, isso pareceu ter impressionado Paula profundamente.
— Oh...
Ryan deu de ombros.
— Como vê, há pelo menos uma garota inteligente interessada em mim.
Paula estreitou os olhos.
— E como é ela? Bonita?
— Muito. Foi miss Texas.
Paula sentou-se um pouco mais ereta no sofá.
— Quando vai nos apresentar? Estou ansiosa por conhecê-la.
— Kiki também quer conhecer você.
Paula olhou para seus trajes deselegantes.
— Ainda bem que ela não pode me ver agora. Não estou nos meus melhores dias.
— Que nada! Está muito bem assim.
Com sua gloriosa cabeleira loira revolta, e dentro de uma de suas camisetas largas, Paula tinha uma aparência que, de repente, Ryan descobriu como sendo bastante tentadora. E isso não era nada bom.
Ryan estendeu a mão para o rosto dela e, com o polegar, retirou um pedacinho de salsa de seu lábio, demorando-se ali por mais tempo do que o necessário.
— ... além de muito sexy.
Paula o fitou como se ele tivesse enlouquecido.
— Não precisa mentir desse jeito só para me agradar. Ainda há bastante carne com brócolis. Não quer mais um pouco?
— Sim, obrigado. — Ryan colocou mais comida no prato, para disfarçar o constrangimento que ele próprio causara. Pretendia fazer-lhe apenas um elogio, e por pouco não lhe fez uma proposta amorosa. — Tem certeza de que Elliott não achará ruim viajar comigo e com Kiki?
— Ele concordou quando conversamos pelo telefone.
— Já pensou bem sobre querer entrar nessa de... casamento com Elliott?
— Lógico. Já tenho tudo planejado. Nós nos damos muito bem, e gosto o suficiente dele. Elliott é estável e digno de confiança, e sei que me fará feliz.
“Conversa! E se eu não tomar alguma atitude e rápido, Paula acabará se casando com Elliott só para ver sua droga de plano dar certo!”
Elliott não era para ela, porque... bem, Ryan não sabia direito o motivo; sabia apenas que não era.
Se Paula fazia tanta questão de se casar, Ryan a ajudaria a encontrar um marido. Mais tarde, talvez, quando eles retornassem da viagem à Jamaica. Precisaria ser alguém que apreciasse sua beleza e inteligência, sua presença de espírito e suas inúmeras qualidades, e não um machão incapaz de tolerar sua forte personalidade e veia competitiva. E essa pessoa de modo algum era Elliott.
Ryan suspirou antes de tomar um gole de cerveja. Precisava encontrar um modo de convencê-la a desistir daquela idéia maluca. Sendo seu melhor amigo, não podia permitir que Paula se casasse com a pessoa errada.

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