Eu pegava todos os dias o mesmo metrô, não era uma estação tão cheia em horários específicos, mas tinha certo movimento cotidiano. Era pico do verão, dia 21 de fevereiro, o mês das carnes. Olhava para meu reflexo no espelho no vidro do metrô prestes a partir. Ao meu lado estava esse rapaz, não mais que 25 anos. Muito bonito, cabelos compridos e cacheados, lembrava muito Michael Hutchence do INXS, muito sexy para um mero humano parado no metrô. Encarei o dito por mais tempo que desejava, era hipnotizante. Ele parecia interessado também. Usava especialmente usando meu vestido preto florido de alças finas, me arrisquei a sair sem sutiã. Vejam bem, eu visto 48 de sutiã, volume de mais para duas frágeis alças de meio centímetro. Olhava-o e desviava o olhar sem muito rodeio, queria mesmo chamar-lhe a atenção.
Ele se aproximou, ouvi suas botas coturno batendo no chão, cheirava a camomila, isso mesmo a flor. Vocês já se imaginaram transando com um estranho num local completamente inusitado? Assim, num acesso de loucura desenfreada, sem prudência nenhuma. Eu já estava molhada pelos pensamentos que me assolavam, pela presença daquele pseudo-David Bowie, meu deus ele era gato!
Sentou-se logo atrás de mim, no banco de espera. Sentei ao seu lado, um tanto quanto acanhada. Jesus, o cara poderia ser um psicopata! Ele cheirava a encrenca, isso era fato, mas não a ponto de me matar e guardar os órgãos num pote com água. Resolvi ouvir minha intuição e puxar conversa. "Esperando o 511?" Perguntei apenas para ter assunto. "Não, o 544", respondeu ele sorrindo. Mas que sorriso, caro leitor. Quase me jogo em seus braços ali mesmo. Encaramo-nos por alguns segundos, ou seriam minutos? Não sei, só sei que no momento seguinte ele me guiava pelo metrô até um banheiro masculino mais distanciado da muvuca do desembarque. O terminal era enorme, sim. Tinha muito espaço para sexo em público sem problemas. Tudo aconteceu muito rápido, nem seu nome eu perguntei, mas conheci muito bem o gosto da sua boca e a dança da sua língua experiente.
Nos enfiamos em uma das cabines de um banheiro masculino abandonado. Não estava exatamente sujo, mas limpo não podia ser adjetivo para aquilo. Ele me pegou no colo e prensou contra a parede da primeira cabine. Beijou-me como se nunca mais fosse me ver, o que era bem capaz de acontecer. Beijou cada parte do meu pescoço e chupou meus peitos desprotegidos com nunca antes tinham me chupado. "Você tem camisinha?" Perguntou ele. Eu sorri e pensei: "que coisa mais preciosa, gato, sexy, pinta de rock star e consciente." Graças à deusa eu tinha. Ali naquela posição mesmo ele me penetrou, metendo com velocidade e força à medida que eu rebolava no seu pau ofegante. "Como é seu nome?" Ele perguntou com aquele tom de voz que os homens adquirem no meio do sexo, meio aveludado, sexy e indecente. "Carmen", respondi no mesmo tom. "Carmen hmmm, sua buceta é maravilhosa, vou querer foder ela de novo..." Eu quase gozei só de ouvir aquela voz de veludo dizendo que minha boceta é maravilhosa. Mas não gozei. Ele gozou, eu desci de seu colo e me arrumei como pude. Antes de sair do banheiro ele pede meu número, o anoto em seu celular, não quero me encarregar do primeiro contato. Dou um beijo em sua boca deliciosa e me despeço com ares de misteriosa.
Peguei meu metrô e no caminho de casa recebo a notificação: "Oi Carmen, a misteriosa."
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Contos eróticos
RandomSérie de contos ou crônicas eróticas que às vezes escrevo para passar o tempo.