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_Não. - Cora falou, um pouco alto demais.

Eles estavam na sala da diretora do orfanato, na companhia da assistente social e da diretora do local, enquanto Henry tentava convencer a mulher de adotar Lara :

_Meu amor. - Falou calmamente. - Você precisa vê-la, ela é um encanto de menina.

Não tinha dúvidas de que Henry havia se encantado pela menina, ele simplesmente não podia deixá-la lá, ou pior, em um hospital psiquiátrico.

Seria muita maldade de sua parte, até porque se sentia ligado a ela de uma maneira inexplicável, mas Cora não queria ceder :

_Viemos adotar um bebê, lembra? - Ela parecia indignada. - Eu não quero uma menina de cinco anos de idade.

A diretora, assim como a assistente social, observavam aquela pequena discussão em silêncio. A mulher que dirigia orfanato, torcia para que o casal levasse a pequena menina, pois só ela sabia os problemas que lhe foram causados por causa da resistência da criança, que não falava com ninguém. Assustava as outras crianças, os funcionários e até os pais que vinham visitar seus futuros filhos. Já a assistente social, tentava entender o que acontecia :

_Vá falar com ela. - Henry insistiu. - Dê uma chance. Se não se encantar por ela, levaremos outra criança.

Mesmo contra sua vontade, Cora concordou, pois sabia que aquilo era o mais próximo de um acordo que eles chegariam. Ela não entendeu a teimosia do marido, que era um homem calmo e compreensivo na maior parte do tempo, e quase nunca discordava dela.

_Então... - Ela puxou assunto. - O que essa menina tem de tão mágico, que encantou o meu marido?

_Seu marido é um homem bom. - Foi tudo o que a mulher falou.

Assim como aconteceu com Henry, Cora também sentiu o coração apertar quando viu a menina. Ela estava na mesma posição de quando Henry saiu, sentada no chão e olhando para um canto qualquer do quarto :

_Vou deixá-las a sós.

A freira sumiu pelo corredor, e Cora permaneceu parada no mesmo lugar, observando a criança.

_Er... Oi. - Cora tentou uma aproximação, mas parou quando recebeu o olhar da menina.

Aqueles grandes olhos cor de mel, carregavam algo tão pesado, que fez Cora querer chorar.

E foi o que fez.

Cora andou até a menina, e sem dizer nada, a puxou para seu colo e se manteve abraçada a ela, enquanto as lágrimas encharcavam seu rosto.

Demorou um pouco para a menina retribuir o abraço, e quando o fez, Cora entendeu o encanto de Henry e assim como ele, também se apaixonou pela menina.

Cora se abaixou para colocar a menina no chão, e aproveitou para olhá-la melhor.

Sim, ela parecia uma bonequinha.

O vestido florido, as tranças aos lados da cabeça, a boca desenhada e os olhos lindos... Ela era perfeita.

Assim que tocou o chão, a menina correu até o urso que estava no canto do quarto e o entregou a Cora, que não entendeu o que a menina queria :

_O que? - Perguntou confusa, enxugando os olhos. - Quer que eu o segure?

Ela negou com a cabeça :

_É para levá-lo embora?

Negou novamente, deixando Cora cada vez mais nervosa.

_Ele quer um abraço.

Henry observava a cena encostado na parede do quarto, tão silencioso que nenhuma das duas o havia notado :

_Ele quer um abraço? - Ela perguntou, vendo a menina afirmar com a cabeça.

Cora sorriu e abraçou o urso encardido, ele cheirava a mofo e poeira, ela daria um jeito de se livrar dele mais tarde :

_Então. - Henry  se abaixou ao lado da mulher. - Já posso chamá-la de filha?

Revenge | SwanQueen VersionOnde histórias criam vida. Descubra agora