Vênus, Urano, Plutão e suas mentiras.

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Estou tão triste essa noite comigo.  Vênus adormeceu. Vênus não está mais entre nós.
   Os planetas estão abatidos, nenhum deles possui mais nenhum brilhar. 
Sete cosmos cruzilhados a um céu infeliz, sem uma luz divina.
Eu tenho tantas coisas a te falar,eu tenho que te falar que Marte ainda está sem auxílio. Marte ainda está sozinho. Seu melhor amigo, se foi, sem permitir que ocorresse apenas, um último adeus. Um adeus digno.
Todos, no dia hoje, se posicionaram em diferentes posições, em luto a um amor.
Eu estou de luto, por você. Prometemos nunca nos separar, juramos a Mercúrio nos amar para sempre. Juramos tantas coisas em meios a todos planetas. Prometemos existir para sempre. Prometemos não importasse o que acontecesse, juramos a júpiter que nada iria nos apagar. Nossa marca não iria ser dominada pelo mar trevoso a noite.
  O mar dominou nosso amor, o tempo,permitiu que ocorresse toda essa desgraça.
  A  lua, rochosa, cinzenta, como cinzas, indaga ao mar o que ele fez.
A  cara lua indaga porque nos separamos, todos os planetas não tem a mesma especialidade, não mais.
No sistema solar, eu me considero Marte, eu fui melhor amigo de Plutão. Plutão era um dos meus melhores amigos, um dos amigos confiáveis. Eu jamais pensei  que ele faria tanta barbaridade.
Eu jamais sonhei, que júpiter diria a mim, que Plutão estaria preso.
Plutão sempre fora um homem esquecido, um planeta fora de todos os planetas. Inexistente. Desprezado por todos as pessoas e não admirado por todo os planetas.
Plutão assassinou Vênus. Plutão fora o responsável por tal crime. A poeira espacial, nunca foi tão suja, quanto Plutão. Sua imagem nunca foi tão destruída em meio ao satélite. Seu nome,nunca foi tão esquecido pelos astros.
  Admirado pelo conselho planetal, estava agora, esquecido.
Eu gostaria de assassinar Plutão agora. Eu gostaria de fazer adormecer para sempre.
Sua órbita estão sujas de sangue, sua culpa tomando conta a cada dia.
Eu gostaria de dizer a Plutão que jamais seria perdoado. Ele adormeceu Vênus. Ele acabou com o meu sonho. Ele acabou com nosso casamento. Ele acabou com meu psicológico.
Plutão não sabia mentir nem para si mesmo. Eu não conseguia acreditar em um passado destruído pelo meu melhor amigo.
Eu queria ser um astro agora, um astro que pudesse ser pequeno,e estar nos colos de Vênus novamente.
Eu ainda tenho uma certa esperança no nosso amor, no nosso futuro, e de reatar com meu amigo. Talvez.
Eu sabia que iria encontrá-lo em algum lugar. Seja na chuva de meteoros, seja no buraco negro, seja no mar tão tempestuoso, ou em um bar bebendo uma cerveja acompanhada de um cigarro. Eu iria encontra-lhe não importa aonde seja. Eu vou ao inferno procurar por sua existência. Eu entro em uma guerra, para ver vênus com seu brilho platinado. Nem que eu nunca mais exista em meio ao espaço. Mas, um último adeus eu iria dar. Eu iria beijar seus lábios novamente. Por um último dia, iríamos dar as mãos, cruzando  nossos dedos. Não importa o que aconteça, eu voltarei a vê-lo. Nem que isso valha minha existência.
Na segunda semana, Urano, me perguntou onde estava vênus, por qual motivo, sua poeira estava vagando pelo vazio, e sendo transformado em uma maldita estrela.Todas as suas palavras, me deixaram sem chão. Urano me fez desabar, com suas palavras. Palavras que não queria escutar.
Vênus estava morto. Morto pelo meu melhor amigo.  Vênus não estava mais ao meu lado, não haveria mais meu casamento. Não teríamos o que prometemos.
Eu nunca pedi tanto para poder deitar minha cabeça e vagar com Vênus até a galáxia tão grande. Eu nunca quis tanto me encontrar com Vênus novamente.
Sou um menino sonhador, assombrado pelo passado. Passado que vivi, passado que ainda me dói, passado que não existe mais.
Eu nunca quis voltar a falar que eu amo Vênus. Mas agora, justo agora, estava aparentemente impossível.
Eu estou em meio a chuva de meteoros. Eu estou em busca de um sonho que vivi. Um sonho que nunca existiu. Eu estou em busca de um brilho platinado, existir a galáxia. Eu estou em busca de Vênus, em uma tempestade forte. Uma tempestade capaz de me derrubar eternamente. Uma chuva que acabará com a minha existência.
  Na terceira semana, perguntei a Plutão, com certa desconfiança, por qual motivo escolheu essa atitude tão imunda.
Ele me respondeu que era apaixonado em mim. Que me amava quando admiramos, o sol tão inocente, rodeando a terra, com certa modéstia. Que ainda não superou o que vivemos, que não conseguia acreditar que eu iria me casar. Não conseguia aceitar que iria ser feliz. Que estava vivendo, sendo amado, que Vênus existia.
  Na quarta semana, saiu a notícia, ao portador de voz do satélite, que Vênus estava de volta. Mas de volta em forma de estrela. Meu sonho estava de volta. Meus pedidos foram ouvidos, um milagre acontecerá. Eu estava errado.
Quando ele apareceu, parece que meu ar foi sugado pelos pulmões, minha esperança renasceu. Quando ele apareceu, foi uma decepção.
Decepção porque ele havia mudado, ele havia deixado de ser Vênus, e se chamou de astro número três. Ele não se lembrava quem eu era, não se lembrava que iríamos nos casar, não se lembrava do que vivemos.
Ele apenas me chamou pelo meu nome. Dissera que estava ocupado, que precisava voltar para seu lar, para sua família. Eu não estava vivendo um sonho. Estava vivendo um pesadelo. Meu melhor amigo assassinou Vênus. Vênus nunca existiu. Eu estou vivendo um maldito carma. Sinto que na minha reencarnação, quando era humano, ocorreu a mesma situação. Maldito carma.
Vênus, ou astro número três,agora estava casado, e tinha filhos. Vênus nunca existiu. Eu estava apenas sonhando alto, nas nuvens.
Na quarta semana, descobri que Plutão estava morto, em um caixão batizado. Não deveria, ele não era o homem que pensavam. Ele era cruel, ele era um psicopata. 
Na quinta semana, descobri que quem assassinou Vênus foi Urano. Seu disfarce no véu da mentira, estava vestido em sua cabeça. Véu invisível. A verdade é nua. Nua e crua.
Plutão o amava. Mentiu para mim, todas as suas palavras, revestidas de pecado. O que um planeta não faz por amor? Os dois foram traíras, vestiram o véu, revestido de maldade.
Na sexta semana, descobri que minha vida havia sido uma fantasia. A verdade estava ao alcance de meus olhos, a verdade estava transparecendo debaixo de mim. A verdade estava visível. Eu só não quis enxergar. Eu estava ocupado demais com o meu casamento, com os meus futuros filhos, com os futuros planos, que haveria sido uma irrealidade. Planos que nunca seriam jamais realizados. Esse é o erro de planejar. A vida nunca segue o que você pensa, o que você quer.
Na sexta semana, eu descobri uma mentira tão cruel. Astro número três haveria se fantasiado de Vênus. Cosmo número nove, como era chamado quando criança, era um amigo de infância que queria vingança. Cosmo número nove, queria acabar com a minha vida.
Na sétima semana, pedi demissão do conselho planetal, me despedi de amigos da universidade galaxial. Tomei duas caixas de paracetamol, e uma garrafa de vodca. Fui hospitalizado.
Eu queria não existir mais, eu queria existir em outra vida.
Na oitava semana, estava inconsciente. Meu estado estava deplorável. Informaram a todos os planetas que precisariam desligar os aparelhos que ainda estavam me mantendo vivo.
  Eu realmente devia saber que minha vida fora uma perda de tempo, o meu brilhar, foi uma inutilidade. Eu devia perceber que minha vida havia sido uma fantasia esse tempo todo. Uma mentira que amei viver.
A cortina nebulosa da lua, tampava minha visão, o brilho do sol, me inspirava em uma imaginação bela. Não culpo Plutão, Urano, astro número três, ou vênus,a culpa realmente era minha por compreender que as coisas estavam erradas, ao meu redor.
Eu existi em um erro. Eu existi aonde não tinha cabimento para mim, eu alimentei meu subconsciente.
Nunca sonhe demais, nunca seja um garoto sonhador como eu. Nunca se permita viver no véu da mentira, como eu.
Quando vejo, o centro planetal não estava mais a minha visão, em sua substituição, havia uma cena negra. Eu havia dormido eternamente. E não iria voltar como um astro, cosmo. Haveria sido o fim para mim. Um futuro de um jovem planeta, destruído pelos impulsos do mesmo, um casamento destruído pela mentira.

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