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  LUX

A brisa quente chega até minhas narinas, trazendo  perfumes diversos, eu tinha um faro bem apurado, com isso conseguia identificar alguns, um leve cheiro de pão sendo fabricado, vinha lentamente até mim, como se quisesse me atrair, era um bom flerte, um outro cheiro doce, porém não era muito forte, era suave e fluído, me trazia a mente cores como violeta e azul bebê, finalmente abro meus olhos e me assusto ao perceber que não estava no mesmo lugar de onde eu havia repousado meu corpo, o ambiente onde eu estava era muito aconchegante, uma cama macia com uma coberta azul que me cobria, tocava na minha pele e me dava uma sensação de bem estar, direciono meus olhos para onde vem a luz, vinha bem acima da minha cabeça, uma imensa janela que dava vista para o centro da cidade, pessoas andavam e caminhavam alegremente, enquanto um homem de estatura baixa, estava a tocar um violino, sentado em um barril, o qual em volta estavam ali presentes alguns dançarinos que seguiam fielmente as notas musicais que saiam magicamente daquele instrumento, o som atravessava toda a cidade e chegava aos meus ouvidos junto do cantar dos pássaros, uma linda orquestra de sons e cheiros me invadiam, enquanto minha mente vagava pela realidade, esperando uma resposta para minha estadia em um local tão nobre como aquele.

Levanto e observo mais o quarto, duas estantes grandes com vários itens distintos, alguns livros, imagens de pessoas ou reis, não conseguia reconhecer nenhum daqueles seres, e algumas fotos, uma delas havia me chamado atenção, um homem com um sorriso encantador estava na água, seu corpo musculoso e grande se mostrava como uma estátua, pequenas gotas desciam por toda extensão do seu corpo, seu cabelo era uma cor que me lembrava o mel, estava molhado, fazendo assim ficar um pouco mais escuro, sua face se mostrava extremamente alegre, seus braços abertos mostravam uma grande cicatriz na sua costela esquerda. Disperso meus pensamentos e volto para a missão de descobrir o que estava acontecendo.

Abro a porta que dava passagem para um largo corredor, caminho lentamente e ando diretamente para frente, chegando no lugar, me parece ser uma sala que tem uma cozinha junto, não entendi muito bem, porém continuei a observar, havia uma estante grande com vários troféus, e uma mesa com vários papéis e livros abertos. Na cozinha havia muita fartura, frutas, pães, e uma estante com muitos alimentos diversos, observo o sofá que estava bem a minha frente, o sofá estava de costas para mim, caminho lentamente para a frente dele e encontro um homem, que com certeza era aquele da foto que eu vira na estante, seus braços grande seguravam uma coberta que não conseguia cobrir todo o corpo, seu semblante parecia mostrar certo incomodo, talvez seja porque o corpo dele não estava todo no sofá, eu tento me lembrar por qual motivo eu estava ali, mas nenhum vinha na mente, olho mais para perto da porta e vejo a armadura da guarda real, me lembro então do homem que eu vira na rua, seria ele? O que ele iria fazer comigo? Preciso encontrar algo para me defender, não irei sair, sem poder matar um guarda real, vou até a cozinha e tento achar algo pontudo. Enquanto eu vasculho as gavetas sinto um braço segurando minhas mãos, que se moviam rapidamente a procura de algo para minha defesa.

- O que você quer comigo, seu monstro? Me solte, seu sequestrador! Jamais irei permitir que um homem como você, que põe outras em cativeiro, me mate! - Digo soltando minhas mãos da dele, pegando uma faca que estava acima da pia, aponto para ele 

- Ei! Use um pouco sua linda cabeça, você acha que cativeiro é assim? um colchão confortável, cobertas de linhas reais, com janelas espaçosas ? Precisa conhecer um pouco mais da vida, para então ter argumentos válidos. - Diz ele calmamente, pegando um pedaço de pão e preparando para comer

- Espere, você não vai me dizer por que me sequestrou? 

- Primeiro, não te sequestrei, te salvei, se você ficasse lá iria morrer, segundo, deixa eu comer primeiro, tenho que tomar meu café da manhã, não quero ficar de mal humor, até porque você me acordou com essa barulheira. - Ele pega seu café da manhã e vai para a mesa, senta e começa a comer - Pode pegar o que quiser ai, você deve estar com fome, e temos muito o que conversar, então coma!

Realmente estava com muita fome,  será que ele realmente não era ruim? Preciso comer mesmo, vou até a estante e pego uma massa que parecia bem gostosa, uma grossa camada de açúcar e algum doce que não sabia o que era estava sob a massa, levo até a mesa e sento na frente dele que comia e olhava para a janela que estava aberta

-  Então precisamos conversar sobre algumas coisas, posso começar falando quem eu sou e minha história, para que você entenda quem sou e o que penso? - Concordo com a cabeça e então ele continua - Meu nome é Alexander, sou da família Hendenston, uma das famílias que fundou a Nemesis, uma organização que visa, destruir todos aqueles que não forem humanos, e proteger os humanos destes "monstros", eu desde novo nunca entendi isso, o porque de tudo isso ser assim, de todos pensarem dessa forma e ninguém pensar nos seres que estavam fora do reino, então eu sempre busquei saber mais sobre essas vidas, que se encontravam em miséria, tristeza e perigo, decidi que acabaria com isso, mas senti que não poderia conseguir acabar com eles sozinho, aqui não posso confiar em ninguém, eu tento ajudar de todas as formas, tomando o maior cuidado possível para que não me descubram, porém está sendo cada dia mais difícil.

- Nossa, não imaginava que um guarda real poderia ser assim, primeiro gostaria de me desculpar, por te tratar da pior forma possível, mas isso é só uma resposta para anos de tortura e caos! Segundo gostaria de te perguntar sobre a minha avó, você sabe alguma coisa dela? Eu só vim para cá em busca de salvar ela e suas amigas, eu meti elas nisso tudo e agora preciso salva-las!

- Sei onde elas estão, porém também sei que você está sendo procurada, estão querendo você como escrava de batalha, por isso acho que o destino me pôs aqui para falar com você. Preciso que me escute, eu estou do seu lado e irei tentar te ajudar a encontrar sua avó, mas precisa confiar em mim!

- É muito difícil para mim, mas depois do que você disse estou mais tranquila, mas o que você ganha com isso?

- Eu finalmente vou sair desse ambiente nojento que é o reino de Ugren, poderei conhecer fora dos livros os seres que tanto estudei, e além disso irei ter novas experiências, espero que você aceite a minha ajuda!

- Tudo bem! Aceito sua ajuda, mas terá que ao menos conhecer um pouco de quem eu sou para sair assim comigo, não pode sair em uma aventura com uma desconhecida - Dou uma risada e continuo - Meu nome é Lux e eu fui criada pela minha avó no reino de Atago, meus país morreram na guerra  dos reis, porém não sei muito bem ao certo o que aconteceu, minha avó sempre me escondeu isso. Sou uma bruxa, meu pai e minha mãe eram bruxos incríveis e foram ensinados pela minha avó, Juana, ela é uma pessoa incrível e sabe sempre o que fazer, eu desejo mudar o mundo e levar ao povo que não sabe o que está acontecendo, a verdade!

- Agora que nos conhecemos, precisamos conhecer um pouco nosso inimigos, pode ir lá tomar um banho, que vamos dar uma volta na cidade, se você estiver comigo, ninguém irá te incomodar, tenho uma roupa para você!

Pego a roupa que ele me entrega, uma camisa larga, e uma calça de couro, um pano para que eu esconda minha pele, pego tudo e vou tomar meu banho, realmente ele era uma pessoa boa. Jogo água pelo meu corpo, deixo a descer lentamente e visto a roupa que ele me dera, parto para as ruas.

PYRO

Eu já andei essa cidade inteira e não encontrei o maldito do Teles, fui na casa dele e estava lá outra pessoa, preciso me encontrar com Lux logo, volto para onde ela e eu nos despedimos e só estava lá sua bolsa de couro, maldita menina, como pode ela ser tão burra a ponto de desaparecer em um ninho de cobras, ou ela já está morta, ou então, já está presa, devo seguir seu cheiro, talvez encontre algo, caminho por cima dos muros e casas, sem ser percebido, até que era bom estar em um copo de gato, era rápido, quase um fantasma, mas achei que teria 7 vidas, infelizmente não tenho, o cheiro me levava até uma casa perto da praça do chafariz, subo pela janela e adentro aquela casa, o que essa garota acha que está fazendo na casa de um guarda real?! 

O jeito vai ser esperar aqui para ver o que aconteceu. Para alguém como eu que esperou a vida inteira para sair daquele inferno, literalmente, isso não é nada demais, passei tanto tempo lá em baixo que me esqueci como é andar por ai sem ser perseguido por uma legião de demónios que querem me engolir vivo. Lá em baixo aprendi muita coisa e uma delas é, nunca confiar em ninguém, seja esse ser mágico ou não, já fui enganado tantas vezes que desisti desse papo de confiança, nem sei mais o que é, a única pessoa que eu confiava me deixou preso aqui, nesse corpo metamorfo, nunca mais confiarei em ninguém! 




Salvação: O resgateOnde histórias criam vida. Descubra agora