where are you? RECOMEÇANDO

38 - perigo

E quando todas nossas certezas viram duvidas? Quando todas as coisas que nos fizeram acreditar, não passam de mentiras bem contadas? Sentimos medo do futuro, do que ele pode nos dar partir dali

M. Monteiro

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○●Giacomo●○

  Ellen mal falava comigo, ela nao estava saindo nem da cama desde o dia que a assistente social vem buscar Luigi, eu nao sabia o que falar, tinha sido minha culpa, mas quando ouvi Cris outra vez a destratando eu não consegui me controlar, agora poderíamos nunca mais ver Luigi, eu me sentia o maior dos babacas

- Ellen - sentei ao lado dela na cama, ela não se afastava, mas também não me respondia - você precisa comer - a virei de frente para mim é vi seus olhos vermelhos de tanto chorar - me desculpa, por favor

- se ele nunca mais voltar? - era a primeira frase que ela falava em dois dias

- eu juro que ele vai voltar - falei olhando nos olhos dela - me perdoa

- eu não preciso, eu so quero ele de volta - ela supirou - ele deve estar achando que nos não o queremos mais

- ele vai voltar, eu vou ligar para o martin e pedir pra eles irem ver o Luigi, falar que ele não precisa ter medo, que ele vai voltar para casa

- obrigado - ela me deu um sorriso pequeno

- eu sei que fiz merda, mas quando ele começou a falar aquelas coisas

- eu sei por que bateu nele, apesar de estar com muita raiva de você, eu te amo

- eu também estou com raiva de mim, eu não pensei em mais nada na hora

- eu sei - ela suspirou - só estou com saudade dele

- eu também

- estou com medo do Cris levar isso a sério, você agrediu uma pessoa Giacomo, pode ser preso

- eu sei - suspirei - se eu te disser que tenho 90% de certeza que foi ele quem mandou sabotar seu carro?

- por que acha isso? - Ellen me olhou apavorada

- acharam o cara que sabotou seu carro, o que foi pago

- onde ele esta?

- nesse momento preso, ele vai ser interrogado, logo saberemos o culpado

- acha que ele vai confessar assim? - ela me encarava triste

- não sei, mas temos que tentar de tudo, eu sei que esta com medo agora, do Luigi não volta, a chance de eu ser preso, do Cris ser o culpado, mas eu te garoto que vai ficar tudo bem, confia em mim, o advogado vai cuidar de tudo

- tudo bem

Ela ainda me encara com medo de tudo, eu não sabia mais o que fazer

- eu vou ter que viajar amanhã, sinto muito

- eu sei, eu escutei você falar no celular

- desculpa, não queria te deixar só

- eu sei que não, mas eu vou ficar bem - eu não acreditava e nenhuma das palavras dela

- ellen? - coloquei minha mão no rosto dela

- oi

- eu te amo muito - falei suave

- eu sei, nunca duvidei disso - seu olhar me matava a cada segundo, por que eu vi que ela estava com raiva e magoada, e sempre seria minha culpa

- você ainda me ama?

- claro que amo - ela suspirou, seus olhos azuis se abriram mais quando ela se assustou com a pergunta - muito, e mesmo que aconteça do Luigi não voltar mais, eu ainda vou te amar, mas não quero adotar outra criança caso aconteça

- eu entendo - isso me machucava, mas eu entendia

- eu achei nele nosso filho - Ellen continuou

- tudo bem, mas ele vai voltar

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○●Ellen●○

Giacomo havia viajado pela manhã, e tentaria voltar em no máximo dois dias, eu já não gostava dessas viagens, e essa especialmente foi uma das piores, até jazz estava sentindo falta de Luigi, ele estava dormindo no quarto dele, perto da cama, eu acabei me juntando a ele, Giacomo não falou mais eu sei que ele havia ligado para Estela vir me ver, o que era uma droga, eu não queria conversar sobre meus sentimentos, eu so queria sentir, e eles pareciam ainda mais intensos longe de Giacomo, sentia meu estomago revirar e uma vontade de vomitar.

Estela apareceu no dia seguinte a viagem de Giacomo, de manhã, eu tinha dormindo no quarto de Luigi junto com jazz, sai da cama ainda usando pijama, e fui abrir a porta, olhei minha quase irmã que sorria, Estela era minha estrela, sempre seria, ela me acolhia sempre, mas eu não queria ser acolhida agora, só sofrer

- eu não preciso de babá - falei ao abrir a porta, caminhei para meu quarto e fui seguida por ela

- não sou sua babá, só vim lhe visitar - ela conseguia ser sinica, revirei os olhos

- eu sei que Giacomo te ligou, pedindo para vir ter certeza que eu não estava tentando suicídio - falei em uma voz de desdém

- ele nao falou isso - ela riu, mas não negou

- mas falou - me deitei na cama, e Estela deitou no outro lado

- tá ele ligou, ele não queria que ficasse sozinha

- eu sei - suspirei, ele se sentia culpado por tudo que estava acontecendo

- mas nao e só por causa de Luigi- ela continuou

- é porque?

- o advogado ligou pra ele essa manhã, falou que o cara confessou quem foi o mandante do crime

- eu vou adivinhar - falei em uma voz morta - foi o Cris?

Estela ficou calada, claro que tinha sido ele

- o problema e que ele sumiu, a dois dias não aparece na construtora

  Levantei da cama e sai correndo para o banheiro com a mão na boca para vomitar, eu sentia medo ao perceber que o cara com quem eu vivi 10 anos nunca existiu, eu tive medo, por que se ele tentou uma vez ele tentaria outra, Estela entrou no banheiro a tempo de me ajudar a não cair no chão quando tudo girou, ela me ajudou a voltar pra cama depois de escovar os dentes

- está melhor? - ela me fez sentar

- sim - ainda estava um pouco tonta, mas só, Estela me olhava seria, eu conhecia aquele olhar, ela estava em "modo medico"

- é a primeira vez que sente isso?

- vomitar sim, já me senti tonta esse dias, são tantas coisas

- é o enjoou?

- senti uma duas vezes - o que Estela estava tentando saber?

- é sua menstruação? - ela continuou

- normal - pensei, deveria vir nos próximos dias

- Ellen eu não quero te deixar nervosa, mas você chegou a fazer os exames que te pedi naquela época?

- não, eu não precisava deles pra confirmar que sou seca como Cris costuma falar

- Ellen e se não for você?- Estela me encarou, se não fosse eu? Mas eu já estava com Giacomo a quase um ano, não tomava nenhum remédio e se pudesse?