A MÚSICA

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A música não para. Meus pensamentos estão fortes (Baroni me chamou, me convocou ... na brisa quer cha-cha-chapar). Meus demônios estão tentando voltar dentro de mim, eu só quero acalmar essa voz, não paro de pensar na fumaça que pode pairar sobre mim, trazendo calmaria, deixando meu corpo paralisado em fração de segundos, onde consigo ver tudo ao meu redor e viajar ao mesmo tempo. Não estou conseguindo ouvir a voz da Maia dentro de mim, tremendo e soando vejo o dia passar, contando os segundos para largar, tem uma festa rolando num lugar chamado beco do siri, é eu sei, que nome estranho, mas lá é um lugar sombrio, regado de bebidas, drogas, prostituição, muitas pessoas assim como eu tentando parar cada pensamento.

Paro, respiro e penso (Será que é meu lugar?). Maia está preocupada com o que pode acontecer comigo, afinal é véspera de feriado. O telefone não para de tocar, mensagens chega a cada segundo, estão me esperando, meu coração encontra-se acelerado, me levanto e consigo olhar o movimento da cadeira lentamente, abro a porta e desço a escada correndo, abro a porta olho para Maia e penso. (Maia como é bom te ver aqui, acho que estou enlouquecendo, estou me perdendo, sinto que breve partirei, como vou te deixar se amo você. Maia como é difícil Te Amar e você nem sabe o quanto). Subo e continuou inquieta, atendo o telefone: - E aí Mirella, não larga desse caralho mais não, só falta você aqui! No canto da tela do meu computador chega notificação de mensagem, é Maia. Então eu respondo a ligação, velho eu não vou, eu preciso de um tempo, estou sufocada, tenta ficar bem sem mim só hoje, ou apenas algumas horas. Desligo a chamada e ligo para Maia, ela tinha pego um gatinho para criar, ele se chama Mingau. Maia eu posso ir com você ver o mingau quando a gente largar? – espera um pouco já te retorno. Logo em seguida Maia me liga, podemos ir para sua casa, é melhor, vou chamar Priscila e vamos.

Estava completamente perdida, não sabia o que nas próximas horas podia acontecer, estava surtando a cada segundo que passava e logo me encontraria com Maia e Priscila na minha casa. Mas por fim a voz de Maia entrou nos meus pensamentos, me apressei, pois, queria cozinhar pra Maia, e o prato da noite seria canelone de misto, parei no supermercado e comprei o que faltava. Chegando acendi um cigarro e fui lá fora, a ansiedade estava me tomando por completa, voltei para a cozinha, lavei as mãos, respirei fundo (Vamos lá Mirella, é um jantar, você consegue cozinhar, você sabe fazer) comecei a chorar cortando cebolas, terminei o molho uuffffaaaaa, consegui. Maia me liga. – Estou chegando. Parecendo uma louca, começo andar pela casa até resolver ir ao portão esperar por ela, e por Priscila. Elas chegaram, estava tremendo, um pouco após recepciona-las resolvo ir lá fora fumar, Maia não gosta do cheiro de cigarro, e nem que eu fume, mas precisava me acalmar. A fumaça entrava e saia a cada trago, enquanto a cinza queimava, olhando para o céu consegui paralisar minha mente um segundo e pensar (Mirella entra dentro de casa toma um banho, respira e volta pra cozinhar) e foi o que fiz.

Priscila ligou o som, estava animada, e Maia estava feliz, começamos a enrolar o canelone para por no forno, minhas mãos tremia, mas precisava me controlar, queria ser o melhor para Maia, não conseguia parar de olhar pra ela. Maia é linda, cabelos cacheados, olhos escuros, uma morena linda, mãos delicadas. Nossa e olhando para ela me perdi um segundo, de volta ao canelone, enquanto Maia lavava os pratos, e Priscila cantava, terminei de montar o jantar e coloquei no forno.

Resolvemos assistir um filme enquanto aguardava o jantar. O canelone estava pronto e em meios às lágrimas, Priscila e Maia choravam a cada garrafada, o filme era triste e injusto, não consegui chorar pois meus pensamentos eram injustos e minha vida também em muitos momentos, o filme terminou tarde, Priscila deitada no tapete da sala já estava cochilando. Priscila vamos pra cama, levantei ela e fui puxando pelo braço, parecia que ela tinha usado drogas, ia pra lá e pra cá, coloquei ela na cama, enrolei e voltei para sala. Continuei a ver outro filme com Maia, estava nervosa, Maia não fazia ideia da quantidade de pensamentos pairava minha mente, peguei na mão dela algumas vezes, e por alguns instantes ficamos ali, meio que de mãos dadas, que momento mágico, meu coração estava completamente feliz, por alguns instantes me senti completa, pensei (Maia você me salvou, como amo você, você nem faz ideia do quão puro e verdadeiro é o que sinto, estou me sentindo completa em apenas segurar sua mão, fica aqui Maia, fica aqui).

Já era quase 2 horas da madrugada, vi que Maia estava cansada, e Priscila já dormia, então falei pra ela ir dormir, mas percebi que ela queria ficar do meu lado, ou talvez fosse coisa da minha cabeça. Maia ia dormir no outro quarto, não era tão distante do meu, insisti pra ela ir deitar pois tinha preparado a cama com todo zelo, depois de muita insistência ela foi, também fui para o quarto mas meu coração estava pequeno, mesmo que Maia estivesse do lado, ainda assim não iria dormir em ligação com ela, ouvindo a respiração, sentindo a presença.

Uau que madrugada longa, não sabia se Maia tinha conseguido dormir, cochilei e logo após acordei completamente sufocada em meios aos meus pesadelos, fiquei insistindo mais um pouco para cochilar, logo iria amanhecer.

6:30 da manhã levantei e Maia tinha levantado já, ouvi quando alguém abriu a porta do quarto, eu tinha certeza que era ela, eu precisava fumar, absorver tudo o que tinha acontecido de madrugada, então dei bom dia, peguei o cigarro e abri o portão, o céu estava lindo, então rapidamente voltei para dentro de casa, tomei um banho por causa do cheiro do cigarro, e disse vamos Maia, levanta, vamos ali. Levei Maia para olhar o céu comigo, estava lindo e eu queria marcar aquele momento dentro dela, demos uma volta ao redor da minha casa, ouvindo os pássaros cantar, o vento bater, ela observava cada detalhe, eu percebia quando ela parava e olhava para mim, eu não sei o que ela pensava, mas estava me olhando, e não foi uma ou duas, foram várias vezes desde que ela chegou. Voltamos para minha casa e fui preparar o café da manhã, Priscila acordou toda animada ligando o som, Maia foi tomar banho, e continuei a preparar tudo. Maia e Priscila me serviram depois de muita insistência – Bufei, ficamos de barriga cheia e nos jogamos no sofá para ver desenho. Um tempo depois quis agradar Maia então sai em busca de chocolate, voltei e continuei olhando o quanto ela é linda, estávamos assistindo, foi um programa atrás do outro, mostrei um pouco do que gosto de assistir, programas de terror, Maia ficou dizendo que era por isso que tinha pesadelos, mas já fazia um tempo que não assistia, mal tinha tempo de assistir pois sempre estava acompanhada daquele whisky desgraçado. Trocamos de canal, cansamos de ver TV era hora da música novamente, então peguei o celular da Maia e comecei a colocar às musicas que vinham em meus pensamentos, também era uma forma de dizer o quanto Maia era especial pra mim, e ela percebeu quando coloquei a nossa música, ela continuava a me olhar, e eu continuava tocando mais músicas, e cantar, queria que ela sentisse o quanto meu peito queimava por estar perto dela.

Era hora de Maia voltar para casa, que droga, ela tinha que ir, era 14horas, a mãe dela talvez brigasse se elas chegassem tão tarde, Priscila também já queria ir, mas Maia parecia não querer ir, o carro chegou, e ela me abraçou tão forte que senti as batidas de seu coração. – Maia me avisa quando chegar, ela entrou no carro e foi embora.

Ao chegar Maia falou que estava com sono, não tinha conseguido dormir tão bem pois tinha pensado em mim, e como me sentia no outro quarto, perguntei se ela queria cochilar um pouco e ela falou: Então vamos. Peguei o fone de ouvido e liguei para Maia, mas antes de ligar já tinha deixado uma mensagem pelo app de conversas dizendo o quanto ela mudava meus dias. Liguei para Maia, vamos. (Maia Amo Você e cochilei).

Para Maia, com amorOnde histórias criam vida. Descubra agora