prefácio

576 4 0
                                    

PREFÁCIO
“A sabedoria deste trabalho, como um instrumento de
aplicar colírio, tem aberto os olhos do mundo inquisitivo cegado
pela escuridão da ignorância. Como o sol dissipa a escuridão...”
Mahabharata – Livro 1 - Adi Parva
O que é real? O que é sonho? A autora Melissa Tobias
presenteia a literatura brasileira com uma obra em que a realidade
não pode ser explicada por um conceito universal, pois cada
pessoa é única e vive uma experiência ímpar, sendo o sonho parte
dessa existência. O desejo individual reprimido extravasa nas
mentes cheias de imperfeições e angústias.
O consciente existe e faz suas escolhas, e a capacidade da
criação da mente é infinita – essa é a causa que faz girar a roda
desse brilhante livro. O espaço ao qual nomeamos como real,
aquele que vivenciamos a cada dia, pode ser resumido em uma
única frase: o universo é infinito de universos finitos.
O livro A Realidade de Madhu nos encaminha por uma
jornada que somente a ficção científica pode conduzir as mentes
sedentas por sabedoria. Felizmente os novos autores brasileiros
começam a se aventurar por esse estilo ainda pouco divulgado na
nossa literatura.
A ficção científica tem o dom da profecia, e os autores
mais famosos do gênero inspiraram pesquisadores de diversas
academias em inventos e teorias variadas. Por isso, eles têm em
mãos um instrumento magnífico de criação, expandindo suas
mentes por multiuniversos.
Como pesquisador e escritor, vejo nessa composição uma
forma inteligente de enxergar o estudo sobre vida extraterrestre e
algumas respostas às perguntas que assolam todos os homens e
mulheres que passaram pelo planeta Terra: de onde viemos? Por
que estamos aqui? Para onde vamos?
Também é possível observar nessa obra uma resposta
lúcida ao Paradoxo de Fermi: “se a probabilidade da existência
de vida extraterrestre inteligente é tão grande por que não há
suficientes evidências de sua existência?”. Como explicado na
resposta mais famosa a esse Paradoxo, a Hipótese do Zoológico,
de John A. Ball, há uma política relativamente universal, jurídica
e cultural entre a pluralidade de civilizações extraterrestres que
exige o isolamento das civilizações em planetas com menor
estágio de desenvolvimento, sendo assim, as civilizações partem
de um único ponto, evoluindo em semelhantes padrões culturais,
e quando divergem são corrigidas ou aniquiladas por aqueles que
estariam a frente de todos, e quem seriam estes? Estes seriam os
inventores da primeira civilização ou criadores, aqueles que
contaminam todo o universo com uma “coisa estranha” chamada
Vida.
Os escritores podem não ter a prática dos grandes
construtores, mas com certeza possuem a força inefável da
retórica. O dom da criação infinita que assume um papel
preponderante no pensamento humano através da pena ágil,
crítica e aguçada, dádiva essa concedida à escritora Melissa
Tobias, que nos oferta um texto sábio, fluído e divertido,
impossível de abandonar antes que se leia a última palavra!
André de Pierre

A realidade de MadhuOnde histórias criam vida. Descubra agora