Capítulo 7 - Conversa

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# Pietro

Saí do quarto de Isabelle e fui direto para a porta de saída, queria me ver foda daquele lugar imundo o mais rápido possível. Mas chegando no hall de entrada dei de cara com aquele imbecil do Jhony, ele veio com uma expressão de preocupação.

_ Cara, o que foi? Por que está indo? Você pagou pela noite toda. - ele se recostou no balcão e ficou me encarando.

_ Eu já terminei por aqui. - falei com um tom aborrecido.

_ Foi a Isabelle? Ela fez algo que você não gostou? Se for isso, eu posso resolver, e também temos outras meninas que podem satisfazê-lo. - o tom de sua voz me fez perceber realmente como ele resolveria a situação. Cenas de Isabelle machucada naquela cama me retornaram à memória.

Mesmo que eu estivesse com muita raiva por ele nem se quer ter cogitado a minha proposta eu jamais deixaria que aquele patife a machucasse por minha causa.

_ Não amigo. - disse essas palavras com todo desdém que eu sentia por esse cara. _ Ela foi ótima, houve um imprevisto na minha casa e eu preciso ir embora.

_ Oh, se é isso. Mas devo informar que não poderei devolver seu dinheiro. São as regras da casa. - o dinheiro era o menor dos meus problemas pra mim, eu não o queria de volta, pois sabia quem pagaria por ele, eu apenas queria sair dali.

_ Não se preocupe cara! Eu não quero meu dinheiro de volta, pode ficar com ele. Apenas quero sair daqui agora. - ele começou a falar algo, mas eu nem ouvi, me dirigi a porta e saí para a rua. Foi quando um vento fresco me envolveu. Entrei no meu carro e dirigi para casa, eu não conseguia entender porque ela não aceitou a minha proposta. Ela não gostava daquela vida, isso era visível, quem gostaria afinal? Mas uma coisa é certa, eu não vou desistir, darei a ela alguns dias para pensar. Apenas alguns, meu pai não tem muito tempo.

Quando cheguei em casa, todas as luzes estavam apagadas e um silêncio perturbador tornava conta da casa, para mim era doloroso pensar que daqui a não muito tempo seria assim todos os dias. Aquela enorme casa e eu lá sozinho.

Passei pelo quarto de meu pai, como habitualmente fazia sempre, e quando cheguei na porta ele me recebeu com um sorriso.

_ Filho! Chegou tarde.

_ Agora vai controlar a hora que chego em casa velho? - disse isso em tom de brincadeira, me aproximei dele e o abracei.

_ Olha como fala comigo seu moleque. - ele tentou dizer isso em tom de repressão, mas não conseguiu, logo a gargalhada que eu mais gostava surgiu. _ Você não parece muito bem. O que houve?

_ Nada demais, não se preocupe. - dei um sorrisinho meio sem graça.

_ Problema com as mulheres?

_ Mais ou menos isso, acho que é problemas em cumprir minha promessa. - meu pai deu uma boa risada.

_ Fazer um filho não é uma coisa tão difícil é? Você é um Cavalliere, isso está no sangue. - eu não pude não rir.

_ Falar é fácil, vai convencer alguém que nunca te viu a ter um filho seu. As mulheres são terríveis quando querem. - seu semblante então ficou sério.

_ Filho, não desista. Ela provavelmente vale a pena. - aquele tom me interessou.

_ Como você sabe ? Você nem sabe quem é.

_ Porque gastei um longo tempo para conquistar a sua mãe, as vezes elas são difíceis de lidar, mas com a dose certa de persistência... tudo da realmente ali, como se estivesse em algum outro lugar, talvez relembrando momentos com a mamãe.

_ Eu não vou desistir, não tão fácil. Vou me deitar, estou um pouco cansado pai. E amanhã tenho uma reunião bem importante logo cedo.

_ Vai lá meu filho, eu também preciso dormir, esse corpo já não é tão resistente como antes.

Dei um beijo na testa do meu velho pai e fui em direção ao meu quarto, tirei a roupa e deitei na cama, fiquei um tempo olhando para o teto e pensando em como estaria a Isabelle agora e em como eu poderia fazer ela aceitar a minha proposta.

IsabelleOnde histórias criam vida. Descubra agora