1 - o desconhecido

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Senti meu corpo congelar ao ver o homem a quem dediquei parte da minha vida com outra mulher em nossa cama, eu sabia que nosso casamento ja não ia bem a algum tempo, mas aquilo?

Ele na nossa cama? Queria vomitar, queria sair correndo da li, queria sumir, mas eu não conseguia, meu corpo não aceitava meus comandos, Cris me notou parada na porta do quarto, ele se afastou dela, so então vi quem era, não era qualquer mulher, era Katherine Heigl minha melhor amiga, é claro que era, eles viviam de papinho na construtora, quando eu reclamava dele, ela o defendia

- Ellen - Katherine me olhou, nunca senti odio por ninguém, achei que era exagero de mulher, mas descobri que não era, meu sangue ferveu ao ver ela ali, na minha cama
- me deixa explicar

- sai da minha casa agora - gritei

- Vamos conversar - ela me pediu

- sai agora - olhei dela para Cris, ele parecia tão calmo, não vi culpa, nem ressentimento, ele estava agindo como se não fosse errado estar com uma mulher na nossa cama, olhei para Katherine se vestindo, ela pegou seus sapatos e sua bolsa e saiu

- quanto tempo? - perguntei em uma voz sem vida

- seis meses - cris respondeu vestindo sua calça de moleton

- ela era minha melhor amiga - sussurrei

- Nao seja dramatica Ellen, é só sexo

- so sexo? Ele tinha coragem de dizer que era so sexo?

- você acha que e so isso? - gritei - só sexo? eu tenho que fingir que está tudo bem?

- eu não sei o que tem que fazer, eu tenho fingindo que está tudo bem você ser seca, por anos tenho fingido não me importar com o fato de não termos um filho - cris falava em uma voz calma, mas carregado de maldade, ele queria me magoar mais, ele queria me machucar e conseguiu

- acho que e o fim - falei, era óbvio que era o fim, mas eu precisava falar, não para ele, mas para mim mesma

- você costumava ser mais inteligente Ellen, nos estamos separados a muito tempo, só vivemos na mesma casa

Eu fui mesmo muito burra, cris ja não me via como mulher a meses

- eu sou uma idiota, vou embora dessa casa - entrei no closet e peguei duas malas colocando minhas roupas nelas depois peguei outra colocando sapatos e algumas coisas pessoais, arrumei tudo que pude e desci colocando no meu carro, olhei cris sentado no escritório, ele me olhou sem sorrir, eu me sentia um lixo, terminei de colocar tudo no carro e fui embora parei um tempo depois no acostamento, quando senti as lagrimas que segurei lutarem para sair, eu ja não conseguia enxegar

- eu sou uma idiota, burra, burra, para onde eu vou? - me senti perdida, a muito tempo eu não me sentia tão vulnerável, tão perdida, parecia que eu tinha novamente seis anos, vivendo o pior dia da minha vida ver meus pais serem mortos na minha frente, senti medo e dor, pensei que ia morrer quando os perdi, ver os olhos sempre alegres e gentis da minha mãe perderem a vida, ela me olhou por dois segundos depois ela se foi, meu pai segurava a mão dela enquanto implovara para não a matar, o homem que os matou parecia desorientado, ele gritava, eu estava quieta escondida no fundo do antiquário que meus pais tinham, ele levou todo o dinheiro do caixa e peças antigas a qual venderia por uma mixaria para se drogar

Parei de pensar neles quando ouvi uma batida no meu vidro, olhei o homem que tentava ver pelo vidro escuro, deveria ligar o carro e sair dali, mas eu era uma idiota abaixei o vidro e vi um homem que nao deveria ter mais que trinta e alguns anos, olhos tão claros quanto águas cristalinas, o olhei aturdida por alguns segundos, sua barba bem feita deixava seu rosto ainda mais lindo, ele sorriu um pouco depois me fitou serio

- esta tudo bem com você? - ele perguntou

- sim, so estou chorando- falei naturalmente

- mulheres bonitas nao deveriam chorar

- mulheres bonitas que são traidas pelos maridos com a melhor amiga choram - mordi a lingua, o que eu estava fazendo? Eu nao conhecia ele

- seu marido e um idiota - ele falou apoiada as mãos na porta do carro

- fala isso pra ele - sorri um pouco - tenho que ir

- esta melhor? - ele perguntou

- sim, obrigado

- é sempre bom ajudar mulheres bonitas - ele se afastou, comecei a fechar o vidro do carro quando ele se virou - alias me chamo Giacomo - ele murmurou, não respondi

Ele ficou olhando para mim, liguei o carro e sai dali, eu realmente era louca, ele poderia ser um ladrão, ele nao tinha cara, parecia mais um deus grego, suspirei, eu realmente nao estava bem, dirigi por algum tempo ate o hotel perto da construtora, nossa, minha e de cris, onde teria que ver ele todos os dias, ver ele com Katherine

Eu não tinha dúvidas de que ele logo assumiria para todos sua amante.

Desci do carro colocando oculos escuros para esconder meus olhos vermelhos e peguei um dos carinhos para colocar as malas, um dos funcionários do hotel me ajudou com elas e me acompanhou levando o carrinho, fui para a recepção e pedi um quarto, eu só precisava de um longo banho e dormir para esquecer aquele dia.

Me dei ao prazer de um banho demorado, lavei meu cabelo, peguei um roupão e fui para o quarto sentei em uma das poltronas e peguei o telefone, liguei para a cozinha do hotel pedindo comida, peguei uma revista de moda enquanto esperava, e vi bem na capa o rosto do desconhecido de nome Giacomo, ele era modelo, abri a revista vendo mais fotos dele, que homem era aquele? Fiquei olhando a foto dele ate ouvir baterem a porta.

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