Capítulo 2

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O maître os saudou à entrada do restaurante:
— Sejam bem-vindos. Mesa para dois?
Paula sorriu, e Ryan respondeu:
— Para quatro. Estamos esperando dois amigos.
— Por gentileza, venham comigo.
Eles o seguiram ao longo do salão lotado, passando por várias mesas até pararem junto a uma delas, redonda e próxima do parapeito, dando vista para o deslumbrante mar do Caribe, de águas azuis e translúcidas.
— Sentem-se, por favor. — O maître afastou uma cadeira para que Paula se acomodasse. — O garçom já virá atendê-los.
— Não há pressa. — Ryan tomou assento ao lado de Paula. Ela suspirou de puro prazer, olhando em volta, a tudo absorvendo. Bem a sua frente, à direita, a calma expansão do oceano, um caleidoscópio de azuis, se estendia até alcançar o céu. Nuvens brancas flutuavam no horizonte.
À esquerda, a praia de areia branca estendia-se ao longo da costa, margeada por viçosa vegetação tropical. Por sobre o ombro, observou a arquitetura colonial espanhola do estabelecimento, e além da janela a distante elevação das Blue Montains, onde se que produzia um dos melhores cafés do mundo.
A brisa quente da Jamaica soprava contra sua pele, trazendo consigo uma mistura de ar marinho, óleo de bronzear e o familiar perfume de Ryan.
Num impulso, Paula tomou a mão dele.
— Não é uma beleza, Ryan? Estou muito feliz que você esteja aqui comigo. — Não seria a mesma coisa estar naquele paraíso sem ele.
Nos olhos verdes de Ryan cresceu uma expressão enlevada.
— Os catálogos que vimos sobre o lugar não lhe fazem justiça. Neles não se pode sentir essa deliciosa brisa vindo do mar. — Seus dedos apertaram os dela. — Tudo é tão vibrante, tão vivo!
— É assim mesmo que me sinto, mais vibrante, mais viva... — Aquilo explicava o irracional acelerar em sua pulsação de pouco antes. — Por isso acho que é o lugar perfeito para uma lua-de-mel.
Uma imagem surgiu em sua mente: ela usando um vestido de noiva com o véu esvoaçando, a areia fina da praia se deslocando sob seus pés descalços, sentindo o a mão de seu marido na dela e notando a promessa em seus olhos verdes...
Mas o que fazia Ryan em meio a sua fantasia? Era Elliott quem deveria estar ali!
Paula respirou fundo, tentando acalmar as batidas do coração. Tudo bem. Fora apenas um pequeno lapso causado pelo cenário fantástico e pela proximidade do querido amigo. Nada mais.
Soltou-o, usando o pretexto de consultar o menu. Aquele momento pareceu a ocasião perfeita de se focalizar na namorada de Ryan.
— Será que Kiki vai demorar para descer?
Ryan deu de ombros.
— Estava ao telefone checando um projeto, e não sabia quanto tempo levaria. O que achou dela?
Paula ajeitou o guardanapo e o fitou, pensativa.
— Parece que desta vez você acertou, Ryan. Kiki poderá ser aquela.
Vivia preocupada com Ryan, achando que ele devia parar de ser tão volúvel e de pular a toda hora de um relacionamento para outro. Assim, por que se sentia tão frustrada pela quase perfeição de Kiki? Devia estar exultante por Ryan. Mas uma voz insidiosa dentro de sua cabeça teimava em sussurrar: “Porque é a primeira vez que você se sente ameaçada. Porque ela poderá substituí-la no coração de Ryan”.
— “Aquela”? Como assim?
— Aquela a quem você não conseguirá resistir, que partirá seu coração. Kiki é linda, inteligente e possui uma bela carreira profissional, além de ser poliglota.
— Que bom que gostou dela...
Paula achou melhor não corrigi-lo. Ela deveria ter gostado de Kiki, porque não havia como não gostar. Sendo assim, por que não conseguia superar aquela antipatia gratuita pela moça?
— Perto dela eu me sinto uma desajeitada. E que belos dentes... — Paula correu a língua pelo pequeno espaço entre seus dois dentes da frente.
Ryan dava risada, ouvindo-a se queixar. Quando seu olhar correu pelo corpete de seu vestido em estilo sarongue, ele parou de rir e seus olhos escureceram.
— Não existe nada de errado com seus dentes. — Seu olhar desceu até seus seios. — Tampouco no restante de você.
Paula estremeceu. Algo perigosamente parecido com atração sexual surgiu dentro dela, a resposta de uma mulher ao olhar apreciativo de um homem. Só que essa mulher era ela, e o homem, seu melhor amigo. E entre os dois não havia lugar para tais olhares e respostas.
Paula ficou confusa.
— Ryan...
— Olá, vocês dois! — Kiki acomodou-se na cadeira ao lado de Ryan.
Paula piscou. A tensão desapareceu como fumaça levada pelo vento. Teria imaginado aquele último minuto? O culpado por criar tal clima devia ser aquele lugar romântico. Precisava ter cuidado com aquela sua inclinação por Ryan.
— Desculpem-me pelo atraso — Kiki desculpou-se, estonteante dentro de um vestido curto e justo que revelava suas curvas irretocáveis e o par de pernas fantástico que possuía. Os cabelos escuros estavam presos em um sofisticado coque no alto da cabeça.
Ela parecia refrescada, refinada e sensual, enquanto que Paula sentia-se acalorada e despenteada.
— Sem problemas. Estávamos sentados aqui apreciando a vista. É espetacular. — Ryan fez um leve gesto em direção à vasta expansão de areia, oceano e céu. — Tudo certo com seu trabalho?
Kiki ignorou a visão esplêndida e suspirou.
— Por milagre, sim. É impressionante o nível de preparo das pessoas que trabalham nos programas espaciais. Tenho de checar tudo todas as noites antes que os escritórios da costa oeste encerrem o expediente. — Seu olhar pousou no lugar vazio à mesa. — E Elliott? Onde está?
Elliott e Kiki se deram bem desde o início. Descobriram que haviam freqüentado a mesma universidade em Loyola.
— Preferiu desfazer as malas antes de descer. Mas não deve demorar — informou-a Paula, que mal conseguia disfarçar o desapontamento que sentia por Elliott ter preferido desfazer a bagagem em vez de descer para conhecer o hotel.
— Eu desfiz as minhas enquanto falava ao telefone. — Kiki assentiu, como se entendesse muito bem a compulsão de Elliott. — Ah, aqui está ele! — Sorriu. — Estávamos falando de você.
— Perdoem-me pela demora. — Elliott se acomodou na cadeira entre as duas mulheres, taciturno como de costume.
Com a exceção de um rápido almoço uma certa tarde da semana anterior, Paula e Elliott não se viam fazia dias.
E, agora que o homem certo apareceu, Paula estava pronta para se deixar levar pelo encanto da ilha.
— Você está aqui agora, e é tudo o que importa. — Ela se inclinou para a frente e beijou-o no rosto.
Nenhum estremecimento, nenhum arrepio, nenhuma magia. Paula se endireitou, perplexa.
— Está com todas as roupas arrumadas? — perguntou Ryan, com uma ponta de sarcasmo.
Elliott franziu as sobrancelhas.
— Quase tudo. Pedi toalhas e travesseiros extras à camareira. — Entrelaçou os dedos nos de Paula e olhou para todos em expectativa. — Que tal um drinque para comemorarmos a viagem?
Entendendo a deixa, um garçom se aproximou.
— Sou Martin — ele se apresentou. — Posso trazer-lhes um drinque? O preferido é a especialidade da casa, que é preparado com rum jamaicano. Querem experimentar?
— Além do rum, que outros ingredientes tem? — Elliott quis saber.
— Suco de abacaxi, leite de coco e um toque de suco de romã. E forte.
Elliott e Kiki aceitaram experimentar.
Embora parecesse tolice, o rum deixava Paula com dor de cabeça, e ela estava determinada a saborear cada momento daquelas férias. Por isso, optou por cerveja. Ryan preferiu uísque.
— Muito bem. Voltarei em um minuto. — E Martin se afastou. Paula apanhou o cardápio, lembrando-se de que seu desjejum constara de uma xícara de café preto e uma torrada com geléia, horas atrás.
— Estou faminta.
Uma conversa casual fluiu entre os dois casais, enquanto todos consultavam o menu.
Martin chegou em seguida, servindo os drinques com um floreio.
— Aceitariam uma sugestão para o almoço? Seria uma amostra da culinária local, uma excelente introdução à comida jamaicana.
— Obrigada. Vou aceitar — disse Paula, ansiosa para conhecer tudo relacionado à ilha.
Elliott torceu o nariz.
— Não me arrisco. Prefiro um sanduíche de peru e salada.
— Eu também. — Kiki dirigiu-se ao garçom, e em seguida aos demais. — A última coisa que eu iria querer é passar mal em um país desconhecido por causa da comida.
Paula, em seu íntimo, censurou o rude comentário. Apesar do clima relaxado, do restaurante ao ar livre, estavam comendo em um hotel cinco estrelas, não um cachorro-quente servido no carrinho da esquina.
Ryan notou sua indignação, e balançou a cabeça antes de dirigir-se ao garçom.
— Eu também seguirei sua sugestão. Quero experimentar comida local.
O garçom assentiu e afastou-se.
Determinada a explorar a subjacente sensualidade da Jamaica com a pessoa apropriada, seu namorado, Paula afagou o braço de Elliott. A única coisa que sentiu sob os dedos foi o suave emaranhado de pêlos escuros.
— Que tal seu drinque, o especial da casa?
Elliott apertou os lábios esculpidos e cheios, e considerou sua bebida.
Paula recordou que, na primeira vez em que o viu, o que mais a atraiu nele foi sua boca sexy.
— Um pouco mais de leite de coco e ficaria excelente.
Martin aproximou-se com a comida.
— Que tal as bebidas? Gostaram? Colocou uma travessa fumegante com temperos exóticos entre Ryan e Paula e serviu os sanduíches de peru a Elliott e a Kiki, preparados de acordo com as especificações.
— Sim, são muito bons.
— Desejam mais alguma coisa?
— Quero um pouco de pimenta vermelha em meu sanduíche. De preferência, que esteja dentro do prazo de validade, por favor — pediu Elliott.
Paula conteve um esgar irritado. Elliott gostava de se impor. Devia ver aquilo como um trunfo, uma exibição de sua estabilidade. Após atender ao pedido de Elliott, Martim sorriu.
— Bom apetite. Vocês devem querer fazer a siesta após a refeição. As pessoas costumam dizer que aqui na Jamaica os dias são longos, e as noites, mais longas ainda. — O garçom em seguida os deixou.
A siesta. Algumas horas na intimidade refrescante do quarto. Talvez uma hora na piscina particular da suíte, ou na hidromassagem no suntuoso banheiro de mármore.
A idéia não animou Paula. Ali estava ela em um dos lugares mais românticos e lindos do planeta, junto com o homem com quem pretendia se casar, e a emoção mais forte que experimentava em relação a ele era contrariedade.
Ryan se moveu no assento ao lado, seu joelho roçando de leve a perna dela. O breve contato a excitou. Afastou-se rápido.
Ryan parecia alheio à reação dela. Algo ali estava muito errado. O toque de Elliott não a esquentava, enquanto o de Ryan a incendiava.
Quem sabe o culpado disso fosse a diferença das horas mexendo com seus sentidos, embora Nashville e Ochos Rios se situassem no mesmo fuso horário. Talvez ela de fato precisasse daquela siesta para retornar ao normal.
Determinada a acabar com as respostas inadequadas de seu corpo aos dois homens presentes, Paula serviu-se, a boca enchendo de água diante do aroma exótico.
— Tenho passando muito tempo sentada a uma mesa de trabalho, e por nada neste mundo desperdiçaria este dia tão lindo. Vamos agitar!
Kiki se deixou contagiar com seu entusiasmo.
— Que tal alugarmos jet skis? Seria uma delícia! Olhem só. — Ela apontou para dois casais passando por ali em seus jet ski e desaparecendo a distância na água azul-turquesa do mar do Caribe.
Ryan assentiu.
— Acho uma boa idéia. E vocês?
— Era uma das coisas que eu pretendia fazer enquanto estivesse aqui — disse Paula.
— Está dizendo que nunca pilotou um jet ski?
Será que Paula imaginou aquela nota condescendente na indagação de Kiki?
— Confesso que eu nunca cheguei perto de uma dessas máquinas. — Elliott meneou a cabeça.
— Você pode ir comigo, Paula — Ryan interveio.
— E quanto a mim, considerarei uma honra iniciar Elliott nesse prazer — Kiki se ofereceu.
— Só se você prometer ser paciente comigo. — Elliott a fitou com fingida inocência.
Será que Elliott possuía senso de humor? Paula desconhecia isso.
— Confie em mim. Você vai adorar, tanto que implorará por uma segunda vez — brincou Kiki, correndo uma de suas longas unhas vermelhas pelo braço dele.
— Como resistir a uma oferta dessas?
— O que acha, Paula? — Kiki a encarou.
Ela olhou para Ryan.
— Não posso pensar em ninguém mais com quem eu gostaria de partilhar de minha primeira vez.
— Você vai gostar, Paula, eu prometo.
— Espero que minha inexperiência não seja um problema para você.
— Que nada! Só precisará relaxar. O resto, deixe comigo. Sou experiente no assunto.
Paula jamais duvidou disso.

Paula puxou as cortinas das janelas francesas, deixando o aposento às escuras. O piso de ladrilho estava quente sob seus pés descalços, onde batia o sol de meio de tarde. Sentiu o solo mais frio ao entrar no aposento e se aproximar da cama.
Sentou-se nela. Elliott, ali deitado, era um espécime espetacular de masculinidade. Muito apropriado que lecionasse literatura clássica grega e romana. Possuía uma beleza clássica impressionante. Nariz aquilino, lábios cheios, olhos contornados por cílios muito longos e espessos. Mesmo Paula sendo alta, ainda assim ele a superava em estatura por uns bons dez centímetros. Suas pernas, embora não fossem muito musculosas, eram longas e fortes.
— Precisa mesmo fazer isso? Digo, examinar essas provas?
Elliott desviou o olhar da pilha de papéis diante de si.
— Sim. Mas devo terminar tudo em duas horas. Teremos tempo para andar de jet ski.
Em vez de desapontamento, Paula sentiu um enorme alívio. Estiveram bastante afastados um do outro nas últimas semanas, mais do que ela percebera, e agora precisavam de um pouco mais de tempo juntos antes que Paula estivesse pronta para entrar em uma banheira de hidromassagem com Elliott.
Naquela noite, durante um jantar romântico, eles tomariam algumas taças de vinho, relaxariam, e aí então as coisas seriam diferentes.
E quanto a Ryan e Kiki? Paula apostava que no quarto deles ninguém examinava papéis. Quantas namoradas Ryan tivera em todos aqueles anos? Perdera a conta. Então, que química desequilibrada em seu cérebro fazia com que a perspectiva de Kiki e Ryan juntos tanto a incomodasse?
Afastou-se do leito. Tinha de encontrar outra coisa para fazer além de observar Elliott trabalhar, e de especular sobre a vida sexual de Ryan e Kiki.
Combinaram de se encontrar na praia, no lugar onde se alugava jet ski, e ela estaria lá. Enquanto isso, havia muito o que fazer e lugares a explorar. Calçou seus tênis.
— Vejo-o às quatro.
— Hum — murmurou Elliott, distraído.
Paula saiu, duvidando que ele tivesse sequer notado. Uma energia inquietante a impelia a andar.
Assim, deixou o hotel e alcançou o passeio que circundava o exuberante jardim. De repente, parou, como que hipnotizada pela beleza dos papagaios e das araras coloridos empoleirados na densa folhagem.
— São maravilhosos, não acha?
Paula virou-se, surpresa, e avistou Martin, o garçom que os servira no almoço.
— Sim, muito. Tudo aqui é sensacional.
Martin não estava usando seu paletó branco.
— Já deixou o trabalho, Martin?
— Não ainda. Temos algumas horas de folga antes do jantar. Vou ver minha mulher e meus filhos. São apenas alguns quilômetros daqui até minha casa. Na verdade, oito, que percorrerei de bicicleta só para vê-los.
Oito quilômetros pedalando para ver a família, antes de voltar para outro turno. “Isso se chama amor, dedicação.”
— Quantos filhos você tem?
— Dois, um casal, de sete e cinco anos. São ótimas crianças, e bastante inteligentes. Costumam ir cedo para a cama por causa da escola, e eu costumo encontrá-los dormindo quando volto para casa. — Puxou uma fotografia da carteira que tirou do bolso.
Um menino e uma menina, ambos de uniforme escolar, com sorrisos iguais ao do pai, ladeavam uma mulher alta e magra, com os cabelos em tranças, que sorria também. Os três encontravam-se diante de uma casinha de madeira pintada de amarelo e com um belo jardim florido.
— São adoráveis. Parecem-se com você. Esta é sua mulher?
— Sim, Mathilde. — Apontou para os garotos. — Terrence e Louise. Considero-me um homem afortunado.
A emoção nos olhos de Martin levou lágrimas aos dela. Ambos sabiam que ele não se referia à fortuna material. Seu óbvio amor à família intensificou a resolução de Paula de ter um marido e filhos para amar.
— Sim. Sem sombra de dúvida, Martin.
Ele guardou o retrato na carteira.
— Não quis fazer a siesta?
— Não. Estou muito agitada, para dormir.
Isso soou melhor do que “meu namorado está ocupado examinando provas escolares, e eu aqui me roendo porque meu melhor amigo está nos braços de outra mulher”.
— Talvez você tenha um pouco de nativa... — Ele inclinou a cabeça para o lado e a analisou. — Espero que não me julgue um intrometido, mas já pensou em fazer tranças?
— Como Mathilde? Confesso que não.
— Possui ossos faciais adoráveis, senhorita, e seria uma excelente escolha. Se decidir tentar, vá ao salão de beleza do hotel. Pergunte por Katrina, minha prima. Ela é a melhor cabeleireira de Ochos Rios. Diga-lhe que Martin a recomendou.
Ninguém antes mencionou que ela possuía ossos adoráveis no rosto. Martin devia receber uma comissão para cada cliente que enviava à prima Katrina, mas Paula não reprovaria nada que um homem tão enamorado da família fizesse.
A idéia de ter a cabeça repleta de trancinhas começou a agradá-la. Na certa lhe conferiria um visual ousado e sensual. Talvez seus problemas não fossem só Elliott, e tivessem muito a ver com sua própria atitude. Além disso, tranças ofereciam uma mais sofisticada alternativa, além do costumeiro rabo-de-cavalo.
— Obrigada, Martin. Vou agora mesmo procurar Katrina. Aproveite bem sua família.
— Farei isso! Eu a verei na hora do jantar.

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