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Algumas semana já haviam se passado. Não era tão ruim porque o Filipe quase não parava em casa e também deixava eu ter minha vida normal, eu ia trabalhar, podia ir na casa da Mariana e tal. Eu só não podia ficar no meu apartamento e tinha que confirmar pra todos os moradores do morro que eu era mulher dele, eu tentava disfarçar minha cara de ranço mas as vezes não conseguia. Hoje era domingo, tive plantão no hospital. Peguei um Uber até o pé do morro. Eu tinha que passar um rápido pro dedinho toda vez pra ele me buscar de moto e me levar pro casarão. Eu tava morta. A favela estava um loucura, moro pra cima embora baixo. Cheguei em casa e soltei da moto de Dedinho.

- O que tá tendo hoje? - perguntei destravando a porta.

- Pagode lá na rua 9. Em falar nisso, acho que tu vai ter que ir. - dedinho disse coçando a cabeça.

- O que? Ah não, já não basta ter que ir em todos o bailes marcar presença, eu tenho que ir no pagode também? Eu tô morta Cadu, não dá.

A essa altura eu já sabia o nome deles. Não aguentava mais ter que ficar chamando pelo vulgo.

- Eu não mando em nada Maju, apenas obedeço, ele deve vir te buscar. Tenta descansar um pouco. - ele disse entrando.- você já sabe? Não incomodo mas não posso sair daqui. - ele riu e eu também.

Subi, tomei um banho quente, lavei meu cabelo. Sai passei um óleo no corpo, um hidratante, coloquei uma roupa confortável e desci pra comer algo.

- tá com fome?- antes que ele respondesse Filipe chegou. Ah ranço total.

- Oh Dedinho, vai lá buscar o bagulho pra levar pra boca, tamo quase zerado. - Filipe disse jogando um cigarro no chão.

- Jae chefia, até mais Maju. - ele se despediu e saiu.

- Oh Princesa, troca de roupa. Nós vai no pagode. - ele se jogou no sofá.

- não vou pra lugar nenhum, tô cansada, cheguei do plantão agora.- neguei.

- Não perguntei se tu vai, mandei tu colocar uma roupa. - ele disse autoritário, eu decidi obedecer até porque o que eu mais queria era acabar com aquele inferno e poder ficar longe dele. Revirei os olhos e subi até o quarto, tava meio sereno então coloquei essa roupa.

Desci pra ir logo pra essa merda de pagode

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Desci pra ir logo pra essa merda de pagode.

- Tá igual gente né? Se fosse meu tipo até te dava uns pega. - ele disse irônico.

- Nossa, como você é escroto. Vambora logo.

- Ih qual foi novinha? Quem manda aqui sou eu. Vambora.

Nós saímos e eu subi na garupa da moto dele. Eu só rezava que aquilo acabasse logo. Já tava no meu limite de ter que aturar aquele escroto. Enfim chegamos no pagode ele comprimentava todo mundo e eu também dando uma de que tava de boa, mas não tava porra nenhuma. Sentamos numa mesa cheia de homem armado até os dentes. Eu odiava esse ambiente com todas as forças do meu ser. Mas eu era obrigada a tolerar.

•Barão•

Tava de boa no pagode. Bebendo meu copão, fumando minha maconha. A princesa tava com maior cara de cu, mas foda-se.

- Coé Rogerinho, qual é daquela mina que tu tá levando? - comentei.

- Porra, mina mó gostosa. Mas não quero nada sério não, tá cheio de novinha por aí querendo me dá. - ele disse e todos riram.

- Isso aí soldado, bandido não se apaixona.

Vi aquela mina lá, amiga da Maria Júlia chamado ela de longe. Maria Júlia olhou pra mim com uma cara de que tava pedindo permissão pra ir lá e eu só balancei a cabeça. Eu tava obrigando ela a ficar comigo mas eu não queria provar ela de fazer as coisas dela. Ela só não podia me desobedecer. Mandar o papo reto, lá era até bonitinha, corpinho nota 10. A cor dela era sensacional, pele douradinha. Mas tudo aquilo era só fachada, bandido não se apaixona tá ligado? Depois disso ia cada um pro seu lado e eu ia ficar de boa na minha como antes. Começou a aparecer umas novinha na mesa, tudo cheia de fogo. Era tudo gotosa, tava doido pra uns pega na loira que tava me dando mole. Essas puta da favela são tudo oferecida, por isso eu fico com uma difefente todo dia. Tinha uma ruiva cando em cima do dedinho e ele tava cheio de viadagem.

- qual foi dedinho, tá com medo de mulher? - eu disse e todos riram.

- Não, só não tô afim.

- Patrão, tu colocou ele pra tomar conta da novinha lá, e ele acabou de apaixonando. - Rogerinho disse.

- Ih qual foi cachorro? Bandido não se apaixona não hein, pega tua visão. - tubarão disse.

- Ih tá me estranhando? - dedinho tentei se defender, mas eu não senti firmeza nele. Ri começando a achar que esse filha da puta tá gostando da tal patricinha de favela. Não que eu me importe.








O herdeiro da FavelaOnde histórias criam vida. Descubra agora