15 - Reencontro

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Eu tinha que ter aberto minha boca

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Eu tinha que ter aberto minha boca. Eu não podia ficar quieta. Eu tinha que perguntar se podia ficar pior, e é claro que podia ficar pior!

Quando saímos do quarto após sermos flagrados por meu pai, descemos as escadas e encontramos meu pai e também minha querida futura madrasta.

É normal odiar uma pessoa sem ao menos ter passado um dia com ela? Perséfone é a resposta de que: Sim! É possível!

- Agora que vocês terminaram de se agarrar será que podemos ir? - Meu pai pergunto, mas encarava diretamente Dark.

- Sim senhor... - nos dois dissemos ao mesmo tempo e caminhamos na frente.

Eu já havia entendido que Perséfone também iria, mas não queria dizer que eu a atravessaria pela fronteira.

Era para ser um reencontro dos meus pais, não uma festa de "vamos misturar as famílias".

Como fiz mais cedo, criei a barreira protetora para o Darkness e nos atravessei, protegendo a vida de Darkness.

Meu pai me olhava orgulhoso e preocupado ao mesmo tempo.

Perséfone me olhava com um misto de superioridade e medo, muito medo.

Darkness me olhava... Apaixonado... Ou eu estava enganada, o que sempre é uma possibilidade.

Caminhamos por mais alguns minutos até chegarmos a barreira. Ela estava em um tom leitoso, não permitindo ver o que havia do outro lado. - Eu e Darkness passando primeiro. Depois te busco. - disse para meu pai que acenou concordando. Perséfone me encarou como se fosse possível me queimar com um olhar. Talvez até fosse possível com pessoas normais...

Peguei a mão de Darkness e atravesse a fronteira. Encontrei espécies de tendas armadas, mas que definitivamente forem feitas do gelo, uma mesa com tamanho legal e velas por cima. A noite começava a chegar em Iceland. Um guarda me reconheceu e fez uma reverência me fazendo ficar sem jeito. - Obrigada... Minha mãe?

- Na tenda maior majestade.

Acenei e fui em direção a tenda indicada. - Mãe? Posso entrar? - perguntei ainda do lado de fora da tenda.

- Claro meu amor! - Entrei e a encontrei sentada em uma poltrona com um livro em mãos. Ela se levantou, provavelmente acreditando ter algo errado, mas quando viu o colar em meu pescoço se acalmou. - Meu bem, houve algum problema? Não imaginei que retornaria...

- Não mamãe. - tomei suas mãos entre as minha me aproximando dela. - Ele ficou muito contente de me conhecer. Foi um dia muito legal!

- Mas... Se tudo correu bem, porque você está aqui? Imaginei que passaria a noite em Fireland.

- Bom, sobre isso. Papai tá aqui... Ele quer te ver, se a senhora concordar é claro. - ela abriu a boca, parecia pasma com o que eu havia dito, e ao mesmo tempo esperança brilhava em seus olhos.

Ela deu um leve aceno antes de concordar com mais ênfase. Passou a mão por seu vestido, pelo cabelo e depois me estendeu a mesma.

Nos guiei para o lado de fora e a deixei sentada a mesa. Darkness assumiu um lugar ao seu lado, e disse algo que a fez sorrir.

Me afastei indo em direção a barreira novamente. Não sabia porque estava naquele tom, mas algo me dizia que os deuses estavam tentando me impedir.

Atravessei como de costume e encontrei meu pai andando de um lado para o outro. Assim que me viu parou seus passos e me encarou.

Estendi uma mão para ele e balancei a cabeça. Ele caminhou até onde eu estava e pegou minha mão. - Um vez, o senhor tentou ultrapassar essa fronteira por mim, para me conhecer. Hoje a gente vai atravessar juntos! - ele acenou e uma lágrima escorreu por seus olhos.

- Licença, queridinha, mas e quanto a mim? - Eu já disse que até a voz da megera me irrita? Porque me irrita!

- Desculpe "queridinha", mas é só um por vez! - mentira, eu com certeza conseguiria atravessar quantas pessoas sei quisesse.

Escutei meu pai abafando uma risada antes de colocar a máscara de pessoa séria de volta.

Atravessamos a barreira e sentia seu medo do que estávamos fazendo. Mas quando ele olhou a sua volta e viu que estava tudo certo suspirou aliviado.

Deixei sua mão e me afastei um pouco, só o suficiente para colocar minha cabeça do outro lado da barreira. - Ei? - Perséfone olhou para mim e começou a caminha em direção a barreira. - Eu se fosse você não faria isso... - ela parou abruptamente, tropeçando em seus saltos muito altos. - Te aconselho voltar pro castelo, eu não vou te atravessar!

- Há sua peste!

- Já fui chamada de coisa pior. Volta pra lá, ou fica aí, não me importo. Meu pai não vai voltar hoje, então eu desejo uma boa noite por ele. - voltei para o outro lado e encontrei meu pai de bençãos cruzados me encarando. - Oi...

- Eu vou querer saber?

- É melhor não...

Ele concordou e abriu os braços em minha direção. Caminhei até ele e me aconcheguei ao lugar que pertencia. - Te amo minha preciosa menina...

- Também te amo pai...

Escutei alguém fazendo um som com a garganta chamando nossa atenção. Olhei e era um dos guardas. - Vossas majestades! - Nos reverenciou e estendeu um braço em direção a mesa.

Caminhamos na direção indicada e avistei Dark de pé ao lado de minha mãe que parecia tão nervosa quanto meu pai.

- É uma miragem ou aquela é mesmo minha Quione? - Hefesto sussurrou ao meu lado.

Sorri som o "minha" antes de confirmar. - É ela sim pai... A primeira e única.

- Sonhei tanto com esse momento em que eu teria vocês duas em minha vida, que eu me perco entre a realidade e uma ilusão.

- É tudo real pai. E enquanto eu puder, darei um jeito de manter assim...

Quando chegamos até a mesa os dois se olhavam de uma maneira tão profunda e pura que era quase invasivo ficar admirando.

- Hefesto...

- Quione...

Eita, eita, eita! O que será que esse reencontro vai fazer em?!

Se estiver gostando não esqueça de curtir e compartilha a história com os amigos, me ajuda muito a atrair leitores... Beijos até o próximo capítulo!

Combinação Quase Perfeita - NÃO REVISADOOnde histórias criam vida. Descubra agora