Raví:
Eu tinha 6 anos, quando a encontrei. Eu não tinha ninguém, e não conhecia meus pais.
Lorena:
Eu tinha apenas 18 anos, quando o encontrei. Tinha acabado de perder meus pais.
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Se passaram dez anos, desde que minha mãe me encontrou. Depois daquele dia com o JR, minha mãe cuidou de mim, me fez sentir amado e único.
O Falcão por incrível que pareça é muito presente na minha vida. Ele quem ia nas minhas festinhas da escola, foi ele que me levou pra jogar futebol, e que me incentivou a entrar no judô.
Antes eu tinha ciúmes dele com minha mãe, mas depois mudou, ele era fechamento, e era bom pra ela. E o resultado disso foi eles terem se casado.
Em relação ao JR, por Falcão estar com minha mãe, vejo ele frequentemente apesar dele não vir aqui em casa. Ele teve mais dois filhos com a fiel dele. Às vezes ainda me sinto meio pá, até porquê ele é o cara que ajudou a me botar no mundo, e o fato dele me menosprezar dói. Os filhos dele nem fazem ideia disso, creio que nem a fiel dele saiba.
Apesar de tudo gosto de morar no morro. Estou no terceiro ano do Ensino Médio.
Saio dos meus pensamentos com minha mãe entrando no meu quarto, sem bater pra variar.
Lorena: Filho você realmente está bem? - Minha mãe está preocupada porque ontem cheguei com o olho roxo da escola, geralmente é em lugares que não são visíveis, mas ontem eu não consegui defender meu rosto.
Raví: Mãe fica tranquila, eu estou bem. Foi só uma briga que rolou lá na escola eu fui ajudar a separar e pegou no meu rosto.
Lorena: ta bom Raví. Se você diz que é só isso eu acredito. -Ela saiu depois de dar um beijo no meu rosto.
Aos treze anos começou, eu não sabia muito bem o que era, eu tentei me matar por achar que eu era o errado. Eu fui em uma igreja e chegando lá quando ouvir o que eles falaram, eu pedi a primeira, pessoa que eu vi com arma, para me matar, mas o Rei, segurança do Falcão viu, e me levou pra casa, e antes de tudo fiz ele prometer que não contaria pra ninguém, pois era apenas uma brincadeira.
EU SOU GAY, é difícil de assumir quando todos julgam. É difícil demonstrar sabendo que você pode morrer apenas pelo fato de gostar de um homem, é horrível ter medo de falar com a sua mãe e ter pavor dela ser homofóbica e te jogar na rua.
A Maya minha melhor amiga, já tentou fazer com que eu fale, afinal é o mais óbvio, mas o medo não deixa.
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Estava voltando da escola e iria passar pelos becos pra cortar caminho. Quando entrei no primeiro beco, veio três vapores na minha direção, já tava quase me tremendo de medo.
Quando senti o primeiro soco ainda não tinha caído a ficha do motivo de estar apanhando, e depois do primeiro, veio vários outros, e no final, quem eu menos esperava ver apareceu. Sim, o JR, ele apareceu e me deu o último soco, até que meus olhos já estavam fechados e eu não sentia mais nada.
E eu só conseguia pensar no quanto eu não merecia isso, sempre fui bom garoto, nunca fiz porra nenhuma de errado, nunca roubei, nunca nem cheguei a responder minha mãe. Por que ele me odeio tanto, o que eu fiz pra ele,?