Passo a noite inteira deliciada a abrir os presentes que recebi do babyshower. Fico rendida a cada coisinha ternurenta que vejo e imagino a minha bebé a usar tudo.
-Olha só para este body, não é amoroso? - Mostro a Stefan a peça amarela com um coelhinho super fofo.
-É. -Responde com indiferença.
-Podias mostrar um pouco mais de entusiasmo.
-Quando é que tu vais entender de uma vez por todas que eu não quero isto? Eu nunca quis ser pai e não vou mudar de ideias só porque tu queres cometer esse erro estúpido.
-Então... O que é que estás aqui a fazer?
-Eu vim porque a tua prima insistiu que eu estivesse presente naquela treta de festa, e vim por ti, por nós amor.
-Não me chames isso depois do que acabaste de dizer. Chamas a um filho uma treta?
-Carol, ouve. Eu sei de uma clínica em Espanha onde fazem abortos fora do tempo legal. Já me informei sobre preços e eu dou-te o dinheiro para tu fazeres tudo direitinho. Vens comigo para Espanha e vamos viver juntos, só nós os dois!
-Stefan... - As palavras custam a sair pois ainda estou petrificada com o que acabei de ouvir. - Eu não... tu... Sai, sai daqui, preciso de estar sozinha.
-Eu sei que agora pode parecer absurdo mas não precisamos de contar a ninguém. Dizes que perdeste o bebé e pronto.
-Chega! Não digas mais nada, desaparece, vai para Espanha ou para o raio que te parta mas deixa-me a mim e à minha filha em paz!
-Calma Carol - Tenta abraçar-me mas logo o afasto.
-Sai!
Stefan abandona o quarto e numa questão de segundos eu já estava no chão a chorar.
Não consigo decifrar se estou mais triste, zangada ou desiludida, provavelmente uma mistura terrível destes péssimos sentimentos.Quer dizer, eu sei que o Stefan não estava bem conformado com a ideia da gravidez, mas ele sempre soube que eu estava feliz e que este era o maior desejo do meu pai. Se ele gostasse realmente de mim não teria coragem de me pedir uma coisa destas. Como pode ele ser tão insensível a ponto de querer que eu mate uma criança inocente? Eu sei que ainda é um feto, mas o seu pequeno coração bate, e é o som mais bonito que já ouvi. A minha princesa sente tudo o que se passa comigo cá fora, tal e qual como agora, está agitada.
Auch... Que dor de barriga.Tento levantar-me para alcançar a cama, mas sem sucesso. Estou completamente contorcida com as dores.
-Mãe, mãe!
A minha mãe entra no quarto sobressaltada pois estou certa de que acordou com os meus gritos. Esta assusta-se ao ver a minha figura no chão, agarrada à minha barriga.
-Oh meu Deus! Vamos já para o hospital.
Depois de horas de espera e uma data de exames realizados, já me encontro melhor, pelo menos mais aliviada.
Os médicos dizem que as minhas pressões arteriais estão altas e que tenho de entrar em repouso, o que significa que não posso trabalhar mais no restaurante até ao final da gravidez. Dizem que não há razões para entrar em pânico, pois o repouso é bem sucedido na maioria das vezes quando a grávida segue todas as recomendações, e é o que vou fazer, para bem da minha saúde e da minha bebé.
Só quero que corra tudo bem, não suportaria a ideia de acontecer algo com a minha filha. Ainda não a conheço e já sei que a amo, aliás, é a única certeza que eu tenho. Eu amo a minha filha e vai ser a luz da minha vida.
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• Sweet changes • || Michael Scofield
Romance"-Não é muita loucura? "-Tomara que seja!"