𝗔 𝗔𝘂𝗿𝗼𝗿𝗮

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  Já eram 20hrs quando o menino chegou em casa fazendo muito barulho, e incomodando ao pai.

- Quem te deu o direito de chegar assim tão tarde em casa, hein ? Estamos com visita ! O que você quer que ela pense de nós ? Idiota !

- O que quer que eu faça pai ? Proteja a madame ? E, na verdade você nem tem certeza que essa pirralha é sua filha mesmo !- O menino gritou, retrucando o pai.

- Uma coisa que eu não tolero é falta de respeito ! Você está na minha casa, debaixo do meu teto e comendo a minha comida ! Não me desrespeite ou maltrate a garota, ou você já sabe o que vai acontecer ! Homem de papel ! - Bunch gritou ainda mais alto do que o próprio filho, agora deixando o menino calado.

Charlotte ouviu a briga, mas não se importou. Brigas aconteciam todos os dias no apartamento ao lado do seu, então pensou que a poderia ser em outra casa. Logo ouviu o barulho de passos pesados na madeira da escada, dessa vez, da sua escada. Mas, como ainda não tinha tido tempo para gravar o ritmo dos passos de cada um, apenas torceu para ser o seu pai.

Ela havia passado a tarde toda fazendo esboços de moda, escrevendo em seu diário e falando na linha telefônica com suas amigas inglesas. O seu dia tinha sido bom, no geral, mas a angústia e a saudade da mãe continuava reinando no seu coração sem nenhuma ternura.

De repente a porta se abriu de forma brusca. A menina sentiu raiva, pois pessoas entrando na porta sem bater era o que mais odiava, mas lembrou que não estava no seu seu território, então não podia nem reclamar. A menina continuou com seus desenhos, sem dirigir uma palavra a Henry.

- Nem um "oi", pirralha ? - Disse ele se aproximando do colchão da britânica.

- Oi, Henry.

- Tá bom. Se é assim ... - ele sorriu malignamente para a menina - e aí ? Quando vai me contar mais sobre ela ?

- Ela quem ?

- Minha mãe, né sua idiota ! - O menino disse levantando o queixo da irmã.

A menina deu um longo suspiro e levantou do colchão, tentando se conter com a raiva que já estava tendo do valentão, mesmo tendo acabado de conhecê-lo.

Abriu a sua mala e pegou uma caixa de metal com uma gravura dos Beatles na frente: lá dentro tinham diversas fotos e cartas de pessoas da sua família. Então passou uma por uma, cuidadosamente, até encontrar a de sua mãe e entregou ao menino.

- O nome dela é Genevive, Genevive Jackson. Ela é uma das maiores empresárias de moda do mundo todo. É dona da "Empire Jackson", já ouviu falar?

O adolescente estava concentrado demais na foto da mulher em que sempre sonhou em conhecer. Mesmo nunca admitindo, o menino cresceu imaginando como sua mãe seria. Ela era linda, linda como o sol que vem todas as manhãs, mas, a vida, assim como nuvens de chuva, que cobrem o sol, havia o impedido de usufruir do seu amor.

 Ela era linda, linda como o sol que vem todas as manhãs, mas, a vida, assim como nuvens de chuva, que cobrem o sol, havia o impedido de usufruir do seu amor

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Loira, com olhos claros e um nariz empinado como o seu, agora o adolescente entendia de onde vinha, e sentia que finalmente estava completo. Todos esses pensamentos foram mais uma vez interrompidos com a suave voz da sua irmãzinha, que, agora não parecia ser tão ruim assim.

Uma lágrima escorreu em seu já maltratado rosto, a menina, tratou de tirar um lenço da sua "misteriosa mala" e ajudou o irmão. De alguma forma, mesmo Henry sendo sol e Charlotte sendo lua, os dois se entenderam, como um eclipse.

- E ... essa é a vovó quando era jovem. Ela foi a melhor pessoa que eu já conheci na minha vida.
Todas as noites, brincava com os meus cabelos até eu dormir. Sinto falta das suas mãos, as mais suaves que eu já conheci. Ela tinha cheiro de "Floratta in Blue". - Então, a menina não conseguiu se conter e chorou, chorou como não houvesse amanhã, e, tirou forças de algum lugar para continuar. - O seu nome era Aurora, que significa amanhecer e, desde que se foi, o amanhecer nunca mais foi o mesmo para mim.

Ouviram a voz rouca do pai chamando para o jantar

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Ouviram a voz rouca do pai chamando para o jantar. Ela lavou seu rosto, agora com um pouco mais de ternura, na pia do banheiro. Em seguida os dois desceram para o andar debaixo da casa e foram jantar.
                                          [...]

A Extraordinária História de Charlotte Bowers (PRIMEIRA VERSÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora