Capítulo: 127

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Priscilla: E a vontade de ir embora daqui se torna contraditória, porque por um lado quero ir, sabe que não suporto sua mãe e o papai juntos e ter que conviver com isso todo dia. Mas sei lá, me acostumei a estar com você todos os dias.

 Naty ficou um pouco surpresa com essa confissão dela, aliás, a cada dia ficava mais surpresa com as coisas que Priscilla dizia, estava mesmo apegada a ela.

 Naty: Ta triste porque vamos nos separar?

Priscilla: Muito! (sorriu sem graça)

Naty: Mas não precisa ficar, estudamos na mesma faculdade, vamos nos ver todos os dias, somos da mesma turma de amigos, vamos sair juntos, e você vai ta morando ali na cidade, a gente vai ta se vendo sempre e quando quiser sabe que pode vir ficar aqui.

Priscilla: Eu sei, é que sou meio besta mesmo (sorriu) enfim, não repara, é que sei lá. Vai sentir minha falta?

Naty: Mas claro que vou! (sorriu) 

 Priscilla selou seus lábios nos dela e depois iniciou um beijo com carinho, não estava se reconhecendo, admitindo pra Naty assim o quanto sentia ter que ficar longe dela, e também aquilo parecia ser meio exagerado, afinal, vão se ver sempre, então porque está se sentindo assim? Como se fosse ir embora daquela fazendo e estivesse deixando um pedaço dela para trás. Ela parou o beijo e decidiu ir para o seu quarto, aquela sensação estava a assustando.

Priscilla: Vou no meu quarto, tenho que fazer umas coisas da faculdade.

Naty: Ta bom, vou lá em baixo na cozinha fazer um lanche, não quer que eu faça algo pra você?

Priscilla: Não obrigada! To sem fome.

 Priscilla deu mais um selinho nela e se levantou, a levou até a porta, deram mais um selinho e Priscilla saiu. Naty fechou a porta e foi para o seu computador pensando nas coisas que Priscilla disse como ela era uma pessoa doce, nem imaginava que por trás daquela ruiva rebelde tinha essa doçura toda, pensou no quanto ela tem sido importante nas últimas semanas, principalmente pra esquecer Rodrigo, claro que ainda gostava dele, afinal ninguém deixa de gostar de alguém do dia para a noite, mas com certeza não era mais a mesma coisa e podia conviver bem com isso, graças a Priscilla que a ajudou de todas as formas possíveis. Como amiga e amante.

 Ela sorriu ao lembrar das loucuras que aprontaram juntas, nunca se imaginou assim, numa amizade colorida como aquela.

 Naty: Quem diria, eu com uma amizade colorida e com uma garota.

 Ela ficou sorrindo. Priscilla em seu quarto estava na janela olhando a vista e pensando quando for embora dali, seu peito estava apertado, pensava o tempo todo que não ficaria mais tão perto de Naty, que não ia ficar namorando ela todo dia a noite escondidas no quarto, ou que não iria mais dormir com ela a acordar antes de todo mundo pra não serem pegas, que não ia mais leva-la a faculdade em sua moto e senti-la agarradinha a ela, que não iam mais almoçar juntas, passar a tarde juntas, ela levou as mãos a cabeça e respirou fundo, aquilo estava muito exagerado, que necessidade toda era essa de ta sempre com ela? Perto dela?

 Priscilla: O que ta acontecendo comigo?

 Naty não saia da sua cabeça, o cheiro dela, o sorriso, as risadas gostosas que ela dava, suas brincadeiras, aquele jeito doce, amoroso, carinhoso, terno. O jeito maduro de lidar e ver as coisas, sua personalidade, de como é decidida, como sabe o que quer. Se lembrava daqueles olhos castanho tão lindos, ela fechou os olhos, a cada vez que olhava para os olhos de Naty sentia vontade de dizer tudo o que sentia, de como a queria sempre por perto, de como gostava dela, de como queria fazê-la feliz.

☆Nᴀᴛɪᴇsᴇ☆ ✓ Vᴏʟᴠᴇʀᴇ ᴊᴜɴᴛᴏ A TɪOnde histórias criam vida. Descubra agora