15 - a merda de uma vida

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foi então que ela viu no calendário
um sofrimento diário
uma dor que tinha número
e uma aflição já havia um mês

foi então que resolveu queimá-lo
e trocá-lo por uma ampulheta
que baixa a dor mais rápido
e mata o amor de vez

Martha Medeiros


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                    ○●Giacomo●○

    Quando entrei em casa ela estava fazia, nem cris nem Ellen estavam sala, so vi a bolsa dela no chão, então ela nao tinha ido embora.

- Ellen? - a chamei, mas não houve resposta, onde ela estaria? Entrei na cozinha mas não a vi, até ouvir um arfar pesado de dor, achei Ellen atrás do balcão chorando, chorar era a palavra errada, ela estava em prantos, mas ela quase nao emitia som, me abaixei na sua frente, passando a mão pelos cabelos dela, tirando do seu rosto, eu não sabia o que, mas sabia que cris tinha falado algo pra ela, que a fez chorar, lhe deixou como uma criança indefesa, Ellen me olhou e seus olhos pareciam o fundo de um túmulo, havia tanta dor e magoa que senti meu coração doer, queria abraçar ela e nunca mais soltar

- me diz o que fazer por favor- pedi

- quero ir embora- ela falou e uma voz cheia de dor

- vamos - levantei e dei a mão para ela

- não, sozinha - ellen levantou

- por que? - nao entendia, eu so sabia que quando me encontra-se com cris ia socar a cara dele

- so quero ir embora- ela parecia implorar

- você esta sem carro - argumentei

- so me deixa ir - ela pediu

- ellen me diz o que houve

- para giacomo - ela gritou - você não e o príncipe encantado que tem que me resgatar, eu so quero ir embora

- não antes de me dizer o que aconteceu

- eu sou uma burra que acha que um homem como você pode vir a querer algo comigo

- foi aquele desgraçado que falou isso?

- ele nao precisa dizer o obvio, e melhor eu ir- ela parecia implorar

- deixa eu ligar para o Martin ou a Estela te buscar

- não precisa, levo seu carro ate o hotel, como combinamos, vou deixar a chave na recepção, tudo bem pra você?

- sim, só tenha cuidado

  Ela não respondeu, saiu da casa para o carro, levei minhas malas para o carro, ia falar com ela, mas Ellen deu partida no carro me deixando totalmente perdido e com ódio, sai de casa e ao invés de ir para o hotel fui ate a casa de Martin, ele abriu a porta surpreso

- pensei que a essa hora estaria se perdendo nos braços da Ellen - ele brincou

- ela foi embora - falei sem rir da piada dele, Martin notou minha expressão

- o que houve? - ele perdiu

- cade a Estela?

- la em cima - Martin perdeu o sorriso

- preciso falar com ela - entrei

- vou chamar ela

Martin subiu e vi jazz vir atrás de mim, ele olhava tristonho

- ela não veio junto, eu sei que nao quer ficar longe, mas e por pouco tempo

- o que houve? - Estela mal havia descido as escadas, eles sabiam que cris tinha ficado com Ellen  na casa

- preciso da sua ajuda - pedi - eu nao sei o que, mas cris falou algo pra Ellen

- explica melhor - ela pediu

- eu a encontrei chorando quando voltei para casa, ela so disse que eu e ela era ilusão, coisas do tipo, e depois disse que ia embora, ela foi no meu carro, eu nao sei o que fazer

- você esta apaixonado - Estela falou em uma voz doce, aquela voz que uma mãe orgulhosa usa quando o filho faz algo bom, suspirei, meus sentimentos eram o de menos

- Estela não tem haver comigo e sim com a Ellen

- eu sei, mas eu estou feliz, supresa, mas feliz, você esta apaixonado, eu nunca te vi assim

- Estela eu não es... - ela me ignorou

- nao tente mentir - ela sorriu - o que quer que eu faça?

- fala com ela, me diz o que fazer

- primeiro, vai ter que ter paciência com a Ellen, ela passou por muitas coisas, e cris se aproveitou disso

- muitas coisas? - que tipo de coisas - vai me contar tudo ou vou ter que advinhar

- giacomo tem coisas que so ela pode falar, coisas que são parte da história dela, eu vou ver ela, mas não agora, eu conheço a Ellen, agora ela so quer ficar sozinha, então vai pro hotel e espera

- esperar? - meu coração estava acelerado, eu nunca tinha sentido ele bater tão forte, parecia que ia abrir um buraco no meu tórax e sair, sentia um buraco no meu estomago, sera que era isso que sentíamos quando estamos apaixonados? Ou quando a pessoa que gostamos sofre? Eu nao sabia, aquilo era algo novo para mim

- gio, vai pro hotel ou trabalhar, qualquer coisa

- preciso saber se ela esta bem - falei meio irritado

- ela e a ellen, ela tem o proprio jeito de ficar bem

- isso não ajuda muito, mas ok, nos vemos depois, ate mais amigo - abaixei na frente de jazz - comporte-se

  Sai da casa de martin direto para a construtora, uma parte de mim estava torcendo para encontrar cris e socar a cara dele ate ele esquecer o nome da Ellen, mas eu nao tinha tanta sorte, olivia me entregou o contrato que eu assinei, ela me olhou cautelosa

- pensei que a Ellen estaria com você

- ela ja foi pro hotel - murmurei

- tudo bem

- nos vemos depois

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                         ○●Ellen●○

   Ouvi meu celular tocar feito louco, o ignorei, estava enfiada na banheira a horas, ouvindo laura Pausini, pensando em quanto eu era idiota em me envolver com Giacomo, eu não deveria ter feito isso, mas estar com ele era incrível, cada momento era perfeito, e mesmo que eu não admitisse eu gostava dele, o queria muito, precisava sentir ele, meu celular voltou a tocar, olhei a tela, era giacomo, me senti tentada a atender, mais deixei cair na caixa postal

📞linda ellen? Que droga atende esse celular e fala comigo, eu não vou parar de ligar, se desligar o celular vou bater na sua porta, então fala comigo e me diz o que aconteceu, por favor📞

A voz dele era triste, suspirei, eu nao queria contar para ele a merda que foi minha vida, meu celular voltou a tocar, desliguei, mal havia desligado quando ouvi bater na porta, ele não ia me deixar em paz, sai da banheira colocando um roupão e fui abrir a porta

- o que voce quer giacomo? - perguntei irritada.

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