Revenge | SwanQueen Version

14

Já tinha escurecido, e Regina estava deitada em sua cama, curtindo a repercussão do caso "As damas Luccas", quando alguém bateu em sua porta.

Ela olhou no relógio, onze da noite, Não fazia ideia de quem poderia ser, já que Emma avisou que ficaria com Ruby, pois ela estava "arrazada" com o vazamento de sua vida pessoal e blá blá blá. 

Regina deixou o notebook ligado em cima da cama, ao lado de seu ursinho de pelúcia, e foi atender a porta. 
Desejou xingar o porteiro, ele nunca interfonava, era pago para não fazer nada. 

Ao abrir a porta, Regina sentiu vontade de gritar e sair pulando por todo o apartamento :

_Eu posso entrar? 

James estava com a aparência devastada. O rosto enrugado, parecia ainda mais flácido, os olhos avermelhados estavam cercados por olheiras escuras, a roupa toda amarrotada.

Ele andou bebendo, Regina conseguia sentir o cheiro forte de whisky. 
Ele estava mesmo digno de pena, e Regina quase teve compaixão...

Quase.

_James, o que aconteceu com você? - Perguntou, abrindo passagem para ele. 

_Vai me dizer, que não viu os jornais? - Ele se sentou no sofá. - Eu estou arrasado. 

_Sinto muito. - Falou, segurando uma das mãos dele. - Nem imagino como deve estar sendo duro. 

_Aquela vagabunda, mantinha um caso com o motorista. - Disse, cabisbaixo - Ela não tinha o direito de fazer isso. 

Regina reprimiu a vontade de revirar os olhos, tamanha a ironia dos fatos. 
Por que ele podia correr atrás de mulheres inocentes, e ela não podia dar para o motorista? 

_E a Ruby? - Perguntou interessada. 

_Ela quase pirou. Se não fosse pela Emma... Por falar nisso, vocês já se conhecem? 

_Emma é uma velha conhecida, sua filha soube escolher. 

_Essas coisas não podiam ter vazado. - Ele se levantou, e passou a andar de um lado para o outro. - Agora a mídia vai ficar em cima de mim. 

Regina perdeu o ar, ao perceber o quão repugnante James podia ser. Ele não estava preocupado com sua família, estava preocupado com sua imagem :

_Não James, isso não poderia ter acontecido. - Regina também se levantou - Sua mulher... 

_Me traí desde sempre. - Ele cortou. - Acha que eu sou o único adúltero? 

Aquela família era ainda mais imunda do que Regina imaginava, eram como um corpo em decomposição, quanto mais ela mexia, mais fedia e mais queria ficar longe.

James sabia da traição da mulher, já havia relevado o vício da filha. As manchetes nos jornais, só serviu mesmo para acertar seu ego... 

E foi nessa hora, que Regina enxergou o que tinha deixado passar. O ponto fraco de James não era a família, era ele mesmo. Atacar a mulher e a filha, não tinha adiantado de muito, o efeito não foi como ela esperava, mas já era melhor que nada. Regina já tinha feito o primeiro furo na armadura de James, e ela não pretendia errar os próximos disparos :

_Posso usar seu toalete? 

_Segunda porta a esquerda. - Regina explicou, pegando o telefone assim que ele virou as costas. 

James era um homem podre, egoísta, que se endeusava e se colocava acima de tudo. O alvo perfeito, e certeiro, era seu ego. Ele era tão cheio de si, que não notaria um golpe, nem que ele viesse de seu reflexo no espelho.

Killian atendeu no segundo toque :

_Ligando a essa hora? - Sua voz estava rouca, por causa do sono. - Aconteceu alguma coisa? 

_Mudança de planos. - Ela sussurrou. - Esquece as madames. O foco é ele. 

_Ué, mas por que... 

_Só faz o que eu estou mandando. - Ela o interrompeu. - Investigue toda a vida dele. Se ele roubou uma borracha na escola, eu vou querer saber. Entendido. 

_Sim senhora. 

_Tenha uma boa noite, Killian.

Killian riu e encerrou a ligação.

James estava demorando muito, então Regina resolveu ver se tinha acontecido algo. A porta do banheiro estava aberta, mas o cômodo estava vazio.

Ela andou devagar até a porta de seu quarto, e viu James em pé na beirada de sua cama, com Teddy nas mãos. 

Merda.

Ela se repreendeu mentalmente. Deveria ter trancado a porta do quarto, ou algo assim. Não podia ter dado um mole desses :

_James, o que você pensa que está fazendo?!

Ele se assustou com a presença dela, mas não soltou o urso :

_Eu estava curioso para conhecer seu quarto, confesso. - Ele franziu o cenho. - Esse urso. Onde conseguiu? 

O olhar desconfiado, mostrava que ele não tinha esquecido daquela noite. Talvez ele a estivesse esperando, pronto para matá-la como fez com sua mãe, ou talvez a culpa não o deixou esquecer. Não importava. 
Regina estava pressionada, será que ele sabia de algo, e foi até seu quarto para ter certeza? Se fosse isso, ela estaria frita. 

Não, não era a hora de fraquejar. Se ele descobrisse, ela teria que matá-lo ali mesmo, usando a arma que estava em baixo de seu colchão. Isso seria triste, pois acabaria com toda a graça, Regina tinha em mente algo bem maior do que uma morte sem graça. Ela tinha um espetáculo planejado, mas abriria mão dos olofotes se fosse necessário. 

_Estou esperando sua resposta, Regina.