Capítulo I

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#Isabelle

_ Geme gostosa, eu quero ouvir você gemendo.

Eu sempre fixava um ponto no meu quarto, algo no teto, ou fora do prédio, tudo para não dar a mínima para os caras que sempre estavam no meio das minhas pernas. Será que eles não entendiam que eu não era paga pra gemer? Eu era paga pra transar, em momento nenhum disseram que eu teria de ficar gemendo como uma maldita adolescente virgem. Comigo era simples, não tinha conversa, nem beijos, eles vinham, gozavam e iam embora, simples, mais sempre tinha os que se achavam exceção por serem o que Jhony chama de cliente vip. Esse tipo de cliente era o pior, riquinhos arrogantes e prepotentes, as vezes velhos e as vezes jovens filhinhos de papai, achavam que eu era obrigada a gostar do que eles estavam fazendo, mais o detalhe é que isso não é novidade para mim e também não me excita. Depois de um tempo nessa vida nada mais te excita, tudo é monótono e sem graça. Voltei meu olhar para o rosto do cretino a minha frente. Era um garoto de uns 18 anos, provavelmente estava gastando o dinheiro que o papai deu pro filhinho virar homem, se ele estava procurando uma escandalosa deveria ter gasto o seu dinheiro com Miriam, os gritos dela são ouvidos por todo o andar. Olhei bem dentro dos seus olhos.

_ Eu não sou paga para gemer, se queria uma garota para isso, deveria ter pedido pela Miriam.

Ele me fitou com o olhar espantado e depois de fúria. Saiu de dentro de mim, deu a volta na cama e puxou forte os meus cabelos até que sua boca encostou no meu ouvido.

_ Sua puta, quem você acha que é pra falar comigo desse jeito? Eu estou te pagando e muito caro por sinal, e você vai fazer tudo o que eu quiser, sua vadia.

Ele me forçou a ficar de quatro na cama, ainda segurando meus cabelos ao ponto de dor, sem nenhuma cerimônia me deu um tapa e logo senti meu bumbum arder e em seguida veio outro e mais outro, acho que ele queria que eu gritasse, chorasse ou implorasse para ele parar, mais a única coisa que recebeu de mim foi o silêncio. Aquilo estava doendo, mais não era insuportável, já tinha passado por coisas piores, e por mais que eu estivesse com vontade de chorar, nunca daria o gostinho a ele. Ele me deu mais um tapa e entrou em mim com toda a força, senti o tecido da minha boceta se rasgar com a invasão. Ele meteu em mim sem parar em um ritmo enlouquecido, senti seu pau inchando dentro de mim e logo um grunhido abafado me avisou que ele tinha gozado.

_ PORRAA!!! - ele saiu de dentro de mim, e eu me levantei, estava dolorida e cansada, ele era o último cliente da noite, logo eu ficaria sozinha no meu quarto. Ele se vestiu e ficou bem de frente para mim e sua mão foi direto no meu rosto, com a força do tapa eu caí no chão de joelhos.

_ É assim que eu quero te ver, de joelhos na minha frente, você se acha muita coisa não é? Esse seu olhar orgulhoso, arrogante, me olha como se eu não passasse de um monte de merda. Você é assim com todos ou foi só comigo?

Me levantei devagar, levantei o queixo e coloquei o meu olhar de confiança no rosto, um sorriso se formou em mim, mas não chegou até os olhos.

_ Você é exatamente isso para mim, um monte de merda. Filhinhos de papai como você acham que podem ter tudo que quiserem, do jeito que quiserem. Vocês vem aqui, pagam para se deitarem comigo e querem me forçar a sentir prazer, pois saiba que eu não sinto porra nenhuma, vocês são como lixo para mim, depois que se vão, eu lavo toda a sujeira.

Ele armou a mão para me dar um soco, ia acertar bem em cheio o meu rosto, mais eu fui mais rápida e dei um chute no saco dele. Ele gritou e se contorceu de dor, logo a porta se abriu e pelo olhar a minha frente eu sabia que estava completamente ferrada.

Ross entrou no quarto, ajudou o playboy a se levantar e pediu que ele saísse e trancou a porta. Eu realmente estava completamente ferrada. Um frenesi atingiu o meu corpo, o medo era uma coisa engraçada, logo vinha e seu corpo todo muda com ele. Seus olhos se arregalam, as narinas dilatam, o coração dispara e as lágrimas ameaçam vir. Mais para pessoas como eu, demonstrar esse tipo de reação só te faz parecer fraca e as coisas apenas pioram. Ross se aproximou de mim com um brilho no olhar e um sorriso maquiavélico, ele era a figura escrita do diabo. Era alto, forte e moreno, tinha cabelos escuros e olhos negros e sua característica marcante era uma cicatriz acima da sobrancelha de autoria minha em um de nossos inúmeros desentendimentos.

IsabelleOnde histórias criam vida. Descubra agora