Quando olho para os museus, eu não vejo o meu quadro, eu não desfruto a decepção que meu quadro se transformou. Eu não consigo admirar a minha tragédia.
Uma tela em branco, uma tela rabiscada de azul. Duas telas tão significativas na minha vida, uma tela representa o que eu era. Eu era a pessoa que costumava ter o amor das pessoas comigo, eu costumava ser Joe, como todos conheciam.
Um mar, tão fundo e tão misterioso. Um mar, que costumava esnobar ondas em único ritmo, um mar que indagava alegria. Sua onda, era percebível.
Eu preciso admitir a mim mesmo, o jogo acabou, e todas as minhas emoções foram prendidas a algo, a alguém, a algo que não sei o que seja, de fato. Mas, eu preciso entregar o demônio que estou me tornando.
Todas as vezes, que olho para paleta colorida, eu enxergo um certo fim, toda vez que eu penso ao que pintar, sei que vou fracassar. Pois, o quadro não sairá do jeito que eu quero. A vida nunca segue o planejado, a vida sempre nos surpreende, eu deveria ter aprendido isso.
Uma paleta com todas as cores, uma tela de pintura, em branco, prestes a ter um destino. Eu não sei o destino, mas também não quero ser o pintor dessa história. Não quero que fique suja, com as minhas cores, quero alguém que pinte para mim.
Eu quero tomar a decisão de transformar a tela em azul, voltar ao que eu era. Voltar ao que todos conheciam, antes de me tornar este monstro, desprezador.
Só que isso não é possível, a tinta que me pintava minha historia de dois anos atrás, acabou, esgotou. A tinta não existe. Eu nunca poderei pintar o que eu fui, novamente.
Ha alguns dias eu percebi o tamanho da gravidade, que isso se tornou. Eu percebi que eu não existo mais. A onda, que dava sensação de euforia para aqueles que colocavam seus pés, não estava mais presente.
Isso não faz tanto tempo assim, faz um ano que eu me tornei essa pessoa tão irreconhecível, esse Joe que já se amou, esse Joe tão inseguro.
Eu percebi, algo tão horrível, eu acordei do que achava errado, e agora sei a gravidade de mãos sujas. Não é água e sabão que limparão, não é uma prisão.O sangue estará sempre presente.
Eu quero um quadro com flores, eu quero um quadro com um mar fascinante, eu quero pintar o que eu nunca fui, eu nunca quis estar em outra pele, e ter uma consciência inocente, como agora.
Eu não quero pegar o lápis e desenhar uma nova história de vida, eu não quero uma folha em branco. Eu quero que essa folha se queime, quero voltar mais do que nunca ao que eu fui antes, ao que todos amavam, ao homem com dignidade, que, agora, não existe mais.
Quando, olho por meio de fotografias antigas, eu vejo o sorriso que eu exalava, eu vejo o que eu assassinei, eu vejo o corpo morto, deitado sem vida ao chão, eu vejo o meu sangue apodrecendo o solo.
Quando, olho por meio de fotografias, elas parecem tão cheias, de histórias, de um homem, que ainda acreditava que pessoas sempre durariam para sempre, de um homem feliz.
Agora, olhando o sorriso por trás de um celular, agora olhando o homem tão sorridente, admirando a pessoa que eu mais amei. Admirando o que eu nunca voltarei a ser.
Hoje, em dia,olho essas fotografias, tão vazias, tão sem vida, tão rasa. Um homem, acabado, destruído, pelo seu próprio jogo.
Eu, nunca pensei que nesses dois anos, eu fosse ver o impacto que das escolhas que tomei. Nesses dois anos, eu amadureci. Não digo que sei o que é viver, pois não é verdade. Mas nesses dois anos, eu não sei no que exatamente me tornei.
A verdade, é que eu nunca me aprofundei demais, de pensar o porque me tornei essa pessoa, insensível, irreconhecido. Por medo, por pânico, eu não queria realmente acreditar que fiz aquilo, eu queria me enganar, me distrair, com novas amizades, e nunca de fato, concluir ao ponto de eu ter mudado. A verdade, é que eu não consegui mais aceitar a pessoa que eu fui um dia, eu queria mudar por alguém, e admito, foi a pior decisão da minha vida.
Eu quis mudar tudo o que eu me tornei, toda história que eu criei, foi destruído por uma simples atitude adolescência,uma atitude, digna de condenação.
Isso, não aconteceu da noite para o dia, isso foi acontecendo, de maneira espontânea. Isso foi acontecendo, mesmo eu sabendo o que estava acontecendo, que isso me traria ao arrependimento, a um remorso enorme, eu não fiz nada, eu apenas aceitei que mudança é natural, apenas o meu consciente aceitou a condenação.
Eu estou percebendo que sinto falta de mim mesmo, eu percebo que o meu reflexo, não tem mais existência, eu percebo ele pedindo ajuda, pedindo minha ajuda,para que eu de dois anos atrás,não o esfaqueasse. Em uma bela noite, eu me aborreci, e percebi que eu não estava sendo suficiente, eu não chegará ao meu objetivo, eu não havia sido a pessoa que eu queria ser. Em uma bela eu cansei de mim mesmo, e me assassinei, em uma bela noite,eu acabei com o que eu demorei anos para me tornar, eu acabei com a pessoa que um dia me amei.
Agora, olhando o sorriso, através da tela pintura, rabiscada de negro,
transparecendo um pequeno olhar feliz, e alguns dentes tortos, um sorriso sincero, um sorriso inocente, um sorriso que jamais sonhara que agora,estava descansando em algum lugar.
Eu gostaria de pintar um rosto que não existe, eu gostaria que essa lua, voltasse ser a que eu conhecia. Eu nunca deveria ter descoberto qual o destino de todos os bonecos de neve.
Eu estou tão perdido, isso é óbvio. Eu só tenho a certeza, que eu nunca vou achar o meu velho eu, eu sei que ele não existe mais, os fragmentos dos seus sonhos foram perdidos. Eu nunca consegui me encontrar, por uma escolha, que achei incrível, eu nunca pensei que estaria passando pelos piores momentos da minha vida, o momento do remorso, o momento da decepção, o momento em que estaria admitindo para mim mesmo, que eu estava errado de me jogar, á um mar de espinhos.
Eu nunca achei que entregaria o diabo para um banho de água benta, uma cruz, reprendendo para o tempo curar. Mas, eu estava errado de achar que o tempo cura feridas, o tempo destrói tudo, transformando em pequenos fragmentos pontiagudos, o tempo é assassino.
Maus fantasmas, que nem o tempo, cruz, ou água benta são capazes de exorcizar, eu não sei se eu sou capaz de me destruir, e finalmente voltar ao que eu quero, no momento, mas querer não é poder.
Eu só, agora, não queria dizer adeus ao meu melhor amigo. Eu só gostaria de espiar pela porta de luz, pela porta entre aberta, de um futuro de um menino que sonhava com pôneis e cavalinhos. Nunca devia acreditar que pôneis nos levam para o paraíso, não é atoa que o mesmo, tem chifre. Ele é um anjo caído.
Eu só estou em pé em um palco, cansado de ser levado onde a mídia, me destina, eu só estou cansado desse eu, eu só estou exausto do que eu me tornei, eu só estou querendo correr, e fugir desse sonho que me tortura.
Eu só queria dar um digno adeus, um último beijo ao rosto morto, só queria dizer, que estou me corroendo, por não salvar o dia.
Eu estou no fundo do poço, me escondendo para que ninguém descubra o quão covarde eu fui. Covarde, porque todos os dias estou carregando uma consciência pesada.
Conviver comigo mesmo, nunca foi tão horrível, quanto agora. Conviver com o motivo que eu me assassinei, me traz vergonha.
Eu nunca deveria ter mudado, pois, eu não consigo me encontrar, eu não consigo encontrar o Joe. Na maioria das vezes, eu não sou sincero, levado pela mídia, mudo por pessoas, me levo pela moda. Eu não consigo encontrar aonde o sorriso torto foi parar, eu não consigo saber para onde estou indo, nem o que estou me tornando. Tenho a consciência que estou me tornando um monstro.
Eu só queria dizer ao Joe do passado, que não era para ele se acostumar com o quão descolado era, eu só queria naquela noite dizer que sangue mancha, que os mortos nunca nos abandonam, eles fazem parte de nós. De maneira ruim, de maneira horrível.
Eu só queria segurar a faca na minha mão, queria ter alguém para me parar, para me repreender, para dizer que aquilo era errado. Queria desfazer meu corpo manchado, queria nunca alimentar meu subconsciente.
Eu caí no pecado, não digo em sentido religioso, mas eu me alimentei da fruta proibida. Eu manchei meu nome, eu levei meu rosto aos jornais, eu fiz que minhas mãos estivessem sujas de sangue, eu tenho um corpo morto no chão da sala.
Eu tenho que jogar o corpo no mar, me desfazer de tudo que me prende, eu tenho que confessar meu crime, eu tenho que dizer que sou eu, o vilão, tenho que admitir, que eu estou vivendo no erro. Tenho que dizer que o homem que eu queria ser, nunca existiu, que teve a memória falha, que mudou por alguém insignificante, que não sabe o que é ter luz própria.
Nunca mude, nunca por si mesmo. Nunca mude por pessoas, nunca nos encontramos novamente.
O reflexo no lago da esperança adormeceu, eu só queria correr dessa pessoa que estou me tornando, correr sem destino, correr desse assassino que está atrás de mim, dessa personalidade monstruosa, desse eu tão cruel.
Eu nunca devia ter sonhado, nunca devia ter me orgulhado do que me tornei, nunca devia ter comemorado com bebidas caras, comidas qualitativas, amigos de trabalho, que não tenho mais, que nunca foram sinceros comigo, ou que nunca disseram que eu estava me levando para o crucifixo. Eu devia ter me agredido, lutado contra a vontade, e dizer que Joe estava se tornado uma pessoa demoníaca.
Sempre, procurei alguém para culpar meus atos, porquê não aguentava viver e nem admitir que eu sou uma pessoa horrível. Sempre procurei alguém para dizer que era culpado por me dar aquela maçã podre, alguém que eu pudesse culpar para dizer que fora o responsável por me tirar do paraíso. Quando, sempre soube que fui eu mesmo que me tirei do paraíso, eu mesmo que me expulsei do lugar tão maravilhoso.
Sempre procurei alguém que me completasse, sempre procurei alguém que fosse minha outra metade, e eu insisti na pessoa errada, eu insisti aonde não tinha cabimento para mim, e acabei me destruindo por causa disso. Eu sempre apressei as coisas, querendo sentir o que meus amigos sentiam, viver o que meus amigos viviam, sempre, transformado pela mídia, deixando ser dominado por outras pessoas.
Talvez, eu nunca encontre um amor platônico, não sirvo para isso, e sim, me agarrar a solidão. Não sirvo para viver o que todas as pessoas vivem, ter uma pessoa que me ame por igual.
A verdade, é que estava me sufocando, e sufocando o desconhecido, que tanto quis para mim. A verdade, é que eu prometi tantas coisas para mim mesmo. Prometi que jamais mudaria, prometi amar para sempre, prometi que minha alma para sempre pertencia a alguém, eternamente.
O eterno ele é quebrável, descobri isso com a idade, o eterno é um laço, destruído pela tesoura. O eterno, é uma promessa que acreditamos, porém ela nunca se cumpre, o eterno, acaba. Eu devia ter dito para mim mesmo, que era impossível amar para sempre, amar duradouramente, amar...
A verdade, é que não era amor,era obsessão, eu me prendi a alguém, eu fui necessitado de alguém que nunca existiu. Eu deveria ter me amado mais, mesmo me apaixonando, eu deveria ter amor próprio, eu devia me manter preso a mim mesmo.
Sinceramente, eu não sei onde minha luz foi parar, eu não sei o que estou me tornando recentemente, eu só quero me prender ao escuro, e eternamente, não ser reconhecido.
Nunca se apaixone, ou melhor nunca tenha uma obsessão. Nunca mude, nunca volte atrás ao passado. Nunca, relembre o que viveu, isso leva a destruição. Mas, eu sei que tudo isso é um conto de fadas,que costumamos contar e recontar novamente. O passado é como um fantasma, que nos assombra diariamente. Sei que fazemos, sempre o contrário, do que juramos cumprir.
Nunca jure. Juramento é destruído pela nossa vontade, a vontade carnal, fala mais alto, ao nosso corpo fraco, desumano, de um animal sem sabedoria, e sim, de um animal que possuí o arrependimento na alma.
Nunca se conheça melhor, pois o mesmo, é o primeiro passo para se começar a se odiar.(Joe Nicolas)
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Olá! :)
Ultimamente, como foi citado no "capítulo" anterior, eu venho sumido.
Isso se dá ao fato de eu não estar mais me sentindo bem, com a falta de desvalorização que tenho.
Depois de um tempo fora, eu vi o tanto de leituras que tive, e uni o útil ao agradável. Então, resolvi escrever um capítulo com o que estou me sentindo mal, e dizer que estou bem.
Obrigado por tantas leituras, realmente, isso me surpreendeu muito. E me deixou feliz!
Grato: Joe Nicolas
:D
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Girassóis De Saturno:
PoesíaNão é fanfic, nem história. Apenas meus desabafos. Então kkk sou floop. Direito autoral: Luna. (minha gata) ~ plágio, é crime!