A vida de empresária era um tédio, logo Regina entendeu o porquê do pai mandá-la em seu lugar. Ficar sentada o dia inteiro, revisando relatórios e tendo que lidar com gente arrogante, era algo estressante.
Ela já teria perdido a cabeça, se não tivesse um passatempo preferido, enlouquecer James.
Regina passava o máximo de tempo possível, provocando James. Ela sabia que uma hora ele iria avançar e era isso que ela estava esperando.
A sexta feira chegou, e com ela a nova fase do plano de Regina:
_Já está tudo pronto? - Perguntou.
_Sim senhora. - A voz respondeu, do outro lado da linha.
_Ótimo, vou encerrar agora.
Regina guardou o celular, e se virou para James, que estava sentado em sua mesa:
_Me desculpe. - Ajeitou o cabelo. - Era o porteiro do meu prédio, eu vou ter que ir agora.
_Eu posso levá-la. - James se ofereceu.
_Não precisa, eu pego um táxi.
_Eu já avisei que chegaria tarde. - James pegou o paletó e a pasta. - Não será incômodo levá-la.
_Já que você insiste...
Regina podia sentir o olhar de James em suas costas, enquanto caminhavam para o carro.
Ela estava sendo forte, pois tinha nojo de respirar o mesmo ar que ele, sentia ânsia sempre que ele a tocava, mas aguentava.
Precisava ignorar aquilo, seu plano tinha que ser maior que toda a aversão que sentia por James.
_Pode me passar seu endereço. - Falou, enquanto entravam no carro.
_Ou posso digitá-lo no GPS. - Regina foi grossa, mas percebeu a tempo. - Se não for incomodo.
_Sinta-se a vontade.
O caminho foi feito em silêncio. James estava tão concentrado na estrada, que as vezes tocava "acidentalmente" a perna de Regina, enquanto mudava a marcha do carro.
Sempre que isso acontecia, a morena sentia vontade de puxar o volante de suas mãos e jogar o carro em um barranco qualquer. Só não o fez, pois sabia que ele poderia se salvar ou que morreria rápido... E não era essa a idéia.
James parou o carro, e encarou Regina com um olhar confuso.
_Você mora em uma comunidade?
Mills fez cara de desentendida, enquanto olhava em volta.
_Nossa, acho que digitei errado. - Disse levando as mão a boca. - Ainda não estou familiarizada com o lugar.
James teria ficado furioso, se não fosse Regina em sua frente. Ele não se exaltou por estarem na entrada de uma comunidade, muito pelo contrário, viu ali uma oportunidade perfeita.
Ele estava no carro, em uma rua escura e vazia, e Mills estava com ele...
Era uma oportunidade de ouro, já que a morena havia dado sinais de que estava a fim dele, e só não se envolveram por estarem em um ambiente de trabalho.
James olhou para Regina, que mordeu o lábio inferior em provocação. Ele entendeu aquilo como um sinal e se aproximou mais, colocou a mão no rosto dela e alisou de leve sua bochecha.
_Tem algo que eu gostaria de ter feito, desde a primeira vez que te vi.
Regina aproximou seus rostos até que seu nariz tocasse o dele. Ela sentiu o bigode dele arranhar sua pele macia, seu hálito cheirava a whisky e tabaco, uma mistura que fez o estômago dela revirar.
Ele estava perto demais, e seu corpo começava a protestar. Engoliu o nojo que sentia, a aversão que a fazia querer sair correndo, e sorriu de lado para ele.
"É por uma causa maior", era o que repetia em sua mente, enquanto James passava uma das mãos por seu corpo.
_James... - Sua voz continha uma vergonha inexistente.
_Eu sei que você quer. - Ele sussurrou - Vamos nos entregar a esse desejo.
E então, ele acabou com a distância que os separavam, e colou seus lábios.
A boca áspera do homem, se chocou com a boca macia de Regina, logo a língua dele já estava pedindo passagem.Mills sentiu a ânsia aumentar, quando sua língua tocou a de James.
Ele a estava beijando, tocando seu corpo... Ela sentia ódio, puro e sincero ódio.
Uma lágrima escorreu de seus olhos fechados, ela interrompeu o beijo e correu para fora do carro.
Seu rosto quente, coração acelerado e o tremor nas pernas, podiam ser considerados sintomas de paixão, mas só ela sabia que não. O ódio a fazia se sentir assim, Regina teve vontade de arrancar a língua e arrastar no asfalto, teve vontade de arrancar sua pele com uma bucha, vontade de arrancar cada pedaço de seu corpo que entrou em contato com James.
_Não chora. - James tentou se aproximar, mas ela se afastou. - Isso vai ficar entre nós.
_Eu não sou esse tipo de mulher. - Falou, aproveitando o gancho.
A lágrima que escapou não fazia parte do plano, foi algo espontâneo de seu corpo, mas caiu como uma luva.
Se fazer de boa moça, de menina de família, era bem melhor do que Mills havia planejado.
_Eu sei, me desculpa.
Ela se virou para ele, e fingiu surpresa ao ver um grupo de jovens que estava ali perto.
_Ah, Meu Deus. - Ela sussurrou.
_O que foi?
James tentou olhar para a mesma direção que Regina, mas foi impedido pelas mãos dela.
_Não olhe, por favor. - Pediu em voz baixa. - Vamos sair daqui.
_Está bem, mas...
James olhou para trás, e sentiu seu corpo gelar.
No grupo de jovens, que estava na entrada da comunidade, usando drogas, estava Ruby.
A roupa de marca e o cabelo bem cuidado, a denunciaram de longe.
James bufou, e caminhou a passos firmes até onde eles estavam. Regina foi atrás, não queria perder nada.
_Dá mais um teco aí, princesa. - Um dos homens falou.
Ruby foi pega no flagra, enquanto entupia o nariz com o pó branco.
_Mas que porra é essa?!
_James, calma... - Regina tentou acalmá-lo.
_Não se mete Regina. Isso é coisa de família.
Ruby encarava o pai assustada, o rosto mais branco do que a droga que estava consumindo a pouco.
_Pai, eu posso...
Ruby foi calada com um tapa forte que recebeu no rosto. Um dos homens fez a menção de atrapalhar, mas foi contido pelos outros dois.
_Eu não criei filha viciada, não criei filha favelada, eu não criei uma filha pu...
_James. - Regina o interrompeu. - Cuidado com o que vai falar, você pode se arrepender depois.
_Cala a boca, porra! - Ele gritou. - Da minha família cuido eu.
_Pai, por favor...
James puxou Ruby pelo braço, até o carro, a jogou lá dentro e arrancou como um louco.
_Vocês demoraram demais. - Regina falou, esfregando a boca com as mãos. - Mas valeu a pena.
_Não entendi nada. - O mais alto falou. - Pensei que a senhora quisesse ver o cerco pegar fogo, mas ficou pregando a paz.
_Isso é porque você não foi pago para pensar. - Ela respondeu. - Vá buscar o carro, quero ir para casa.
Regina estava se sentindo realizada, feliz... Ela estava estonteante, como se ela tivesse usado a mesma droga que Ruby.
Ela riu, uma risada verdadeira e cheia de humor.
Parte um, concluída com sucesso.
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Revenge | SwanQueen Version
Fanfiction_Por que a deixou viva? - Um dos capangas perguntou. _Ela é só uma criança idiota. - O patrão respondeu, com tom de desdém. - Não vai fazer mal a ninguém. _Errou! - Ela sussurrou sorrindo. 🚨FANFIC ADAPTADA🚨 Adapted By: @SwanMills07 Original: @Al...