Explicações Científicas do Fenômeno Lobisomem
Contaminação de alimentos
A dieta dos camponeses medievais pode ter sido uma fonte para a ilusão do lobisomem. A infecção chamada cravagem, em grãos como o trigo e o centeio, era comum na Europa durante a Idade Média. É um fungo que cresce em depósitos de grãos na estação úmida após invernos muito frios. Alcaloides desse fungo são quimicamente relacionados com o LSD, uma droga alucinógena psicoativa que produz fortes mudanças alucinatórias no humor e mo pensamento e altera a percepção do tempo e do espaço. Pode criar uma falta de autocontrole, terror extremo e obscurecer o percepção entre o indivíduo e o meio ambiente. Similar a essa droga moderna é o que resulta do envenenamento por cravagem: alucinações, paranoia e histeria em massa. A exposição contínua a essa contaminação através do pão ou outros alimentos pode contribuir para qualquer um acreditar individualmente ser um lobisomem ou uma cidade inteira acreditar que viu um lobisomem. Um caso desse tipo de intoxicação registrado confirma essa hipótese. Cerca de 135 pessoas tiveram de ser hospitalizadas e 6 morreram por envenenamento na cidade francesa de Pont St. Esprit em 1951. Eles haviam comido pão de centeio infectado. As vítimas tiveram visões terríveis de serem atacadas por tigres e serpentes e transformadas em animais. No entanto, a contaminação por cravagem não é suficiente como causa única para explicar a licantropia. Aparições de lobisomens foram relatadas de outras partes do mundo onde esse tipo de infecção é raro.
Alucinação Induzida por Substância
Casos registrados de lobisomem e a literatura contemporânea mencionam esfregar pomada mágica sobre a pele ou inalar vapor de uma poção mágica pelo suposto licantropo. Os principais ingredientes da poção ou unguento foram Beladona ou Erva-moura que poderia produzir alucinações e delírios de metamorfose corporal. Isso poderia explicar como uma pessoa má acredita e age como um lobisomem, mas ainda assim o mistério da aparição do lobisomem permanece ambígua, porque não se pode induzir alucinações ou delírios nas pessoas que confirmaram os avistamentos de lobisomem.
Doença Física ou Mental
Um ramo da medicina moderna se refere a licantropos como portadores de qualquer uma de cinco condições: raiva, porfiria, hipertricose, distorção da imagem corporal e doença psicológica. Uma estirpe de vírus transportado por cães, lobos e outros animais, incluindo morcegos vampiros, causa raiva. O vírus ataca o sistema nervoso central e produz excitação incontrolável e contrações dolorosas dos músculos da garganta, impedindo a vítima de beber. Normalmente, o paciente morre dentro de três ou quatro dias dos primeiros sintomas.A segunda doença, a porfiria, é uma doença genética rara que resulta em uma deficiência de heme, um dos pigmentos na circulação de oxigênio pelos glóbulos vermelhos. Na conferência de 1985 da Associação Americana para o Avanço da Ciência, o bioquímico David Dolphin sugeriu que os sintomas de porfiria não tratada são semelhantes a muitas das características associadas com a licantropia clássica. Uma delas é a foto-sensibilidade grave, que faz com que se aventurar durante o dia seja extremamente doloroso e, portanto, condena a pessoa a uma vida de sombras e escuridão. Com o avanço da doença, a aparência da vítima, se torna cada vez mais mórbida, com a descoloração da pele e a ocorrência de um crescimento anormal de grossos pelos faciais e corporais. Há uma tendência para uma mudança anormal na pele e formação de feridas. Eventualmente, a doença ataca a cartilagem (o osso mole) e provoca uma deterioração progressiva do nariz, orelhas, pálpebras e dedos. Os dentes, assim como as unhas e a carne debaixo delas, podem ficar avermelhados ou marrom-avermelhados por causa da deposição de porfirina, um componente da hemoglobina no sangue. A porfiria é muitas vezes acompanhada por perturbações mentais, de histeria leve ao delírio e psicose maníaco-depressiva. A terceira doença, a Hipertricose, também é conhecida como Wolfitis, refere-se a uma condição de crescimento excessivo dos pelos do corpo. Na maioria dos casos, o termo é usado para se referir a um valor acima da média normal de pelos do corpo que é indesejável e é um aspecto da variabilidade humana. O crescimento pode ser generalizado, simetricamente afetando mais o tronco e os membros, ou localizada, afetando uma área particular da pele. Embora a Hipertricose grave seja muito rara, resulta em excesso de pelos ou pelos com uma aparência animal no rosto e no corpo. Um defeito na parte do cérebro conhecida por ser relacionada com a representação da forma do corpo provoca uma distorção da imagem corporal. Um estudo de neuroimagem de duas pessoas diagnosticadas com licantropia clínica mostrou que essas áreas de exposição sofreram uma ativação incomum, sugerindo que, quando as pessoas relatam que seus corpos estão mudando de forma, eles podem verdadeiramente perceber essas sensações. Distorções da imagem corporal não são desconhecidas das doenças mentais e neurológicas, assim podendo explicar pelo menos parte do processo. Um quebra-cabeça é o por que uma pessoa afetada não apenas informa que seu corpo parece que está mudando para uma forma estranha, mas também apresentam a ilusão de que estão se transformando em um animal específico. Há muitas evidências de que a psicose é mais do que experiências perceptivas estranhas, portanto talvez a licantropia seja o resultado dessas experiências corporais inusitadas sendo compreendidas por uma mente já confusa, talvez filtrada através da lente de tradições culturais e idéias. Os psicólogos concluíram que licantropos são, na verdade, pacientes da síndrome psiquiátrica que envolve uma crença ilusória de que a pessoa afetada é, ou foi, transformada em um animal. Tem sido relacionada com os estados alterados da mente que acompanham a psicose (o estado de distorção da realidade mental que tipicamente envolve delírios e alucinações), com a transformação aparentemente só ocorrendo na mente e no comportamento da pessoa afetada. Um estudo sobre licantropia do Hospital McLean, em Nova York, relatou uma série de casos e propôs alguns critérios de diagnóstico pelo qual a licantropia pode ser classificada:O paciente relata em um momento de lucidez ou recordação que, às vezes, se sente como um animal ou se sentiu como um. O paciente se comporta de uma maneira que se assemelha ao comportamento animal, por exemplo, gritando, rosnando ou rastejando. Segundo esses critérios, tanto a crença ilusória na transformação atual ou passada, como o comportamento que sugere que uma pessoa se julga transformada, é considerado evidência de licantropia clínica. Os autores passam a observar que, embora a condição pareça ser uma expressão de psicose não há diagnóstico específico da doença mental ou neurológica associada às consequências comportamentais.
(*) Fonte: Possible Explanations of Werewolf Phenomenon – Werewolves: The Myths and the Truths – Autor não citado – Tripod.
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TUDO SOBRE LOBISOMENS
TerrorO tema desperta a curiosidade, o medo e a descrença. Impossível admitir, em nossos dias, a existência de tão abominável figura, capaz dos atos mais sangrentos e horrendos. Em toda parte, no entanto, encontraremos relatos de sua aparição, mas sabe-se...