Capítulo 10 - Cativeiro

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Kenzie segura com força a pedra em sua mão, esta quente, apesar do frio noturno a pedra esta bem quente, mas não insuportável, apenas morna. Todos se aproximam olhando para a pedra, analisando – Conseguimos! – diz Enzo tocando o ombro da amiga, Kenzie entrega a pedra para ele, basicamente empurrando em suas mãos, não sabia o que tinha acontecido e magia lhe assustava, não era normal, não era comum, Enzo coloca a pedra com cuidado no bolso, desconfiado ainda olha para o alto procurando os morcegos.

– Escolheu o túnel? – pergunta Tommy encarando as meninas.

– Sim – responde Lorena – Acho que é por aqui. – diz ela apontando para um túnel cujo desenho de cima era uma grade, parecia o numero 3 escrito em numerais romanos.

– Que sinal é este? – pergunta Kenzie rindo – Eu não sei direito, imaginei ser um portão, né? Mas parece o mais provável, olha os outros. – responde Lorena apontando ao redor.

Ela tinha razão, no túnel ao lado do escolhido havia um desenho de presas, parecia um sorriso com dentes afiados, ao lado havia um desenho idêntico a constelação de gêmeos, depois vinha novamente o símbolo de duas mulheres de mãos dada que já haviam visto antes, mas desta vez o desenho aperentava ser mais recente, as cores ainda estavam visíveis, agora tinham certeza que eram duas mulheres, seus cabelos compridos estavam coloridos, uma era ruiva e a outra morena, desta vez estavam de vestidos, a de cabelo vermelho igual fogo estava com um vestido negro, e a de cabelo preto estava com um vestido branco, havia sorriso em seus lábios. – Tudo bem Loh, estou com você. – disse Kenzie aceitando a escolha do túnel.

O túnel era semelhante ao anterior, havia uma passagem do tamanho exato de uma pessoa em pé, a iluminação era precária, precisavam forçar os olhos para enxergar com as mãos esticadas para frente, após alguns segundos a iluminação foi melhorando e o túnel chegou ao fim, estavam em um corredor mais largo com tochas em todas as colunas, não havia buracos no teto igual aos que saíram morcegos, era um corredor relativamente grande com algumas aberturas do lado direito, pareciam quartos, havia cinco divisórias, cada uma com algumas lanças afiadas sendo usadas como porta, lanças saindo do teto e do chão, entalhadas em madeira, dentro havia alguns tecidos de algodão no chão, lã de ovelha no canto, todos os cômodos eram parecidos, mas o ultimo havia alguns desenhos e escritas nas paredes, pareciam feitos a mão. – Eu quero olhar. – diz Tommy se espremendo por uma das aberturas entre as lanças e afastando algumas com seu peso e com a ajuda de Enzo que entra logo em seguida – Parece que havia pessoas em cativeiro aqui, será que nossos pais estão em uma dessas coisas? – questiona Enzo olhando ao redor, no chão haviam dois recipientes feitos com casca de arvore, um estava com água e outro com resto de uma mistura que parecia ser mingau ou alguma coisa bem amassada.

– Não é possível que nossos pais tenham sido mantidos aqui, faz algumas horas apenas e o cheiro aqui é insuportável. – reclama Lorena tampando o nariz ao entrar.

Kenzie continuava do lado de fora revirando os olhos para a total perda de tempo e se preparando para pedir para todos saírem logo quando olha para uma das paredes e seu coração acelera, Kenzie entra imediatamente e toca o desenho deixando lagrimas escorrerem pelos seus olhos. – Esta tudo bem? – pergunta Lorena reparando que a amiga tocava em um desenho feito na parede com algum objeto afiado, a ilustração retratava uma família.

Kenzie ignora a amiga e continua olhando atenta para os outros desenhos nas paredes, como se procurasse algo e logo encontra, em uma das paredes havia escrito "Afrodite" na altura de 30 cm do chão, Kenzie se ajoelha e começa a chorar com os punhos cerrados, desta vez permite que seus olhos transbordem, soluçando no chão aponta para o nome e diz:

– A trouxeram para cá, ela ficou presa aqui, como fui burra, ela ficou viva, por quanto tempo mantiveram ela aqui, por quantos dias ela chorou até pegar no sono? O que ela comeu? – diz Kenzie cuspindo as palavras no ar, soluçando e enxugando o nariz com a blusa.

Sem saber como consolar a amiga Lorena se aproxima tocando seu ombro – Ei, ela deve esta bem, vamos encontra-la, se mantiveram ela viva aqui então ela ainda deve esta. – ela tentou depositar o máximo de empatia que conseguiu na voz.

– Quem é Afrodite? – sussurra Tommy lendo o nome.

– É minha mãe! – responde Mackenzie.




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Maldição de SolstícioWhere stories live. Discover now