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Ela lembra... Quando recebeu os resultados e, pesando as palavras, o médico lhe deu a notícia.

Lembra como foi chegar em casa desabando e tentar encontrar voz para contar ao seu marido.

Ela não conseguiu, mal pôde levantar os papéis com o resultado para lhe entregar, prevendo o pior pelo estado de sua esposa, seus olhos focaram nas temidas palavras em negrito:

"Impossibilidade de gerar"

Ela lembra das semanas que passou deprimida. Deixando seu marido louco de preocupação.

Lembra de quando ele chegou em casa com a solução e lhe mostrou o processo já em andamento.

Lembra de tudo que precisaram provar e da espera longa, quando sua ansiedade ia à pico todo dia.

Lembra de conhecer algumas crianças em projetos voluntários em abrigos.

E agora, com o pequeno de oito anos sendo entregue em seus braços... Ela chora, ela chora porque lembra a trajetória.

Ela chora porque conseguiram.

Ela chora porque não sabe se ter gerado em si conseguiria ser melhor do que esse abraço.

Ela chora em felicidade e gratidão.




Página 27 – Maria Rosa de Souza Barros

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