Oceano

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A água do oceano composta por um gosto salgado, é como a lágrima que escorre sobre meu rosto. Eu me sinto tão incapaz, um completo nada em meio a tantas pessoas, como o vasto azul da Terra. Ninguém nunca nos disse que o vazio seria o nosso maior inimigo, apenas disseram que temos um futuro pela frente que depende de nós, mas e quando nós dependemos de um futuro incerto para permanecermos vivos? O que devemos fazer?
As águas do oceano Antártico se congelam como toda a minha empatia, quando meu chão é tirado de mim por uma outra pessoa. Eu sou apenas condenada a afundar cada vez mais e mais aqui, ciente que ninguém irá me salvar, porquê assim como fui colocada na superfície por pessoas que eu confiei, fui atirada para o fundo pelas que me cegaram com suas palavras doces, em que eu achei que deveria acreditar.
Perdão, por ser tão fraca e domável... Nunca tive a intenção de me machucar, mas assim como o oceano não quis sentir intensidades, nenhuma de minhas vontades foram atendidas.
Eu estive congelada dentro de mim mesma por anos. Anos que se pareciam décadas, apenas observando o mundo cair ao meu arredor. Deitava no chão eu suplicava chorando que tudo aquilo para-se, mas nenhuma estrela cadente me consolou. Desde então as minhas lágrimas salgadas decidiram se juntar ao mar, me fazendo pensar que as águas do oceano não passavam dos nossos maiores chamados de socorro.

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