Le Bleu

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1:40 a.m, *Le Bleu*

Do lado de fora do hotel, depois dos criminosos
-Com licença, o senhor é o capitão Raymond Rolt?
-Sim, e você é....
-Logan Johnson, FBI.-ele disse apertando a mão estendida do capitão -Nós não vimos nem Mikhail Stepanov nem sua detetive Amy Santiago e ficamos preocupados.
-Ah, Mikhail sumiu durante a invasão, mas ele não está longe. Nosso reforço está fazendo uma limpa em toda área com raio de 100 metros. Ele não escapa dessa vez. E quanto a detetive Santiago, descobrimos hoje que ela era uma infiltrada e provavelmente fugiu com Stepanov.
-Senhor, detesto te informar que ela está correndo perigo. Amy Santiago estava sim trabalhando infiltrada, mas do nosso lado.
-Me desculpe?
-Ela fingiu estar contra nós e se juntou a eles.
-E como você sabe disso?-Holt disse nervoso.
-Eu que falei com ela. Acredite em mim, ela não é a inimiga. Mas não tenho tempo pra falar, temos que achá-la rápido.

enquanto isso

-Então você viu eles vendendo as drogas?
-Sim.
-E você tem isso tudo em câmera?
-Sim. Nós temos um sistema de tecnologia avançada em todas as câmeras de segurança no hotel.-o garçom respondeu.
-Ótimo. Precisamos pegar suas informações para você testemunhar contra eles. Peralta, anote tudo.-Rosa falou para o amigo que escutava a interrogação em silêncio ao seu lado. Não porquê ele estava desisteressado, mas por ainda estar muito atordoado com todas as informações.
-Eu não tenho bloco comigo Rosa.
-As notas do seu celular estão ai pra alguma coisa.-ela disse impaciente. Ele revirou os olhos e pegou o celular abrindo o aplicativo. Franziu a sobrancelha ao notar a anotação esquecida.

"Olhar favoritos do e-mail. Urgente!"

-Não lembro de ter escrito isso.-ele murmurou consigo mesmo.
-Peralta é pra hoje?-a amiga questionou.
-Espera. Alguém escreveu algo pra mim a alguns dias atrás. Meu Deus! Foi Amy! Ela não saia do meu pé com isso de favoritar e-mails.

Ao abrir os tão falados "favoritos" ficou confuso. Eram várias mensagems que recebeu de Amy em datas aleatórias. Demorou alguns segundos para ele conseguir entender a mensagem, e ficou em choque quando isso aconteceu.

"atenção, preciso de ajuda. Estou sendo ameaçada.  Dia 30, Brooklyn, reunião, frança"

Essa era a mensagem que se formava ao ler os assuntos dos e-mails favoritos.
-Rosa, Amy não está contra a gente. Ela tentou me avisar.-ele disse mostrando sua descoberta.
-Cacete.-ela praguejou -Você viu essa mulher passando?-ela perguntou mostrando uma foto de Amy para o garçom que estava interrogando.
-Ela estava com um vestido preto? Eu vi ela saindo com um cara mais velho.
-Ele estava na casa dos 50 e tinha um cavanhaque horrível?-Jake perguntou e ele assentiu -Pra onde eles estavam indo?
-Eu ouvi eles pedindo a chave de um quarto. Procure pela Joyce na recepção, ela vai saber te dizer.
-Obrigada.-ele disse para o garoto e correu para dentro do hotel.

-Com licença, estou procurando pela Joyce.
-Sou eu!-a mulher baixa de cabelos loiros respondeu prontamente. -Como posso te ajudar?
-NYPD-ele disse mostrando o distintivo -Preciso que você me dê a chave do quarto que você deu pra essa mulher. Ela estava acompanhada.- ele disse mostrando uma foto de Amy.
-Claro!-ela disse abrindo uma das gavetas e entregando o cartão magnético. -Quarto 504.
-Obrigada.-ele agradeceu saindo em disparada para o elevador.

Jake não esperou nem um segundo ao destravar a porta do quarto, o empurrando com o pé e entrando com uma arma na mão.
-NYPD! Coloquem as mãos onde eu possa ver.-ele gritou entrando no quarto dando de cara com um ambiente espaçoso e arrumado.
-Ora ora, se não é o herói do dia.-Mikhail disse se aproximando com uma arma apontada para o policial.
-Solte a arma, eu vou atirar.
-Eu que vou atirar!-o criminoso retrucou. Até que Amy saiu da varanda do quarto vendo a cena dos homens se ameaçando. O que ela mais queria era abraçar o amigo e chorar, mas não sabia o que ele estava fazendo ali. Só esperava que ele tivesse descoberto de suas intenções e estivesse ali para ajudá-la.

-Jake? O que você está fazendo aqui?-ela perguntou se aproximando e ficando quase entre os dois homens, mas dando espaço o suficiente para conseguirem mirar as armas uns para os outros.
-Mikhail Stepanov, você está preso. Largue a arma.-ele disse tentando ignorar os olhares esperançosos da morena ao lado. O inimigo gargalhou.
-Oh Jake. Eu vou te dar uma chance pra fugir. Você ainda não percebeu que Amy não quer nada com você? Por favor, desista.-ele provocou apontando para a mulher com a cabeça. Daquela vez, no entanto, o detetive não conseguiu ignorar e olhou para a morena.

Aquele segundo foi o suficiente para Stepanov derrubar a arma de Jake, fazendo-o ficar em grande desvantagem.
-Fica quietinho que você não vai morrer.-ele claramente não conhecia Peralta o suficiente pra saber que ele tentaria o desarmar. E ele tentou, mas falhou -Então é assim que vai ser? Tudo bem, você que escolheu. Quais vão ser suas últimas palavras detetive?-ele provocou recebendo um revirar de olhos e um bufar frustrado. -Você que sabe.-o homem deu de ombros.

E aconteceu. Foi tudo rápido demais. O gatilho havia sido apertado. A bala cortava o vento rapidamente e poderia ter tirado a vida do policial. Poderia. Se Santiago não tivesse previsto o que iria acontecer meio segundo antes e se jogado no amigo o empurrando para o lado. Todos trocaram olhares chocados.
-Santiago?-Mikhail gritou bravo com a morena, momento aquele que Jake aproveitou para golpear o homem e desarmá-lo. O algemou e o levou para o corredor, onde foi surpreendido com o FBI e outro grupo de policiais aparecendo no corredor e se encarregando de levar o homem para a prisão.

-Amy está ai? Ela está bem?-Logan perguntou para Jake.
-Sim, está. Quem é você?
-Logan Johnson, FBI. Eu sabia do plano, como ela está?
-Está bem agora. Vou chamar ela.-ele respondeu desconfiado entrando no quarto encontrando a morena sentada na cama de costas para a porta.

-Amy?
-Jake!-ela falou baixo com um sorriso triste. Ele se sentou ao lado dela.
-Eu vi o recado pelos favoritos. Eu queria muito ter descoberto isso antes, desculpa por não ter te ajudado antes.
-Tudo bem. Não foi sua culpa. Eu não podia fazer muita coisa pra te ajudar.-ela disse ofegante.
-Ei, calma! Tá tudo bem ok? Não vamos conversar sobre isso agora. Não se preocupa, eu to aqui.-ele disse tentando acalmar ela enquanto ela abraçava o próprio corpo respirando ofegantemente, como se estivesse com dificuldade para respirar.
-Não é isso Jake.-ela falou com dificuldade. Se soltou do próprio abraço e mostrou as mãos. Ela não estava se abraçando, estava se cobrindo. Seus braços estavam ensaguentados, e o detetive se levantou com o susto.
-Meu Deus Amy! Preciso de uma ambulância, agora. UMA AMBULÂNCIA URGENTE!-ele disse primeiro para o rádio em seu ombro e depois para os policiais do lado de fora do quarto. -Como isso aconteceu?-ele perguntou preocupado e aflito. E aí se lembrou -Foi o tiro! Você não conseguiu desviar. Me desculpe, foi tudo minha culpa.
-Não seja tão idiota, eu pulei.... porque.... eu quis
-Para de falar pelo amor de Deus. Se deita aqui, fica tranquila ok? Os médicos estão chegando.-ele disse tentando distrair a morena enquanto ela se deitava na cama grande e macia do hotel.

-Fichários, livros, aulas, estudar,..... marcadores, café, por que isso é tão difícil?-ele tentava distrair ela, e sua afobação fazia ela rir. Ele não queria que ela se esforçasse, mas pelo menos sabia que ela estava rindo. Continuou tentando desviar a atenção da dor dela por menos de cinco minutos até os médicos chegaram e a levarem em uma maca. Ele a seguiu até onde pode, mas teve que se separar dela no elevador.

E foi ai quando ele se deixou desabar de uma vez. Se sentou no chão com os joelhos cruzados e chorou. Chorou, chorou e chorou. Só se mexeu de novo quando Charles chegou e o abraçou, o prometendo que tudo ficaria bem e o convencendo de ir até o hospital esperar por ela com a condição de que tomaria banho e colocaria as roupas que Terry tinha ido buscar em seu apartamento.

Ele estava completamente destruído. Quando escolheu ser policial, sabia que não ia ser uma tarefa psicologicamente fácil. Mas nunca esperou passar por algo assim. E ele só queria se deitar e dormir, para que quem sabe nos sonhos as coisas dessem certo para ele.

Dream GirlOnde histórias criam vida. Descubra agora