Marcos e Diva

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Marcos e Diva

Era a sua primeira vez. Marcos sabia.

Marcos já tinha vinte e dois anos e estava

na Faculdade. Ela se chamava Diva

– para esconder o nome de batismo: Dádiva.

(De tarde, no cinema, Marcos cochichara

no seu ouvido: "Deixa?" Diva, vendo o filme,

querendo, disse não. "Esqueceu que eu sou virgem?"

"Pra sempre?" Num rompante, diz: "Tá, depois de Ata-me.

Falta muito, patrão?" Marcos não acredita:

"Dedicarei ao Santo Almodóvar este hímen",

pensa, esperando o fim, e rindo, da película.)

Na cama do Motel Segredos, Diva aguarda,

com a surpresa dos quinze, o patrão que em verdade

ia marcar, nos dois, pra sempre, a vida e a dádiva.

Por Bith (pseudônimo de Wilberth Salgueiro). Poema retirado de seu livro Personecontos (Flor&Cultura Editores, Vitória – 2014)

Coletânea de PoemasOnde histórias criam vida. Descubra agora