01. Helou, LA.

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Any POV.

07:55 AM.
Los Angeles, CA, EUA.

A brisa suave fazia meus fios de cabelo voarem à medida que pisava firme no acelerador do carro, sentindo o ar fresco contra meu rosto, fazendo-me respirar fundo. Eu estava me sentindo tão bem e confiante, todo o nervosismo que sentia minutos atrás havia desaparecido, dando lugar a uma sensação boa. Era como se tudo pudesse dar certo, e eu faria isso acontecer.

1 mês.

Fazia exatamente um mês que havia me mudado para LA com a minha família. Minha mãe conseguiu uma boa oportunidade de emprego, e por coincidência do destino, eu havia conseguido uma bolsa de estudos na Sierra Canyon School. Foi como um sonho. Era um sonho. Ainda me lembrava do pequeno surto que tive quando li o e-mail de aprovação, o susto que minha mãe levou quando dei o primeiro grito de felicidade, ela jurou que alguém havia conseguido entrar no meu quarto e era uma tentativa de sequestro.

Delírios da dona Priscila.

Me senti nas nuvens, sem dúvidas foi a melhor coisa que me aconteceu. Eu tinha uma vida boa no Brasil, era rodeada de pessoas, tinha uma vida social razoável, isso inclui estar presente em algumas festas e sociais organizadas pelos meus amigos e claro, tinha alguém. Eu estava ciente que essa mudança repentina havia causado um baque na vida da minha mãe, era a família dela que estava ficando para trás, mas nem mesmo isso foi capaz de fazê-la desistir. E eu agradecia por isso. Era uma grande oportunidade para mudarmos nossas vidas completamente e agarramos isso com todas as forças.

Era o meu primeiro dia no colégio, a grande movimentação de alunos transitando de um lado para o outro me fez respirar fundo enquanto estacionava o carro em uma vaga livre. Por uma fração de segundos eu me senti dentro de um filme clichê de adolescentes, qualquer semelhança era mera coincidência. Atravessei o campus observando os grupos passarem ao meu lado, todos eufóricos enquanto conversavam animadamente.

Eu não era a única novata ali, não era possível.

Observei o papel em minha mão que continha as informações necessárias para eu conseguir encontrar minha classe. Era um pequeno mapa do colégio, eles realmente achavam que ninguém ficaria perdido ali. Que engraçado.

A medida que caminhava pelo enorme corredor procurando o meu armário, podia sentir alguns olhares curiosos me acompanharem. Eles nunca viram uma brasileira? Não que isso esteja escrito na minha testa, é claro. O fato de ter várias pessoas me encarando como se eu fosse um ser de outro mundo me incomodava. Encarei a folha de papel em minhas mãos, desejando mentalmente que não fosse no final do corredor, e sim onde eu estava.

O barulho alto da porta do armário batendo ao meu lado me fez dar um pulo de susto e um grito, podendo sentir duas mãos segurarem firme nos meus ombros, no momento em que ergui o meu rosto encarando a garota em minha frente que me olhava com um sorriso largo. Seus olhos brilhavam.

Que susto, porra.

— BRASILEIRA?! — ela praticamente gritou, fazendo-me erguer as duas sobrancelhas e balançar a cabeça.

— Oi? — murmurei.

— Dios mio, já posso agradecer aos céus. Eu sabia que teria outra latina, eu senti isso, sabe? Foi uma premonição. Estou tão feliz. Eu te falei, Noah. — ela estava eufórica, seus braços envolveram o meu corpo em um abraço caloroso. A garota praticamente se jogou em cima de mim.

Que porra estava acontecendo?

— Meu Deus. — não contive uma risada baixa, eu sequer conseguia retribuir ao abraço.

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