Cap 37

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Ayla

Chegamos no Rio e a maioria estranha pelo calor insuportável que aqui faz, até eu tinha perdido o costume de tudo isso. O calor que faz aqui todos os dias, faz em Seattle duas vezes no ano.

Jade: Puta que pariu, não sabia que era esse calor dos infernos. _Diz entrando no apartamento tirando sua jaqueta._

Ayla: Eu falei pra vocês trazerem roupa de calor. _Falo rindo e fechando a porta._ Bom fiquem a vontade, no andar de cima tem dois quartos e aqui no andar de baixo mais dois, escolhem o que quiser. _Falo sorrindo._

Encosto no balcão que separava a cozinha da sala logo que sinto uma dor forte, sinto uma dor horrível como se fosse cólica, não vou ficar menstruada por agora, parou semana passada e não tem o por que.

Jade: Tá tudo bem? _Pergunta me segurando pela cintura._

Ayla: Tá sim. _Dou um sorriso sem graça._ Foi só uma cólica. _Desencosto do balcão._ Bom, estamos cansados dessa viagem, vamos descansar e podemos ver o pôr do sol na praia.

Samuel: Aí que coisa de brasileiro. _Fala cruzando as pernas e rimos._

Pego minhas coisas e vou pro meu quarto antigo, me jogo na cama e dou sorriso, eu estava com saudades dessa cama, desse quarto e desse calor.

Lian: Aqui é lindo. _Diz entrando no quarto e levanto da cama._

Ayla: Vem cá. _Vou até a janela do quarto e abro aquele vidro imenso, dando de cara com aquela praia maravilhosa._ Isso aqui é lindo. _Saiu do quarto e me encosto no corrimão da varanda._

Liam: É muito bom tá aqui com você. _Me abraça por trás e beija meu pescoço._

Fecho meus olhos e deixa aquele vento levar meus cabelos pelo ar, sentir aquele cheiro da água salgada e o cheiro da comida brasileira que alguém já estava fazendo.

Falando em comida, pedir pra cozinheira fazer feijoada, isso é uma das coisas que mais sinto saudade em Seattle, sentir esse gosto perfeito de feijão na minha boca.

•••

Acordo com uma gritaria lá embaixo, é esse povo chegou pra acabar com todo mundo, levanto da cama, mas desisto ao sentir uma outra dor intensa e que me faz até suar frio.

Ayla: Aí. _Coloco a mão na minha barriga e dou um gemido de dor._ Que bosta de dor é essa? _Levanto da cama com um pouco de dificuldade e vou pro banheiro._

Sento no vaso e tiro meu shorts vendo cheio de sangue, eu odeio quando acontece isso e fico com esses corrimentos.

Tomo um banho e já jogo aquele shorts no lixo, coloco meu absorvente e volto pro quarto, tiro os lençóis que também estavam sujos e coloco no cesto do quarto.

Pego um remédio do lado da cama e tomo o mesmo, coloco meus chinelos e desço.

Ayla: Que que tá acontecendo? _Pergunto ao chegar no pé da escada e ver eles sentados na mesa._

Giovanni: Isso daqui, é perfeito! _Diz colocando um garfo de comida na boca._ Como nunca fez isso pra gente?

Jade: Isso aqui é melhor que as comidas de Seattle. _Diz saboreando cada parte daquela comida._

Dou risada deles e pego um prato pra pegar a comida também, mas quando volto pra mesa aquela dor forte volta e acabo derrubando o prato no chão.

Lian: Ayla, que foi? _Pergunta me segurando pela cintura._ Você tá muito pálida.

Respiro fundo pra fazer de tudo pra aquela dor ir embora, mas estava impossível e parecia ficar intensa cada vez mais.

Ayla: Eu preciso ir pro hospital! _Eu me sentia fraca e me seguro no corpo do Lian._

Lian: Tá, tudo bem eu te levo. _Lian me pega no colo e me leva pro carro, logo vem a Jade com a chave do carro e a minha bolsa._

Jade: Qualquer coisa vocês me ligam, a gente já vai pro hospital. _Ela fala entregando as minhas e coisas e apenas assenti._

Lian liga o GPS e vamos ao hospital mais próximo, eu realmente não sei o por que dessas cólicas intensas, sempre tive, mas tomo anticoncepcionais pra melhorar e estava melhorando.

Chego no hospital e a dor já tinha melhorado, mas ainda estava com um incômodo muito grande, fiz a minha ficha e me sento pra esperar me chamar.

Lian: Por que não me falou que estava sentido cólica? _Pergunta sentando do meu lado._

Ayla: É só uma cólica, vai ficar tudo bem. _Pego na sua mão._

Aquela dor volta e realmente já estava ficando fraca com tanta dor, só escuto Liam chamando os médicos e logo me coloca em uma maca.

•••

Acordo com aquela claridade do quarto e é horrível você acorda em um quarto branco, sem ter lógica alguma.

Eu estava deitada cheia de acessos e morrendo de dor de cabeça, e minha barriga estava doendo totalmente.

Dra. Natália: Que bom que já acordou! _Diz sorrindo entrando no quarto com uma enfermeira._ Está tudo bem?

Ayla: Acho que sim! _Falo sorrindo._ O que aconteceu? _Pergunto enquanto a enfermeira tirava meus acessos._

Dra. Natália: Eu sinto muito, mas você sofreu um aborto. _Olho pra ela sem acredita._ Não sabia da gravidez pelo jeito, né? _Pergunta com medo._

Ayla: Não, não é possível, não tem como. _Falo desesperada._ Grávida?

Dra. Natália: Nós fizemos exames em você, e vimos que você tem ovário policístico, e que você também toma seus remédios pra cuidar disso. _Ela senta na cama e pega na minha mão._ Eu sei que é difícil saber que por ter uma dificuldade pra engravidar, e quando engravida perde o bebê. _Eu não sabia o que falar._

Ayla: Quanto tempo? _Respiro._ De quanto tempo eu estava?

Dra. Natália: Acredito que de um mês e pouquinho. _Apenas suspiro e respiro fundo._ Eu vou te dar alta, mas quero que você continue com os tratamentos em casa que vou te passar e depois de 15 dias volta pra cá. _Ela diz simpática._

Levanto daquela cama em êxtase do que estava acontecendo, eu estava grávida e não sabia, eu estava segurando o um ser dentro de mim e eu não sabia.

Os pensamentos vem na mente: Por qual motivo isso aconteceu comigo? Tinha que ser agora? O que eu fiz ou deixei de fazer?

Saiu do quarto indo atrás do Lian e parecia que todas as grávidas estavam ali na minha frente, por que todos estão ficam feliz e eu não?

O período de revolta, dor e luto aparece e deve ser respeitado. Só quem já passou por isso sabe do que eu estou falando: é como se o seu maior sonho fosse impedido de se realizar.

Eu perdi o meu filho, eu deixei o meu filho ir embora, que mãe eu seria de deixar meu filho assim do nada?

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