I

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— Eu nunca vou te esquecer.

A frase que havia ficado marcada na alma de Jeongguk correspondia a um amor de verão, rápido e quente, difícil de se esquecer. Ficou marcado, talvez pra sempre, mesmo que estivessem brincado com a situação nas últimas semanas, dizendo que daqui a dez anos, não se lembrariam dessa estação, nem do riacho, nem do sol e nem de nós.

A história havia começado no verão passado, quando a família Jeon decidiu passar a temporada na casa de campo. Não era nada de novo, todas as férias de verão eram passadas lá, quase como um ritual, mas essa temporada foi diferente.

[...]

Já no carro, era por volta das quatro da tarde quando partiam para a casa de campo. No veículo, o Sr.Jeon dirigia e a Sra.Jeon estava sentada no banco do passageiro. Já o caçula, Jeongguk, no banco de trás.

Havia descoberto que a tradição de férias de verão em família havia sido rompida. Jieun, irmã de Jeon, iria levar seu namorado. O garoto, imaginando que férias seriam diferentes, porque agora Kim, o namorado de Jieun, iria participar, decidiu pensar em como se divertir sem sua irmã, porque não queria acompanhar o casal.

— Finalmente vamos conhecer ele. — foi o que Sr. Jeon disse, não paravam de falar sobre isso desde a noite anterior.

O caçula colocou o cinto e ficou olhando pela janela, debruçado sobre o vidro. Não falou nada, porque queria ficar olhando a paisagem.

Se sentia levemente solitário, porque não teria Jieun para ir ao riacho junto consigo e, mesmo que tivesse os outros amigos que moravam lá, não era a mesma coisa.

Sua irmã estaria ocupada demais e Jeon, mesmo sem assumir, se sentiu solitário.

Durante a viagem, pôde acompanhar o pôr do sol. As cores alaranjadas se encontravam com o amarelo e o vermelho, encostando na água do mar. Nesse momento, o garoto abriu o vidro da janela, sentindo o vento e vendo o mar. Era tão bonito, queria tocar aquelas cores tão intensas, tão quentes e tão bonitas.

Mais algum tempo de viagem até o local, passaram por pinheiros e estradas, a praia já havia passado. Chegaram por volta das cinco e meia na casa de campo, que era cuidada por um caseiro no período que estavam fora.

Poucas coisas diferentes do que a tinham deixado. O mesmo piano na sala de estar, o meu piano, perto do espelho com uma estante de madeira, alguns retratos de Jeon quando mais novo, da sua irmã, e dos seus pais. Não havia mais ninguém, não deveria ter mais alguém.

Não conseguia compreender porque teria que mudar essa tradição.

— Não mudou nada. — a Sra. Jeon disse segundos após entrar com uma mala na mão.

Para Jeongguk havia mudado muita coisa e independente do que acontecesse, sabia que aquele verão seria diferente.

E então subiu as escadas, e quando já estava na parte mais alta, ouviu seu pai dizer:

— Não ocupe as duas camas, uma é do Kim.

Parou, com a malas na mão e uma mochila nas costas.

— Por que ele não dorme com Jieun? — rebateu, mas não mal educado, apenas curioso.

— É... Ainda não conhecemos ele, não seria adequado, não?

Concordou, é claro que concordou, Jeon tinha outra escolha? É claro que não. Pensou que eles se referiam a sexo, e soltou um riso enquanto terminou de subir as escadas, porque imaginou que eles já tivessem feito e seus pais não queriam acreditar. Jieun havia crescido.

VIOLETA | KTH + JJKOnde histórias criam vida. Descubra agora