-Esse é o único portal que sobrou para fer. Anos atrás eu destrui quase todos. Um portal é mais fácil de proteger, essa é a única entrada restante.
-Um cogumelo, Thomaz? Eu pensava que fadas faziam mágicas. Mas a única mágica que um cogumelo pode fazer é te deixar chapada...
Disse Mary debochando.
-Ah, esse portal é camuflado, senhorita. Quando não estou por perto vira um simples e pequeno cogumelo e só quem eu quero pode entrar. Usei o resto da magia que eu tinha para deixa-lo protegido... então é... um cogumelo.
Disse Thomaz sem jeito.
-Mary pare, ele esta ficando sem jeito... eu achei isso muito inteligente.
Disse Clar olhando para Thomaz com um sorriso gentil.
-Obrigado senhorita.
Agradeceu Thomaz com um sorriso alegre.
-Bom, se afastem. Vou abri-lo de uma vez.As garotas se afastaram enquanto Thomaz estendeu as mãos e disse palavras estranhas. Depois de um tempo o cogumelo se abriu e virou uma rosa azul gigante, no meio dela tinha uma água rosa quase transparente. Embaixo da água havia uma imagem, como se fosse uma janela, nela aparecia um castelo no meio de um campo enorme. Uma grama verde azulada e o céu era de um rosa claro.
- Bom, vamos?
Disse Thomaz animado e sorridente.
-Então temos que pular nessa água? Mas e se a gente se afogar ou cair?
Perguntou clar apreensiva.
-Para você ver como é seguro eu irei pular primeiro, está bem?
-Sim.
Thomaz pulou dentro da água e apareceu do outro lado dela.
-Viu? Estou bem. Venham, por favor.
Gritou Thomaz acenando para as garotas.
-Vamos, Clar?
-Ta bem... mas se algo acontecer eu avisei.
Então as duas garotas deram as mãos e pularam juntas na água.Ao passar pelo portal elas sentiram um cheiro de doce queimado. A grama estava preta, o céu marrom e o castelo estava em ruinas.
- Não era assim que parecia na água...
Disse Mary com medo.
-Sinto muito, a água retrata como era na primeira vez que o portal foi aberto. Fer foi destruída pela guerra, isso é tudo que restou dela.
- Ah... agora entendo.Thomaz levou as garotas para o castelo em ruínas, conferiu se ele estava vazio e entrou. Ao abrir a porta elas viram várias marcas de queimado, como se uma bomba tivesse explodido embaixo dele. Thomaz vendo a situação do castelo quase chorou, fazia tanto tempo que ele não pensava em como grande parte da população de fer morreu aquele dia.
-Thomaz, você está bem?
-Oh, sim senhorita. Me desculpe...
-Tudo bem Thomaz, eu entendo que deve ser difícil. Se precisar estou aqui para conforta-lo...
Disse clar com um sorriso gentil enquanto segurou a mão de thomaz que retribui com um sorriso tímido.
-Bom, as torres de magia devem estar intactas, afinal elas são os pontos mais altos de fer. Os magos devem ter protegido elas! Irei para uma delas onde guardavamos os suprimentos, vocês vão para a outra. ficaremos por aqui enquanto a senhorita aprende a controlar seus poderes.
-Poderes? Eu tenho poderes? Como?
Disse clar soltando a mão de thomaz e colocando sua mão no peito como se estivesse com falta de ar.
-Oh, desculpe! E vou lhe ensinar tudo, senhorita. Não se preocupe, eu te ajudo.
Disse Thomaz com um olhar acolhedor.
-Mas, então pombinhos, e a comida não estragou? Afinal são anos sem ninguém para cuidar delas...
Disse mary, enquanto clar sorria ao perceber o ciúmes da amiga.
-Ah, senhorita Mary... aqui é uma terra mágica, podemos conservar comidas por décadas com magia de gelo ou de rejuvenescimento.
Disse Thomaz sem jeito.
-Ah...
Clar riu e pegou a mão de Mary.
-Vamos!
-Ta bem!
As duas garotas se olharam e deram sorrisos tímidos e depois subiram para uma das torres.
Ao chegar na torre as meninas deram de cara com uma porta que mesmo sem tranca nenhuma, não abria.
-Como vamos abrir isso?
-Não sei. Será que abra cadabra funciona?
Disse mary tentando fazer a amiga rir.
-Ah... Vamos esperar o Thomaz? Se eu não consigo abrir uma simples porta como irei salvar um mundo inteiro?
Clar não esqueceu o que havia acontecido com a amiga, se sentia impotente. Mas também assassinou uma pessoa e gostou, isso não tornava ela horrível? E isso do nada, um mundo das fadas? E até com magia ela consegue ser defeituosa. Os pais morreram tentando concerta-la, Mary foi abusada e quase morreu tentando ajudá-la com uma matéria estúpida, ela só trazia desgraça para todos. Talvez fosse melhor se ela sumisse.
Percebendo que algo estava atormentando clar, Mary colocou uma de suas mãos no rosto de clarissa e com a outra segurou uma das mãos dela. Olhou no fundo dos olhos da amiga e com um olhar amoroso disse;
-Clarissa, você não pode se cobrar tanto tão cedo! Não faz nem um dia que você descobriu sobre seus poderes e nem sabe a proporção deles. Pare de se tratar assim, você pode salvar o mundo, mas antes precisa treinar e ser melhor consigo mesma!
Clar soltou algumas lágrimas e depois abraçou mary.
-Obrigada, meu amor. Eu amo você.
-Também amo você, clar.
-Bom, vamos esperar o Thomaz!Algum tempo depois chegou Thomaz "carregando" alguns sacos com comida, água, roupas, armas e livros antigos. Mas ele não estava usando as mãos, ele estava levitando os sacos!
-T-thomaz? Então esse é o seu poder?
Disse Clar espantada.
- Ah, oi senhoritas. E sim, mais ou menos. Meu poder é levitar as coisas. Eu sou uma fada da classe do ar!
-Classes? Como assim?
Perguntou mary confusa.
-Ah, eu esqueci de explicar? Bom, eu irei resumir. Nosso reino tem 7 classes de poderes ou tipo de poderes, como quiser chamar. 6 dessas classes são básicas; Vida, Morte, Terra, Ar, Água e Fogo. Essa sétima classe é de híbridos, por exemplo; se uma fada da classe ar tem um filho com uma fada da classe água, esse filho nasce híbrido. Como seu pai, senhorita. Ele podia controlar trovões por ser um híbrido de água e ar...
-M-meu p-pai?
Disse Clarissa interrompendo a explicação de Thomaz.
-Sim, senhorita!
-E minha mãe? Era de qual classe?
-Sua mãe era uma das mais poderosas da classe terra!
-Ah, eu sou uma híbrida?
-Não, senhorita. Lhe observei por 16 anos, você apresentou o poder das 7 classes. Você, por algum motivo, tem todos os poderes possíveis...
-C-como? Bom... continue sua explicação...
-Bom, existem vários poderes para cada classe, mas os mais comuns são; Vida; o poder da cura. Terra; o poder de manipular/controlar plantas. Água; o poder de controlar água e sua consistência, como criar gelo. Ar; Levitar e controlar o vento. Fogo; produzir fogo e controlar lava.
Disse Thomaz com um jeito engraçado como se estivesse tentando ser um professor exemplar.
-Mas e a... morte?
Perguntou clar sem entender porque ele não disse nada sobre.
-A morte... Você não deve se preocupar com essa classe, você não deve ter ela... Eu espero.
Disse Thomaz mudando sua expressão, parecia que ele tinha rancor dessa classe ou pelo menos medo.
-Mas... e se eu...
-Clar, morte não deve ser coisa boa. Por favor, pare.
Disse mary vendo o desconforto de thomaz.
-Tá bem, tá bem. Ah, Thomaz como abrimos essa maldita porta?
Perguntou Clar apontando para uma porta marrom enorme e sem tranca.
-Só os mestres podiam abrir essa porta. Sendo mais claro; mestres são hibridos de vida e fogo. Eles podiam curar e sugar certas magias, mas não todas. Acredito que a senhorita pode abrir essa porta, ou teremos que quebrar uma parede para entrar.
Disse Thomaz com um tom de deboche.
- Ah, certo. Então é só... fazer o que?
-Coloque a sua mão aqui.
Disse Thomaz pegando a mão de clar e colocando-a na porta.
-T-thomaz...
Clar estava quase ficando vermelha, já que Thomaz estava atrás dela segurando sua mão na porta. O corpo dele estava tão próximo ao dela que ela podia ouvi-lo respirando em seu pescoço.
-Senhorita?
Thomaz não percebeu o por que de ela estar tão vermelha.
-T-thomaz... seus lábios... estão perto demais do meu pescoço já que você está quase me abraçando por trás.
Clar estava vermelha igual uma pimenta e Mary só ria, enquanto Thomaz percebeu o que estava acontecendo e saiu de trás de Clarissa.
-Bem, me desculpe, princesa. Eu não queria...
-Tudo bem...
Disse clar colocando uma de suas mãos no ombro de thomaz que sorriu sem jeito.
-Continuando... Coloque sua mão aqui e pense em algo que pode sugar...
-Como um aspirador de pó?
Disse Mary tentando quebrar o clima.
-Isso... Um aspirador de pó.
Respondeu Thomaz com um sorriso debochado para Mary. Então ele continuou;
-Pense que a porta está cheia de poeira e você é um aspirador de pó. Pense em você sugando a poeira, a magia!
-Vou tentar!Então aos poucos a porta foi sumindo dando lugar a uma cortina branca.
-Eu fiz isso?
-Sim, princesa! Parabéns!
-Q-quem falou isso?
Disse Clarissa ao ouvir uma estranha voz que vinha das escadas.
-Bom, antes de tudo... Princesa, você está pronta para renascer?
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54 minutos - Cartas para a rainha.
FantasyUma fada sem asas, uma humana com bravura, um guardião atemporal e um híbrido debochado poderiam salvar o reino das fadas?