Desconhecida

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  Alguém me encara de volta no espelho, com um olhar frio e um sorriso falso. Aquela imagem não pode ser eu. Procuro por respostas, procuro por mim dentro d'minha alma, mas não me encontro em meio a tanta bagunça. A bagunça de tudo que deixei para trás, de decisões adiadas para um fututo inexistente, de pessoas que me deixaram, mas que ainda habitam em mim.
Tento buscar pelo meu reconhecimento, porém, como fazer isto se nem ao menos sabe quem é de verdade?  Como se guiar em um labirinto na própria mente? Como navegar pelo mar sem as estrelas e uma bússola? 
  A cada olhar no espelho, não tenho certeza do que vejo no mundo. Somos uma sociedade de ocultações e mentiras, onde ser sincero consigo mesmo às vezes sangra. De frente a esse vidro no banheiro, eu entendo, que nos testes de confiança, não me jogaria de olhos fechados nem sequer para mim. Uma mera desconhecida, que não é quem pensa ser.

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